O motivo que fez voltar àquele dia lá na beira da praia não vem ao caso. Até porque se viesse iria estragar um futuro post aqui, sobre a viagem de ontem. O caso é que o caso me foi trazido à memória. E eu nem tenho foto dele pra ilustrar... e olha que merecia, viu?
Eu contei que a gente passou o domingo passeando pela Barra. Foi no dia em que eu me apaixonei pelo major Albucassys e que almoçamos com o Antônio Fagundes. É, mas o acontecimento que eu me lembrei ontem, tantos dias depois, foi antes desses dois últimos envolvendo os homens que melhor retratam o fato de que Deus pôs perfeição sobre a face da terra (não precisa fazer essa cara de "ah, já li isso", porque eu não me cansarei jamais de repetir...).
A gente tinha se cansado de andar pela praia. Já tínhamos caminhado a orla em uma direção e estávamos voltando. Olha que caminhar a orla da praia da Barra não é pra qualquer atletinha não... tem que ter preparo físico, força de vontade e principalmente disposição, porque é chão pá rái! A Tathy já tinha feito xixi três vezes, só pra ter uma vaga noção do tanto que a gente tinha andado.
Paramos pra tirar uma foto do Marcelo em frente à igreja Bola de Neve. Tá, isso de fato não tem nada a ver com o assunto do post, mas eu tinha que utilizar essa informação, afinal, o fato que tem a ver com o assunto deste post aconteceu num banquinho de tronco de árvore exatamente em frente ao templo da igreja Bola de Neve, só que não à beira do asfalto, mas à beira da praia, com os nossos pés, inclusive, na areia (ou na grama... porque lá tinha era grama! Se bem que embaixo... ah, mas deixa isso pra lá. É assunto pra outro post).
Nos sentamos ao lado de uma garota. De uns 20, 21 anos. Não mais que isso. Ela estava sentada no meio do tronco. A Tathy sentou-se à esquerda dela, eu ao lado de Tathy e o Marcelo ao meu lado (ah, gente, isso foi antes da água de coco, ok?). Nos entretemos em conversar. E olha que tá pra nascer dupla que tenha mais assunto que o Marcelo e eu. Com a Tathy junto então.... definitivamente Deus preferiu nos deixar únicos sobre a terra. Outro trio como esse iria ser demais e a face da terra dificilmente suportasse.
Voltando...
O dia estava lindo, a praia, mesmo sendo auge do inverno, tava lotada, e nós estávamos animados... era o primeiro passeio de fato e de direito que a gente fazia no fim de semana. E o fim de semana tinha tido coisas duvidáveis.
Antes de falar o que aconteceu, preciso esclarecer três coisas:
1ª- O Marcelo é professor de inglês, inclusive, estava trabalhando no Pan como intérprete e locutor das provas de tiro prático e tiro com arco. É meu amigo... nos formamos juntos na Graduação. Ah, e em breve nos formaremos na Pós também. Ele é meu padrinho na Comunicação Empresarial, mas isso é assunto pra outro post!
2ª- A Tathy foi aluna do Marcelo e de mais pelo menos dezessete professores. Não, não porque ela seja exigente e tenha ficado escolhendo profissional... mas porque ela já passou por dezessete fases do aprendizado da língua inglesa. É, pô! A mais pura verdade... com as dezessete fases do aprendizado, alguém tem dúvida de que o inglês dela seja pelo menos "fluentissíssimo"? Não, né? Pois é. Eu também não tenho. O fato é que mesmo mesmo assim ela continua freqüentando aulas (que não são mais ministradas pelo Marcelo) e estudando horrores pras provas. Dá pra crer? Pois é.
E 3ª - Eu e o meu inglês temos uma relação extremamente problemática. Ele não gosta de mim e isso me deixa muito triste, por isso eu nunca me dedico a ele como deveria.
Deu pra entender como cada um tem em si um pouco da língua inglesa, né? Que bom!
Agora posso prosseguir...
A gente falava de tudo. Em português, afinal, somos brasileiros e, mais importante, moramos no Brasil. Segundo ponto mais importante: estávamos passeando. Aquilo não era uma prova oral de língua inglesa do Wise Up!
De repente, não mais que de repente, o Marcelo olha para o mar, pensa alguns minutos (respeitados solenemente por mim, pela Tathy e pela garota que tava ao lado dela que a gente nunca tinha visto) e diz em inglês:
- .................gift.
A Tathy não se fez de rogada e disse:
- .................................., ...... . .....................
Ao que o Marcelo respondeum discordando:
- ............................
E a Tathy:
- ..........................! ..................? ............................, ...................
E ele:
- ...............................................................
Daí eu os interrompi dos devaneios ingleses e falei:
- Ah, gente. Presente de Deus ou bênção, o mar tá aí pra todo mundo. E é lindo mesmo! Não há como negar.
Eu tinha conseguido entender o que eles tinham dito. Mas só consegui entender. Participar da conversa, dando a minha opinião em inglês, eu não era capaz! Por isso interrompi e os participei da minha opinião em português mesmo.....
Os dois me olharam surpresos, com certeza pensando: "Se nós tivéssemos falado mal dela, chamado ela de gorda, estaríamos lascados, ela teria entendido....". "Ah, você entendeu?" Era a Tathy com um sorriso no rosto, expressando toda a supresa dela à minha participação na conversa que antes era só dos dois. E o Marcelo: "Aê, Flaviota....".
Tá. E se você pensa que eles se deram por vencidos e voltaram a falar normalmente, como todos os outros brasileiros normais, se engana redondamente (sem trocadilho ao gorda da frase anterior, por favor!).
Eles se puseram a falar novamente e agora eu não consegui entender mais nadaaaa!!!!! E o trem piorou consideravelmente!
Era um tal de:
- 可以查看我個人資料的 - era ele dizendo.
- 過時/俗氣派, 聰明/機智派, 好人派 性傾!!! 異性戀 穿著風格: 復古風, 名仕淑女風, 都市風 - ela respondendo.
- 人派 性傾看我個人 復古風, 名 - ele
Ela: 家用電話行動電話地址行.
Ele:내 홈페이지에 생일 알림 표시하기
Ela: 비밀번호를 변경하려면 페이지로 이동하십시오.
Ele: 傾看我個人
Os dois, em uníssino: "Сегодняшнее пр경하едсказание:Освобод性戀 穿итесь от своих забот и хорошенько 홈페이지에 생일 "
JURO!!!!!!!!
Se não foi isso o que eles disseram, que me desculpem! Foi exatamente isso o que eu entendi. Ou seja: nada!
Pior é que mesmo vendo a minha cara de paisagem lá, ouvindo e entendendo isso daí que todo mundo "leu", eles não tiveram dó da minha pessoa e continuaram a conversar.
Todo mundo que me conhece sabe que na minha vida o pior martírio que existe pra mim é... ficar quieta! E eu estava ali, à beira-mar, com os meus dois melhores amigos... quieta! Não, eu não podia permancer sofrendo desse jeito!
Foi aí que a minha cabeça pensou rápido (tá, nem tão rápido assim, eles conversaram bem que uns quatro minutos num idioma 話地址行!!!!!!!)
Olhei pra um lado e pro outro. A praia estava cheia e mesmo estando no Rio eu me senti solitária como em São Paulo, onde as pessoas andam nas ruas sem olhar pras outras, sem sequer percebê-las! A rua estava apinhada de veículos e de turistas. O calçadão cheio de gente correndo, caminhando, conversando e entendendo-se entre si.... eu ia entrar em depressão! Sério!!!! Seríssimo, na verdade.
Como não houvesse uma segunda opção, agarrei-me à primeira. Passei meu braço direito pelas costas de Tathiana (Tathiana sim. Eu tava P. da vida com ela e "Tathiana" reflete bem isso) e fiz uma coisa que eu odeio que façam e mim: cutuquei a garota (e sei que se ela tivesse chegado ali antes dos últimos dez minutos teria imaginado ser eu uma pessoa surda). Cutuquei mesmo. E não me envergonho disso.
Ela olhou pra mim como quem pergunta "que que é? Tô tentando entender esses seus dois amigos loucos". Eu disse: "Olá, o meu nome é Flávia, com éfe éle (eu sempre explico quando há a clara possibilidade de o meu interlocutor ser um framenguista...). E o seu?". Ela respondeu: "Ah, meu nome é Patrícia".
- Oi, Patrícia. Você vem sempre aqui?
- Ah, sim, eu venho. A minha cunhada mora bem ali, naquele prédio com janelas azuis.
Eu me virei pra trás e vi o prédio. E esse foi o começo de uma pequena conversa com a Patrícia. A Tathy (é, eu já tinha me acalmado) e o Marcelo pararam de falar grego, digo, inglês, e ficaram me olhando com caras de que não estavam entendendo nada.
Aí eu expliquei (pra Patrícia, claro):
- Pois é, Patrícia. Essa é a Tathy minha amiga e este é o Marcelo, meu amigo. Os dois são duas pessoas ótimas que eu amo profundamente. Quero dizer, amo até o momento em que eles decidem conversar numa língua que eu não domino e me deixam de fora da conversa.
Ela riu sem graça:
- É, Flávia com éfe éle Eu percebi que eles te excluíram. Mas eu concordo com eles. A praia é sim um presente de Deus. Mais que um presente, é uma bênção. Só não acho que o Marcelo tem razão no que ele disse sobre o perigo das lanchas na praia. De fato o que tem que haver é uma maior fiscalização por parte da Capitania dos Portos. É muito perigoso, mas é um assunto delicado. Cada vez que um jet sky ou uma lancha......
Eu não consegui acreditar e até agora eu não consigo.
A Patrícia tinha acompanhado todo o diálogo dos dois!
Sabe o que isso significa? Que eu sou a única cidadã do planeta que não entende, não fala inglês e que não faz nada a respeito. "Não faz?" Você deve estar dse perguntando. "Não fazia", eu respondo.
Preciso ir agora. Tenho uma entrevista pra tentar ingressar no período "verbo to be" em um curso aqui perto de casa. Tô até atrasada, falando nisso.
Preciso mesmo ir!
Nós não tiramos nenhuma foto com a Patrícia, fato do qual eu peço desculpas a todos mundo! Eu tô muito arrependida. Como esse post ficou muito grande (só pra variar) eu achei que essa nossa foto combinava e resolvi colocá-la. E combina mesmo!!!!
Um comentário:
As vezes é preciso mesmo um tratamento de choque pro nosso mundo começar a girar, e tomara que o seu gire em direção a Rua 33 o mais depressa possível.
You need Wise up healing!!!!
Postar um comentário