segunda-feira, janeiro 05, 2015

Tem coisa que não combina...

Não adianta. Tem coisas que combinam entre si por natureza. Como diz aquele clichê aquela canção: namoro e abraço, Romeu e Julieta, avião sem asa e mais outros por aí. Alguns eu nem concordo tanto, como aquela combinação que virou febre: tomate seco e rúcula. Gosto dos dois, mas somente separados. Pra mim, não adianta colocar junto, não rola. Só que todo mundo elegeu a melhor combinação da face da terra. E tem os doces com queijo, as frutas nos pratos de salada, os coquetéis que misturam frutas, cores e álcool...
Só que tem coisa que independe da opinião dos outros. Não combina e pronto. E cada um tem aquilo que acha que não combina consigo. Quer ver? Na sua vida, o que não combina com a sua vida, a sua rotina, a sua visão do que é bom ou aceitável? Em dois minutos, a lista vai estar grande, com certeza.
Comigo a lista infinita. E eu comecei a pensar nisso há um tempão, quando uma colega de trabalho me perguntou como eu lavava minhas roupa delicadas. E eu não precisei pensar pra responder que eu não tenho roupas delicadas. Nem uminha. Elas não combinam comigo. Não as peças, em si, mas as miçangas, as rendas, os paetês (roupas delicadas têm paetês?), os tecidos finos e esvoaçantes, as transparências, as alças fininhas e tudo o mais que remeter a mente de qualquer ser humano à definição de “roupa delicada”. Aliás, se é “delicado” não combina comigo. E não tem nada a ver com “pré” conceito. É conceito mesmo.
E tem muitas outras descombinações....
Unhas decoradas não combinam comigo. Nem adianta. Lembro de um grande amigo policial lá do cerrado que um dia viu que eu estava com as unhas pintadas com um esmalte clarinho e, em duas, eu  pedi pra colocar uma florzinha. Foi a primeira vez (e a última). Ele gritou pra uma policial feminina da equipe dele, que eu sempre acompanhava nos plantões noturnos: “Altamira, como você lixa as unhas?”, e ela respondeu: “No asfalto, senhor!”. E ele: “E você pinta com que?”, e ela: “Com graxa, senhor!”. Aí ele me disse: “Ta vendo, Flávia, você trabalha mais com polícia do que com qualquer outro tipo de gente, portanto, nada dessa coisinha delicada (ó o delicado aí de novo) nas unhas!”. Somos amigos até hoje. E eu concordo com ele. Tanto que nunca mais fiz nenhuma outra decoração nas unhas.
Vestidos e blusas tomara-que-caia não combinam comigo por motivos óbvios, livros de autoajuda também não (se bem que quanto à leitura, prefiro acreditar que seja uma questão de gosto).
Carro pequeno não combina comigo. É, seu sei que não sou a melhor motorista do mundo e o meu carro não é nenhum ônibus ou caminhonete, mas carro pequeno não dá... aliás, assim como bolsa pequena, óculos escuros pequenos.
Bibelôs espalhados pela casa, nem pensar. Não dá, não combina. Assim como taças de cristal ou qualquer outra coisa frágil. Comigo, se for frágil, vai quebrar. Certeza. Aconteceu isso com os oito pratos que ganhei no casamento. Eram lindos, mas não subsistiram. Em seis meses, só havia um. Aliás, guardei de lembrança e tenho até hoje. Taças de cristal eu tenho, e para continuar tendo, são mantidas nas caixas, em lugar de difícil acesso. Quando quero usar, o Devan pega e depois do uso, ele lava, seca, lustra e guarda pessoalmente.
Mimimi. Não adianta. Não consigo nem fazer, simplesmente porque não tem nada a ver com a minha personalidade. E isso nem sou eu quem digo. Todo mundo diz e, mais que isso, tenta me convencer. Ou faz isso na marra (aliás, na marra combina mais comigo). E todo mundo já conseguiu. Tanto que vai ser mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que eu chorar as pitangas por alguma coisa.

Coisa estranha esse negócio de combinar, né? Não dá pra entender qual a base que a gente tem pra acreditar que uma coisa combina e outra não. E isso vale também para os sabores, as cores. É assim. É questão de gosto. Não há o que discutir... cada um tem o seu.

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