Matéria do Jornal Folha do Interior, na edição que está nas ruas hoje
Vereadores mudam regras, antes de fechar as portas
Projeto de lei
apresentado pelo atual presidente da Câmara
dá a direção da Casa aos mais bem
votados
Quatis
Tem gente no
município chamando de “manobra vil e ardilosa”, o projeto de lei apresentado
pelo atual presidente da Câmara de Vereadores de Quatis, Francisco Antonio de
Paula Franco, o Chicão (PSD). A proposta modifica o Regimento Interno da Casa
Legislativa, no que se refere à composição da mesa diretora e vale já a partir
da legislatura 2013/2016.
Votado em sessão
ordinária essa semana, o projeto foi aprovado pelos vereadores Chicão, Pedrinho
da Locadora, Nilde Hipólito (PPS), Izaias Conegundes (PSD), Carlinhos (PMDB),
Emerson cabeludo (PPS) e Ângela do Bira (PT).
E aprovado, define
que só poderão fazer parte da mesa diretora da Casa, leia-se assumir os cargos
de presidente, primeiro e segundo vice-presidente, os três candidatos que
tenham obtido maior número de votos no pleito que os elegeu.
Dessa forma, a
partir de 1º de janeiro, a cadeira da presidência será ocupada pelo vereador
Chicão, atual presidente, que obteve 401 votos; o cargo de primeiro vice-presidente
fica com o vereador Emerson Cabeludo, que obteve 296 votos; a segunda
vice-presidência será ocupada por Álvaro da Fonseca, o Alvinho (PSD), que
obteve 262 votos.
Com esta novidade
no Regimento Interno da Câmara, o vereador Chicão que tem seu quinto mandato
consecutivo iniciado em 2013, permanece na presidência da Câmara de Vereadores.
Argumentos contra essa mudança foram feitos apenas pelos vereadores Waldir
Balieiro (PR) e Tadeu de Paula (PV) foram os únicos a argumentar contra essa
emenda no regimento interno.
Para o vereador
eleito em 7 de outubro, Hélio Ricardo, atual vice-prefeito do município, a
aprovação do projeto vem de encontro ao preceito da democracia. “A
democracia fica atingida uma vez que ao se adentrar ao poder legislativo pelo
voto da população, todos são vereadores, com direitos e deveres. Nenhuma
legislação diz que o membro do poder legislativo é classificado pela sua votação.
Isso é um absurdo. Todos passaram pelo principio democrático do voto popular.
Basta isso para credenciar a todos para que possam votar e serem votados no
âmbito da Câmara Municipal”, destacou Hélio.
“Essa medida vai, sempre, deixar quatro
vereadores de fora das cadeiras da diretoria, sem o direito de votar para a
composição da mesma, porque os cinco mais votados, sem qualquer possibilidade de mudança,
serão os diretores”, disse ele.
Para Hélio, a nova
Lei é uma manobra política, para que alguns se mantenham no poder. “Isso não
tem nada a ver com base do atual ou do próximo governo. Não tem absolutamente
nada a ver com o Executivo. Hoje o cenário é este e vem sendo questionado pelos
movimentos populares do município e pelos políticos de Quatis”, explicou. “Por que
essa manobra somente agora? Quais são os atuais vereadores que ganham com
isso?”, questionou ainda.
O vereador Chicão não
retornou os contatos telefônicos feitos pela reportagem do jornal FOLHA DO
INTERIOR
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