Todo mundo se
esquece de lembrar de alguma coisa. Mesmo que use uma agenda ou tenha uma
memória daquelas, não tem jeito. Não há como fugir. Hora ou outra, a gente
sempre se esquece de alguma coisa. E o pior é que, em muitos casos, o
esquecimento leva da realidade algo importante. Demais, às vezes.
Eu sempre me
esqueço do que não poderia.
Eu me
esqueço de programar o despertador para o dia seguinte. Contra este mal e com o
advento do celular – sim, há algum tempo, agora não há necessidade de me
lembrar disso todos os dias. É só deixar preparadinho e pronto. Ele nunca
falhou. Pelo menos ele.
Eu me
esqueço, sempre, de descongelar aquilo que será preparado para o jantar, me
esqueço de sair de casa de sapato baixo em dia de fechamento e de procurar
saber, antes, os nomes dos filmes que serão exibidos na televisão na sexta e no
sábado à noite.
Eu me
esqueço de conferir o que estou levando na bolsa, de falar tudo o que aconteceu
no meu dia e de postar aquela foto com o William Bonner, que um monte de gente
me cobra.
Eu me esqueço,
todas as vezes que vou ao supermercado, de comprar mel, me esqueço que, quando
a Laura toma conta do meu ser, em alguns dias do mês, eu preciso me esforçar
para ter mais paciência e me esqueço, sempre, de marcar um horário com a
sobrancelhista, o que sempre resulta em algum defeito.
Eu me esqueço
que tenho sapatos e não preciso de outro, que não tenho talento para pintar.
Sempre me esqueço de deixar a câmera fotográfica mais por perto.
Eu me
esqueço que ir ao salão é chato, me esqueço de fazer exercício físico e de
desligar a televisão na hora do Programa do Jô.
Eu me
esqueço de deitar cedo, me esqueço que não gosto de unhas decoradas e de
comprar aquele hidratante que ta acabando.
Eu me
esqueço de mais um monte de coisas, mas nem de tudo. Tem umas que não dá pra
esquecer... de jeito nenhum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário