terça-feira, novembro 13, 2007

Câmbio Hidramático

Essa semana uma fato me remeteu à época que morava em Brasília. Não pura e simplesmente a época da estada no cerrado, mas precisamente ao começo da saga da Andressa, minha produtora e amiga, com a Chevrolet Blazer BLZ 8877.
Antes, porém, de explicar a minha experiência com a Andressa, vou me dizer o que me fez lembrá-la.
O sogro da Mônica (pai do Dôgras, meu cunhado) comprou um carro hidramático. Como todo bom ser humano de 60 anos,o pai do D. não se deu muito bem com o fato de faltar o pedal da embreagem no carro e acabou sobrando para o Dôgras trazer o veículo de São Paulo até Morro Azul. Eu não tava lá, portanto, não tenho a opção de não acreditar no que o D. me disse: que ele próprio sequer percebeu a diferença.
Ta. Eu só disse isso pra ilustrar pros meus três leitores o fato que me fez lembrar a época em que começamos a andar de Blazer hidramática em Brasília.
Era um dia à tarde. Já tínhamos acabado o programa. A blazer foi colocada no pátio da TV Brasília pelo motorista da equipe e a Andressa e eu, que saíamos juntas da emissora quase sempre, não fomos avisadas de que faltava um pedal, de que havia letras para identificar cada “marcha” e que, pior que tudo isso somado, não havia nada de errado.
Entramos no carro, olhamos e como preferimos não arriscar, pegamos o celular para tentar pedir ajuda. Não, não ligamos pro oficial de dia de nenhum batalhão nem para o 190. Ligamos pro Geraldo, pai da Andressa, que ignorou solenemente a nossa chamada. O Nugóli, delegado da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil e nosso amigo, também não atendeu. Não conseguimos falar com o Natalzinho nem com o Cunha. E se vocês estão pensando que nesta época eu já conhecia as Leis de Murphy, estão quase certos, porque nesta época o próprio Murphy já era meu amigo de infância.
A primeira pessoa que me atendeu foi o meu então grande amigo Lúcio Flávio (“então” porque hoje ele não o é mais). Ele explicou o significado das letras e, antes que eu desligasse, ele repetiu quatro vezes: “Flavinha, a Andressa é meio ruim de roda. Diga a ela pra só usar o pé direito. Tanto pra acelerar quanto pra frear. O pé esquerdo não tem função nenhuma”. Eu entendi o que ele disse e depois que desligamos, transmiti o recado pra ela. Você que está lendo este post seguiu o conselho? Pois ela também não. E eu, que não tinha sacado muito bem o porquê de inutilizar o pé esquerdo e sobrecarregar o direito, não demorei a pegar o espírito da coisa (ou melhor, do perigo).
Ela disse que entendeu, mas pra Andressa, entre entender e praticar existe um abismo infinito. Dá pra imaginar o que aconteceu? Se não dá, eu digo: do SIG, o Setor de indústrias Gráficas,onde até hoje fica a sede da TV e do Correio Braziliense até o Sia, o Setor de Indústrias e Abastecimento, onde ficava o nosso escritório, são três quilômetros. Pois em três quilômetros, eu, no banco do carona, ao lado da louca desvairada da Andressa, meti a cara no pára brisas da Blazer pelo menos 14 vezes. Sim, 14 vezes. E este número é perfeitamente explicável: numa cidade como Brasília, em pleno Plano Piloto, num horário com trânsito calmo (eram quase três da tarde), ela só precisou frear nos semáforos fechados. E 14 é o número de semáforos que há do SIG até o Sia.

Um comentário:

Unknown disse...

Que saudade! Tirando a frase do Lúcio Flávio a respeito sobre eu ser ruim de roda, o resto é tudo verdade!!!kkk Que otário né ?!kkk
Mas, dá uma saudade!!!
Bons tempos...ótimos tempos!