Você pode pensar que o personagem principal dessa história que vai se seguir, fui eu, afinal, tem tudo a ver com alguém gordo, mas não se iluda! Não foi comigo! Foi com um cara que eu não conheço. É, de verdade. Eu não o conheço! Tomei conhecimento deste fato através de uma pessoa que o conhece e como gostei do desfecho, resolvi compartilhá-la com vocês, meus queridos três leitores.
O nome dele é Alexandre. De que? Como assim? O sobrenome dele não importa, oras. Ele é professor (cá entre nós, só poderia ser mesmo. Um jornalista não iria fazer uma coisa dessas sem buscar informações antes) e boa gente (segundo eu soube, que fique bem claro). O único problema dele noite dessas foi estar com fome e chegar em casa quando todo mundo que mora com ele já tinha ido dormir.
Disse ela (a pessoa que me contou) que ele disse que chegou em casa depois de um dia inteiro ralando em frente a vários bandos de alunos (desocupados, claro), cheio de fome. Ter fome depois de um dia de trabalho é natural, não? Todos nós temos fome. Ele deve ter ido pra casa, pelo caminho, dirigindo e pensando em como seria bom encontrar o jantar posto. É, eu não sei por que ele não disse isso quando contou o caso. Mas com certeza ele deveria estar pensando. E vai ver que ele pensou tanto que o desejo se concretizou.
Provavelmente passava das 11 da noite quando ele entrou em casa. O cheiro de carne de frango assado invadiu suas narinas. Todos já estavam dormindo. Ele deve ter ido direto à cozinha (“deve” porque a este detalhe ele não se ateve quando contou a história e eu nem estava lá pra perguntar), tamanha era a sua fome. Sobre o fogão, uma tigela tampada com um pano de prato. A primeira atitude de qualquer faminto seria retirar o pano, assim como ele o fez. Sob o pano, a surpresa: um frango assado, com a aparência formidável, uma cor de trazer água à boca e o gosto... ah, o gosto ele iria descobrir loguinho.
O nome dele é Alexandre. De que? Como assim? O sobrenome dele não importa, oras. Ele é professor (cá entre nós, só poderia ser mesmo. Um jornalista não iria fazer uma coisa dessas sem buscar informações antes) e boa gente (segundo eu soube, que fique bem claro). O único problema dele noite dessas foi estar com fome e chegar em casa quando todo mundo que mora com ele já tinha ido dormir.
Disse ela (a pessoa que me contou) que ele disse que chegou em casa depois de um dia inteiro ralando em frente a vários bandos de alunos (desocupados, claro), cheio de fome. Ter fome depois de um dia de trabalho é natural, não? Todos nós temos fome. Ele deve ter ido pra casa, pelo caminho, dirigindo e pensando em como seria bom encontrar o jantar posto. É, eu não sei por que ele não disse isso quando contou o caso. Mas com certeza ele deveria estar pensando. E vai ver que ele pensou tanto que o desejo se concretizou.
Provavelmente passava das 11 da noite quando ele entrou em casa. O cheiro de carne de frango assado invadiu suas narinas. Todos já estavam dormindo. Ele deve ter ido direto à cozinha (“deve” porque a este detalhe ele não se ateve quando contou a história e eu nem estava lá pra perguntar), tamanha era a sua fome. Sobre o fogão, uma tigela tampada com um pano de prato. A primeira atitude de qualquer faminto seria retirar o pano, assim como ele o fez. Sob o pano, a surpresa: um frango assado, com a aparência formidável, uma cor de trazer água à boca e o gosto... ah, o gosto ele iria descobrir loguinho.
Comeu até se fartar e quase não podia acreditar na delícia, quando terminou.
E depois de comer, só lhe restava banhar-se para dormir. E deve ter sido o que ele fez. Deitou-se, satisfeito da vida, para dormir.
No dia seguinte, o relógio despertou cedo para acordá-lo. Havia outro dia de trabalho pela frente. Alexandre levantou-se, se aprontou para o trabalho e foi para a cozinha, a fim de tomar o café da manhã. Como de costume, e como tinha acontecido na noite anterior, a mesa estava posta, com café, leite, pão e biscoito. Ele, também como de costume, pôs-se a fazer o desjejum. Estava distraído quando ouviu diálogo de duas vozes femininas, que mais tarde ele mesmo lembrou-se tratar-se de suas duas irmãs:
- Você viu?
- Vi.
- E aí? Teve coragem de comer?
- Eu? Imagina! É claro que não.
- E mamãe? Comeu?
- Não, ela também não teve coragem.
Exatamente neste momento da conversa ele levantou os olhos e os dirigiu às duas irmãs.
- Do que vocês estão falando? – a pergunta deve ter soado com um ar, no mínimo, curioso.
- Do frango, ué.
Ao ouvir isso eu imagino que ele deve ter querido mergulhar no copo de café (se é que ele estava bebendo café), por que certamente teria sido a minha vontade, mesmo sem saber do que, exatamente, elas estariam falando. Mas como não era eu, ele ficou sentado, esperando ouvir a resposta.- Ah, você não estava aqui. Aquele frango que está em cima do fogão, você viu? – eu se fosse ele teria dito que não, e teria até acrescentado: “não, cheguei sem fome ontem e fui direto para o quarto”, mesmo sem saber, repito, qual surpresa o tal frango lhe guardava.
- Salvou? Como assim, salvou? Que frango precisa ser salvo?
- Ele estava nas garras de um cachorro ali na rua e com certeza teria sido comido por ele se mamãe não o tivesse salvado. Como ela teve piedade, foi lá e retirou o pobrezinho, já morto, das garras do cachorro, aquele da vizinha...
E ela foi interrompida por ele, levantando-se, tão ou quase tão performático quanto eu, e virando-se para elas:
- Eu não acredito. Não acredito mesmo. Aquele frango assado que estava em cima do fogão foi morto por um cachorro? A minha própria mãe o salvou e o trouxe, morto, para casa e ainda assou??? Não, eu não acredito.
Com certeza os “não acredito” do Alexandre duraram o resto do dia. E conforme as horas passavam, ele acrescentava mais detalhes ao que antes era somente “não acredito”. Ele imaginou a briga entre o cachorro e o frango, os gritos do frango, a mãe parando o trânsito da rua do bairro para tirar o frango da boca do cachorro e depois saindo de cena com o frango morto e ensangüentando nas mãos... Ele imaginou cada detalhe! Até a mãe entrando em casa e relatando o fato para as irmãs.
Várias outras coisas ele deve ter imaginado durante o dia. Vai ver que ele pensou até que sofreria menos se o frango tivesse sido pego pela mãe nalguma encruzilhada...vai saber!
Várias outras coisas ele deve ter imaginado durante o dia. Vai ver que ele pensou até que sofreria menos se o frango tivesse sido pego pela mãe nalguma encruzilhada...vai saber!
3 comentários:
Olha, descrição justa....o horror foi enorme mesmo....só não fiquei muito tempo bravo com minha mãe porque a amo tanto que superei...mas imaginar a cena dela descendo três andares para pegar uma galinha na rua e morta por uma cachorro também de rua...não, não quero mais lembrar...
Os desenhos de ilustração do texto foram feitos por você, no paintbrush? Vc leva jeito para desenho, é quase um picasso (rsrs). Com relação ao texto eu achei que ele tivesse comido um frango de macumba mesmo mas, como nao era frango de macumba e sim um frango morto honestamente pela boca do cão, então, o que fazer se não assá-lo e comê-lo? Comer-lo-emos!
Não restava mesmo outra alternativa. O q a mãe do cara que contou a história para o seu amigo que te contou depois a história poderia fazer? Enterrar o frango? Aí sim seria desperdício.
È ate que não foi tão desesperador,se fosse de macumba aí sim,mas ja soube de gente que comeu até farofa de macumba,tem coragosos pra tudo na vida....
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