quinta-feira, outubro 14, 2010

Comer, Rezar, Amar

Antes de qualquer coisa, preciso esclarecer um ponto: eu continuo não lendo auto ajuda. A ida ao cinema foi para, além de aproveitar a companhia das minhas queridas Thais e Gigi, ver um filme de meninas, daqueles que não nos fazem pensar. Eu tava precisando...

Sucesso absoluto, o livro Comer, Rezar, Amar conta a história de uma mulher que sai de um casamento infeliz e, ao embarcar em outro mais infeliz ainda, resolve largar tudo e descobrir os prazeres e descobertas da vida em uma viagem por três países: Itália, Índia e Indonésia. Particularmente, acho que os países poderiam ser outros, mas... vai ver a autora escolheu os três usando um dicionário.
Vivida por Julia Roberts, Liz Gilbert é tão sem sal, mas tão sem sal que cansa. Muito mais que os quase 140 minutos de filme. Isso, porém, não tem absolutamente nada a ver com a atriz, mas com o personagem, em si, o original, de onde nasceu o filme.
O título explica: três países, três descobertas, na ordem: os prazeres da comida, a dificuldade da religião (que tem mesmo a ver com o que ela descobre lá como a necessidade de próprio perdão) e o amor.
Há comédia de costumes na Itália, fato que fez a imprensa italiana criticar o filme com pressão. Lá, ela come demais, engorda e filosofa, quando a calça não fecha: "Compre um número maior. Nenhum homem lia para as gordurinhas"...
Na Itália ela faz amigos, aumenta a pança e não pega ninguém. Também... tava gorda!
De lá, para a Índia, para reencontrar um guru que, um ano antes, tinha previsto o fim de seu casamento. Em uma terra que exala esoterismo, ela precisa aprender a se perdoar. Demora, e muito, mas ela dá conta. Sai de lá livre, leve e solta. Ta bom, nem tão leve.
Pra finalizar (já não era sem tempo), ela vai pra Bali. Lugar lindo. Lá, encontra o latino da sua vida. Vivido por Javier Bardem, ele é ótimo. O melhor de todo o filme. Com uma beleza exótica, ele dá vida a um brasileiro que adora gravar fitas K7 com músicas do Phill Colins e emociona. De verdade. Óbvio que não chega a dar pra chorar, mas emociona sim.

O grande problema de Comer, Rezar, Amar nem é a breguice, mas a falta de surpresa. É... uma boa história é feita de surpresas, daquelas que nos fazem perder o fôlego, prender a respiração, ficar imóveis na cadeira do cinema até o desfecho. Não há um incômodo. Tem gente dizendo que é um filme turístico. Pra mim, nem isso.
Eu, que esperava não precisar pensar, admito que o fato de não precisar pensar o tempo todo me decepcionou. Pra mim, está mais pra banal. Defectivo.
A excelente fotografia vale o ingresso. A atuação de Julia Roberts também, embora muitos críticos digam o contrário. A trilha sonora fica devendo por ser previsível. Até as interpretações dos brasileiros João Gilberto e Bebel Gilberto ficaram perdidos.
É um filme que mostra (mal) uma mulher tentando descobrir quem mexeu no seu queijo... dá pra ter noção?

2 comentários:

Giovana disse...

Até que enfim!! Uhuuu! Alguém que também não gosta de livrtos de autoajuda, como eu. Não gosto, não leio, detesto. Todos. E se no livro, na minha opinião, o tema é sempre ruim, imagina a adaptação para o cinema. Deve ser sofrível. Beijo.

Juliana disse...

Ah, gente.... eu gosti! kkkkkk