Não adianta. Eu não tenho memória. Nenhuma. Tenho vaga
lembrança. E bota vaga nisso. Tão vaga que eu nem sei se ela, de fato, existe.
Esqueço rostos e nomes, esqueço de retornar telefonemas,
esqueço datas importantes, esqueço de comprar coisas que preciso e, pior,
esqueço coisas fundamentais, como o celular em uma gôndola de uma supermercado
(pela graça de Deus, ele não foi levado).
Esqueço a hora do salão, a hora de comer e a hora de
acordar. Sim, porque a hora de dormir eu não esqueço.... até porque não
consigo. O sono sempre é mais forte que eu.
Esqueço de fazer os credenciamentos de imprensa para eventos
dentro do prazo, esqueço de ir ao banco registrar uma senha para acesso à conta
pelo telefone, esqueço de, ao sair do trabalho, dar uma passadinha no mercado
ou na feira, para comprar todos os matos que ando precisando comer diariamente.
Em casa, esqueço de fechar as janelas antes de dormir e
nunca me lembro de abri-las ao acordar. Quase nunca me lembro de ativar o
despertador, por isso, inclusive, programei o telefone celular para despertar
todos os dias, sem necessidade de ligar todos os dias. Só que, na hora de
dormir, sempre me esqueço de manter o aparelho ligado... e, quando comprei o telefone,
esqueci de escolher um modelo que despertasse desligado.
Ao sair, esqueço uma das chaves em casa. Ou a da casa ou a
do carro. Esqueço de colocar relógio, brinco ou de passar perfume. Esqueço de
pegar uma coisa de comer para a próxima “refeição” e sempre tenho que
providenciar na rua. Só na rua me lembro de tudo... do celular ou do rádio, da
aliança....
Na rua, de ônibus, esqueço de separar o dinheiro da
passagem. E quando saio de casa de carro, nunca me lembro que não sou boa para
estacionar... e acabo me lascando, quase sempre. E esqueço de colocar o cinto
de segurança também.
No trabalho, edito os textos para o site, mas não me lembro
de enviar pra Joana, é ela a responsável por atualizar a página da rádio. Esqueço
sempre de imprimir o informativo das 13 horas, que é responsabilidade minha. No
outro trabalho, sempre esqueço dos horários das entrevistas para as matérias e,
invariavelmente, chego cedo. Ou tarde, o que é pior. No terceiro trabalho,
quase sempre atraso no envio do material para a gráfica. Por que? Ora,
adivinhe!
Com a minha mãe, sempre esqueço de contar as principais
novidades do dia. E quando me lembro, é madrugada e já está todo mundo
dormindo. Já com o Devan, sou campeã em esquecer os lugares onde as coisas
foram deixadas: bonés, cintos, carteira, cartão do banco, chaves do carro e boletos
são apenas alguns itens que sempre estão sendo procurados. Por mim, é claro.
Só que não me esqueço de tudo. Todos os dias eu agradeço a
Deus pelo dia, pelo ar e pela oportunidade da vida. Lembro-me de colocar em
prática o que a Bíblia me ensina, como amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a mim mesma.
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