quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Coisas que a gente aprende

Não, não tem nada a ver com aquelas coisas que a gente aprende na escola. To falando daquilo que a gente aprende com a mãe, com as amigas e até com crianças, especialmente quando ainda somos crianças.
Dia desses, eu tava cozinhando e uma amiga me perguntou o motivo de eu colocar sal na água do macarrão. Eu expliquei que não precisava mesmo, já que depois tinha molho, mas que eu tinha aprendido a fazer daquele jeito com a minha mãe. E depois fiquei pensando... quase tudo o que faço na cozinha, aprendi com a minha mãe. O jeito de refogar o arroz, de temperar o feijão, de lavar as verduras...
Ainda falando em cozinhar, com a minha querida irmã Mônica, aprendi a fazer pratos divinos. Bolos, tortas, carnes... ela tinha mãos de fada e um paladar que, de tão apurado, descobria os ingredientes de uma torta, ao comê-la e, depois, fazia outra igual. Inacreditavelmente igual. Claro que o dom eu não herdei, mas dicas ótimas e receitas deliciosas, sim. Aprendi direitinho.
Com meu pai aprendi a honestidade, a orar sempre, a pedir perdão e a ver a vida de forma divertida. Ele sempre foi assim e eu sempre admirei. Quando era criança, lembro-me de gostar de ficar perto dele, porque era divertido. Foi ele também quem me ensinou a fazer coxinha. Dá pra acreditar?
A gostar de ler, não sei com quem aprendi. A colecionar livros e canecas também não. Mas sei.
Que a gordura acima da linha da cintura é a mais perigosa, aprendi com a minha outra irmã, Aline. Que espresso, de café, se escreve com “s”, foi com o André Sodré, um querido amigo.
Outro amigo, o Marcelo, me ensinou que uma visita a Belo Horizonte pode ser mais que uma visita e pode virar um programa divertidíssimo e que meninos e meninas podem, sim, ser amigos. E amigos de verdade.
Com o Devan, aprendi que casamento é bom e pode dar certo, que pessoas que nunca quiseram ter filhos mudam de ideia e que duas pessoas fotogênicas dão certo juntas.
Com a Andressa, a fazer jornalismo policial e a diferença entre o trabalho da PM e da Polícia Civil. Com o Adilson e o Enéas, a atirar. Foram eles os meus primeiros professores. Com o Panisset, aprendi a tomar cuidado com todo mundo, porque qualquer pessoa pode ser a origem do perigo, e, salteadas, as exigências para tirar o porte de arma. O Alexandre Sérgio e o Melo me ensinaram a ordem das patentes e eu finalmente parei de chamar o Capitão de Tenente. Depois de mil vezes.
Com a minha avó Raquel, aprendi a ser paciente e, durante o tempo em que morei em Brasília, a odiar música sertaneja. Claro, a gente também aprende essas coisas.
Com o Roney, aprendi que dá pra correr dez quilômetros em quatro meses... basta treinamento.
Manuais de redação me ensinaram as formas de escrever dos maiores jornais do país e um livro ótimo, técnicas sobre a cabeça do eleitor. É sensacional!
Nessas revistas de moda, soube que listras verticais alongam a silhueta, mas nem todas. E que sandália com tirinha que passa pelo tornozelo achata. Ainda mais pra quem tem a perna mais grossa que a maioria das pessoas.
Nos programas de investigação policial, aprendi que polícia nenhuma do mundo é tão atrasada quanto a do Brasil, mesmo sabendo, por outra fonte, que quase nada que é apresentado nesses programas é verdadeiro. Praticamente tudo é balela.
Que ter um dicionário sempre por perto é muito importante, aprendi comigo mesma. Eu acho.
A dirigir, aprendi em muitas aulas, com um instrutor de auto escola. Se bem que não aprendi muito bem. O Devan ajudou, meu pai também e eu faço o que faço. A estacionar, ninguém nunca parou pra me ensinar. To tentando ainda...
A usar a internet e a detestar bate papos instantâneos, aprendi comigo mesma. A digitar com rapidez, foi num curso de Datilografia, quando estava na 7ª série. Claro que maior rapidez eu aprendi sozinha, praticando.
Foi a minha mãe quem me ensinou o que era, de fato, “ceder” no namoro e no casamento. Eu custei a entender e a acreditar que ceder era isso...

A economizar, não aprendi com ninguém, nunca. Não sei até hoje. A rir baixo e guardar pra mim as coisas que penso, também não. Não consigo.

Um comentário:

Raphaela disse...

Tá... E a passar chapinha no cabelo quem ensinou, hein, garota...? Rsrs...
Esqueceu a primeira vez na sua kit, lá no Queens? (Leia-se 314 norte!) kkkkkkk...
Também te esclareci a razão de ser estabanada (crianças como nós que leram muito cedo e pularam série).
Tá... Ok... Confesso que você também me tirou uma dúvida cruel: o porquê de não conseguir fazer linguinha de baleia...rsrsrs
Mas, a balança ainda tá pendendo pra mim. Sorry...

Saudade de vc, Srta. Desnaturada.

Beijo!

Rapha
(Raphaela1@hotmail...etc e tal)