sexta-feira, março 22, 2013

Preconceito, racismo e afins...

Ta todo mundo falando. Rádio, televisão, jornais, vizinhos, amigos, especialistas, vítimas, autores, policiais e até gente que não entende absolutamente nada  de nada.
O assunto? Esse tal de racismo, de preconceito, de buylling e de mais alguns nomes que existem por aí. E a história começou faz tempo, quando decidiram chamar de buylling as nem sempre brincadeiras que crianças e adolescentes fazem uns com os outros na escola.
Depois disso, o negócio ficou feio, com o perdão da palavra. Em toda esquina tem gente sendo escorraçado por falar o que pensa, mesmo que o que ele pensa não seja assim tããão pré-conceituado.
Muitas vezes eu digo que em alguns casos não há pré-conceito. Há conceito. E não é prévio. Eu explico. Eu tenho cabelo ruim, embora alguns insistam em dizer que "cabelo ruim" não existe, existe cabelo "mal tratado", mas eu discordo. Não escondo que prefiro viver sem cachos pela facilidade que o liso me proporciona e pela minha melhor aparência sem cachos. De vez em quando, eu digo "pois é, minha mãe escolheu um pai pretinho pra mim, olha a consequência disso na 'qualidade' do meu cabelo". Aí, invariavelmente, alguém chama a minha atenção, dizendo "olha o preconceito!". E eu preciso explicar que isso não é preconceito. É da raça. Minha mãe é branca dos olhos verdes e tem cabelos lisos. Meu pai é mulato, do cabelo ruim (ou mal tratado, como queiram alguns. Embora, de novo, eu discorde). Eu herdei meu cabelo ruim de quem? Se não foi do meu pai, foi de quem? E onde está o preconceito? Não tem nada de prévio neste meu conceito.
Outro exemplo é o Devan. Os meus três leitores já viram a foto do meu marido aqui no brog. Ele é negro. Lindo e negro. Aí, quando eu digo que, se tiver uma filha, vou precisar torcer para inventarem uma fórmula de "mamadeira com formol", pra melhorar o cabelo dela, tem sempre um pra me dizer que to sendo preconceituosa. Preconceituosa? Será que alguém acredita mesmo que se eu tiver uma filha ela será mulata (ou morena, ou jambo, ou negra... sei lá) e vai ter cabelo bom? É, eu também acredito em milagres. E não tem nada de preconceito nisso. Existe alguém neste mundo de meu Deus que acredita que há "preconceito" ou "racismo" quando eu digo que minha filha vai ter cabelo ruim, porque meu marido é negro?
Um pastor dizer que os negros são amaldiçoados é, sim, preconceito. Literalmente. Dizer que há maldição na raça de uma pessoa é um conceito prévio, sem nenhum embasamento.
Alguém dizer algo como "eu sabia!", sobre o caso de um casal de homossexuais que espanca e violenta sexualmente o filho adotivo é, sim, preconceito. Aliás, foi a primeira vez que eu vi algo desta natureza, diante de um sem-número de casos de casais héteros que espancam, violentam e até matam filhos naturais. O que significa? O que significa? Que dizer "eu sabia" para o caso do casal de homossexuais que violentou o filho adotivo é burrice. Isso mesmo, ignorância!
E quando uma associação que luta contra a violência contra os animais (acho que é isso mesmo) vai à justiça, para retirar do ar uma propaganda, porque ela mostrou um gato preto como sinônimo de mau agouro? Pois é. Há uns dois meses, a propaganda de um carro foi reeditada, porque um juiz qualquer (e isso não é preconceito, já que o juiz é qualquer juiz mesmo) decidiu que o gato preto, demonstrando azar, no final da propaganda, desrespeitava os animais. No caso, os gatos pretos que, desde que o mundo é mundo, representa, sim, azar. Mesmo que eu não acredite, claro. Gato preto é sinônimo de mau agouro assim como pé de coelho, figa e trevo de quatro folhas são usados para dar sorte (não é este o significado?).
Esse lance da propaganda é bem parecido com a história do conceito que não é prévio. É conceito e pronto.
E por aí vai... um bando de gente confundindo as coisas e levando a sério a confusão! Um verdadeiro absurdo!
Essa semana, em um desfile da São Paulo Fashion Week, o estilista Ronaldo Fraga colocou perucas nas modelos. E não teria dado taaaanta repercussão, se a peruca não fosse chumaços de palhas de aço. Uma galera se levantou nas redes sociais contra o estilista, dizendo que era preconceito, racismo e sei-lá-mais-o-que. Se algum dos críticos tivesse procurado saber o motivo, não teria participado do movimento contra Ronaldo Fraga. Simples. Teria descoberto que o desfile foi inspirado no futebol e na cultura negra. A íntegra da matéria, aqui.
E desde quando dizer que os negros têm cabelos ruins não lisos e usar palhas de aço para 'ilustrar' é preconceito? Já disse, gente...é conceito. O diferente é o negro ou negra com aqueles longos cabelos lisos e loiros.
Acredito sim, que seja inversão de valores. Dia desses ouvi alguém fazendo uma piada com o homossexualismo. O cara disse: "Antigamente, homossexualismo era proibido. Depois, passou a ser aceitável. Algum tempo depois, virou aconselhável. Vou embora, porque daqui a pouco vai ser obrigatório".
Sim, apareceram pessoas dizendo que era preconceito e mais um monte de baboseiras. Quer dizer então que o fato de o cara querer correr de um possível "homossexualismo obrigatório", dito simplesmente para ilustrar uma possível inversão de valores, virou preconceito? Racismo? Crime?
Ah, definitivamente eu to no planeta errado.
E me casei com o homem errado também...

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