Não, não to falando de erro propriamente dito, mas de
grandes bobagens que todo mundo fala. Algumas delas, certos linguistas se
remexem no caixão ou na cadeira, dependendo de quem seja, ao ouvir. Outras, não
desagradam tanto. Outras ainda, sequer têm correspondentes e precisam mesmo ser
usadas.
Pra mim, todos os estrangeirismos são exagero. Obviamente,
de alguns ninguém tem como fugir, mas para a maioria deles, sim. Self service,
delivery, Black tie, Buffet, game over, red carpet, vintage, home theater,
cream cheese, e por aí vai… por mim, substituir sempre! Quando não dá, o que
fazer? Nada. Ou chorar.
Mas e quando a gente ouve substituições absurdas? Sim, sim,
de algumas eu já até falei aqui. É o caso dos repórteres de televisão, numa
passagem em linha, que insistem em dizer, mostrando que um quarto está
desarrumado: “como dá pra perceber, o ambiente ficou bem bagunçado”. Ei, gente!
Se está ali e dá pra ver, ninguém precisa falar “perceber” em vez de “ver”. Até
porque, perceber é sentir, “ver” por meio de sentidos. E se dá pra ver, com os
olhos, dá pra ver, oras. É a mesma coisa quem “possui saudade”. Ta, ‘possuir’ é
mesma coisa que ‘ter’, mas, cá entre nós, possuir saudade é um pouco exagero
demais, não é?
E se o assunto é o tal do “por conta de”? Dá vontade de
chorar! “Isso aconteceu por conta da chuva”, “não dá, por conta daquilo”.
Sério, dá medo. A partir de quando “por causa de” e “devido a” foram
substituídos por “por conta de”? Por favor, alguém me avise! Do mesmo jeito que
o recorde (com o “o” agudo) virou récorde. Até o Word corrige a palavra
“recorde” com acento no “e”.
Essa semana o exagero ficou por conta da propaganda do PT
pra TV aberta. Dando ar às redundâncias existentes sobre a face da terra, o
narrador diz: “oportunidades pra você ir MAIS ALÉM”. Como se “além” precisasse
de “mais” pra ter sentido. Não, não precisa. “Além”, neste contexto, é auto
suficiente. E ponto.
Há os sem-noção que, após anos de faculdade, conseguem falar
“a nível de” e “sentir a sensação”, e escrever todos os ”quês” do mundo com
acento (sim, “o quê eu disse”, “o quê tenho visto”, “cada um quê está entre
nós”....). E a crase? É simples: peque pela falta, mas não pela sobra. Isso aí!
Bateu a dúvida? Não use! Tem certeza? Consulte uma gramática... é mais seguro!
E sobre o “a” com acento agudo”, se ele não vier precedido de “h”, o acento não
existe. Viu como é fácil?
E olha que o assunto nem é os “concerteza”, “ancioso”, “nada
haver”, “derrepente” - e outros, que aparecem o tempo todo na minha página
inicial (e na sua também, com toda certeza).
Sabe o que dá vontade de fazer? Criar leis. As penas
variariam de serviços sociais e multas a tempos de cadeia e aumentaria,
conforme o nível do delito. Certamente teríamos candidatos a prisão perpétua.
Alguém duvida?
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