Sou
da era tecnológica. Não cresci sendo assim, mas me transformei. Já
falei sobre isso, há pouco tempo, inclusive. Virei alguém ligada à tecnologia
por força do meio. Trabalho com Comunicação, lido com comunicadores, meus amigos,
meus pais e o resto do mundo me impulsionaram para essa realidade. Não tive
escolha. Cá estou eu.
Na
internet, que é só parte dessa “era tecnológica”, considero-me presente. E
assídua. Um perfil no Facebook, um no Twiter, um no Instagram, um no WhatsApp e
um no Line, além de um blog. Isso sem falar nas fanpages e sites de clientes,
que cabe a mim a administração e atualização. Ta de bom tamanho.
ra
alguns, um certo exagero (até pra mim, agora, vendo a lista pronta, me pareceu
muito). Pra outros, mais presentes que eu nessas tais redes sociais, minha
lista pode parecer fichinha.
Essa
minha presença comum não me incomoda. Ao contrário, lido bem com cada um delas.
Sem exageros. Elas não me escravizam, não vivo por elas. Nem pra elas.
O
caso é que, mesmo assim, algo anda me incomodando. A cada dia mais. São os tais
grupos do WhatsApp. Não, não tem nada a ver com o toque de aviso de mensagem,
até porque os meus grupos já foram silenciados há tempos. Tem a ver com a falta
de noção das pessoas.
E
eu explico.
Um
grupo criado para a troca de informações profissionais tem o objetivo de trocar
informações profissionais. Nenhum outro. Certo? Sim, tinha que ser, mas não é.
Percebi que qualquer grupo do mundo inteirinho, que tenha membros, não se
restringe a sua função inicial. E é isso o que me incomoda tanto.
Faço
parte de um grupo criado pela Polícia Militar para o envio de informações sobre
ocorrências policiais a jornalistas de todo o estado do Rio. Até aí, tudo bem.
Pelo menos tinha que estar tudo bem. E estaria, não fosse o que virou o grupo.
De cinco em cinco segundos (isso mesmo, segundos), um dos membros compartilha
uma figura, um um beijo ou um abraço, uma piada e mais uma pá de coisas. Não
consigo entender a necessidade que as pessoas têm de aparecer, de se mostrar.
Dia
desses alguém informou ao grupo que, dois dias depois, seria seu aniversário. “Quero
parabéns!”, informou. Pronto. Foi dada a largada. Do exato momento em que a
pessoa solicitou parabéns (que deveriam ser dados dali a dois dias) até o final
do dia do aniversário foram mais de 100 mensagens de parabéns. E se um dos meus
três leitores pensa que sabe como é, eu aviso: não, você não sabe. Se você não
está dentro do grupo, não consegue saber.
E
esse exemplo do grupo das ocorrências é só um. Faço parte de outros dois
grupos, dos quais não posso sair. Claro que participo de outros dois, criados
por amigos para falar com amigos. Então, como estes têm o objetivo de não falar
nada de importante mesmo, não me incomodam. Pelo menos até a página 2, visto
que, pelas minhas configurações, grupos são silenciosos.
Queria
entender o que é tão difícil de as pessoas entenderem, quando o assunto é tão
simples. Um grupo criado para fim específico. Que dificuldade tem em entender
que ele tem que ser usado para este fim?
E
sigo eu irritada. Só no tempo em que escrevo este texto, já recebi uns 80 “bom
dia”, “olá”, “bom trabalho”, “rsrsrsrsrs”, “adoro vocês”, “bora que o dia ta só
começando” e mais um monte de coisas. Isso sem falar em pegadinhas, piadas, enigmas...
Tenho
ou não motivos pra ficar irritada?
Sei. Sou chata.
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