sexta-feira, julho 25, 2008

MANIFESTO CONTRA ASFALTO*

Flávia Resende

O Roberto Silveira é um dos bairros mais antigos de Barra Mansa. E, por isso, carrega problemas do passado que até hoje não foram solucionados pelas administrações públicas. Quando a prefeitura fez o anúncio do asfaltamento de oito ruas do bairro, há um mês, eu cheguei a comemorar. Afinal, há 26 anos moro na rua Flávio Miranda Gonçalves, onde os paralelepípedos incomodam (e muito!) quem passa pelo local. Aliás, com exceção de duas avenidas, todas as ruas do bairro são deparalelepípedos.

Pensei comigo: "bem, se vão asfaltar minha rua, antes, com certeza,vão fazer obras de infra-estrutura já que a rede de saneamento daqui é mista... ou seja, pela mesma tubulação, é escoado o esgoto e a água da chuva". Pensei também: "eles também não vão simplesmente jogar o asfalto por cima dos paralelepípedos, eles vão tirar os blocos, regularizar o terreno e depois colocar a camada de asfalto".

Pois bem... Não é que nesta quarta-feira (dia 23 de julho) ao chegar do trabalho me deparo com a minha rua toda asfaltada! Isso mesmo: toda asfaltada! Seria um fato a ser comemorado, com direito a fogos de artifício e bandinha de música, mas infelizmente não é. A empresa contratada pela prefeitura para realizar as obras de asfaltamento no Roberto Silveira não trocou uma manilha sequer da minha rua. Nem da minha e nem de todas as outras ruas do bairro que possuem rede mista. Não tiraram nenhum bloco de paralelepípedo para regularizar o terreno. Simplesmente jogaram uma camada de asfalto, mas não sem antes quebraros meio-fios e provocar, com a trepidação da máquina rolo, a quebra deum lustre de um cômodo da minha casa.

Fiquei tão, mais tão revoltada com o asfalto, até então muito desejado, que corri para o telefone para ligar para quem eu conhecia da administração municipal. Queria que as máquinas, no dia seguinte, não asfaltassem mais nenhuma rua do meu bairro antes das obras de infra-estrutura. Não queria ver no outro dia o serviço porco que fizeram na minha rua ser feito em outra rua do meu bairro.

E sabe qual foi a resposta que recebi: que a obra, que está custandoR$ 325.975,44 aos cofres públicos, é só isso mesmo... só o asfalto. Nada de rede esgoto. Essa só vai ser feita quando a verba do PAC que o Governo Federal liberou para melhorias no saneamento básico do município chegar. E ai, é simples: quebram o asfalto todo que colocaram agora e instalam a rede de esgoto.

Eu não sei o que isso parece para você. Pra mim, isso é desperdício de dinheiro público. E muito dinheiro.

* Flávia Resende é jornalista

5 comentários:

Thais Torres disse...

Minhas Flávias queridas,

Lembrem-se que esse ano é eleitoral. Logo... trata-se de um obra eleitoreira. Sei que no caso de Barra Mansa é vão, pois o candidato do prefeito é uma mera figura decorativa, né?

Mas vocês sabem o que é pior? Se o anúncio das obras foi para "asfaltamento", eles não pecaram em nada, independente do valor. HUNF!

Nós sabemos que o correto é fazer uma drenagem e depois, sim, asfaltar. Mas e o povo, sabe? Não. Esses não fazem idéia e até comemoram a chegada do "progresso" em suas ruas.

O povo só se lembra ou replica a palavra drenagem, depois que sua rua enche de água, após chuvas fortes ou até enchentes como a de 2001.

Ai, ai, ai!

E o Roberto Silvera [não é Flavinha?] foi um dos mais atingidos, nesta época.

Mais do que eleitoreira, Trata-se de uma obre de "má-fé" ou de malversação do dinheiro público, assim como tantas outras.

Será que um dia isso muda?

Sei não...

Beijocas para as duas ; )
Saudades!

Anônimo disse...

É inacreditável como a Barra Mansa de dez anos continua a mesma, com pessoas pequenas, de mentes menores ainda envolvidas na pequenez da política daí.
Thais, Flavinha e Resende (aliás, muito prazer, não conheço a primeira e a terceira) asfaltamento inclui obras de encanamento, saneamento e todo o mais necessário em Barra Mansa, no Rio, em Brasília, aqui nos Estados Unidos e em qualquer outra parte do planeta.
A parte chata disso tudo é que é tanta gente pequena que prefere usar obras importantes, das quais a população carece, para promover a imagem de um, melhorar a cara de outro, falar bem de um terceiro... enfim.
Isso tudo, infelizmente. Eu saí dessa terra há pouco mais de dez anos e pelo visto continua igual. Talvez um pouco pior, já que o manifesto da Resende foi um puro e simples desabafo. Por detrás da simplicidade da história de um asfalto mal feito, mal preparado, pode ter coisa muito pior. E com certeza tem...

Anônimo disse...

É ano de eleição, meu povo. É hora de o povo se unir e não eleger esse tipo de gente...
Só assim, asfalto vai ser asfaltdo de verdade, obras serão obras de verdade, creches sairão do papel e nossas crianças finalmente vão ter onde ficar para que nós, pais, possamos sair para ganhar o pão e tudo o mais que políticos sem caráter prometem, e não cumprem.
Flávia Resende, continue

silvanamj disse...

Pois é... Tudo que falaram acima é verdade mas quando choveu no ano que Inês Pandeló iria ser prefeita, ao entrar, sem dinheiro, ela tirou paraletípedos da rua que hoje é ao lado do Máximo Supermercado, trocou manilhas, asfaltou. NUNCA MAIS DEU PROBLEMA! Mas isso não aparece, é debaixo da terra...E viva os políticos safados. São eleitos por dois mandatos...

Anônimo disse...

Concordo plenamente com a Silvana. Mesmo não morando em Barra Mansa e não conhecendo o trabalho da prefeita, concordo que asfalto bem feito não é obra eleitoreira, não dá voto.
O que dá voto é dinheiro em forma de vale gás, vale açúcar, vale arroz.... coisas assim... bem do tipo Garotinho, Rosinha e Lula....
Infelizmente!