Nos meios de comunicação fala-se “brother” e não irmão.
Há dias, encontrei em meus guardados um caderno de Português, escrito com tinta líquida, datado de 1956, que pertenceu a minha esposa Fernanda, quando esta cursava o antigo Normal (hoje Magistério). O seu conteúdo é impressionante. Estudava-se a origem da Língua Portuguesa a fundo, enfatizando que esta é uma continuação da latina.
Hoje, pelo que vejo, até a gramática, tal como a conheço (num só volume, austera, com as três partes distintas: fonética, morfologia e sintaxe), não ocupa mais um lugar de relevo no material do estudante.
Também os autores consagrados foram trocados, em parte, pelos chamados autores de esquina, que escrevem livros sobre os joelhos e consagram a gíria como forma suprema de expressão.
Exemplo negativo tem-se nas revistas ditas “famosas”, as quais lançam mão de frases como “A nível de” e outras, que causam ”congestão cerebral”.
Não faz muito tempo, alguém disse assim pela televisão: “O jogador Ronaldinho não participará do próximo jogo porque machucou-se a nível de joelho”. A frase não ficaria melhor se esse alguém dissesse: “O jogador Ronaldinho não participará do próximo jogo porque está com o joelho machucado”? Os modismos idiomáticos fazem que muitas pessoas, inclusive intelectuais, caiam no ridículo! Aos bons professores (há-os, ainda) compete sanar as dúvidas.
Só me resta dizer: - QUEM NÃO DEFENDE A SUA LÍNGUA, O SEU SOLO E A SUA CULTURA BOM SUJEITO NÃO É.
*Por Sebastião Roberto de Campos - escritor e historiador
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