quinta-feira, outubro 23, 2014

Eleições X Redes Sociais

Que saco! Ta muito chato.
Sei que falei aqui há pouco tempo sobre esse negócio de reclamar. E não, esta não é a função deste texto, só que, confesso, não consegui arranjar um outro desabafo para dar início ao meu "caso".
Com o "advento das redes sociais", as campanhas eleitorais tomaram grande força na internet. Pode ser um fenômeno temporário, mas quem se importa? A mim, o que realmente importa é que todas as timelines do mundo, a minha inclusive, estão repletas de opiniões adversas.
É claro que eu não faço parte do grupo de pessoas que não gostam das opiniões dos outros ou que acha que só o que elas pensam importa. O caso é que não tem como ser feliz zapeando pelo Facebook, por exemplo, com tanta gente chata por aí. Se fossem opiniões, pura e simplesmente, não seria tão chato assim. O problema é que a maioria das pessoas encontrou formas de ataque a outras, sempre usando exemplos de corrupção e desalinho do candidato da oposição, para ilustrar seus próprios ideais.

"Fora Dilma! no adesivo do carro comprado com IPI reduzido"; "Voto Aécio!, dito pelo rico cujo filho perdeu a vaga na universidade para um negro"; "Dilma promete e não cumpre"; "Aeroporto de Cláudio na terra dos Neves"; "Professores mineiros reclamam do governo Aécio"; "Dilma está na frente segundo DataFolha"; "A classe dominante nunca será capaz de resolver a crise. Ela é a crise"; "FHC desmente Aécio"... e por aí vai. Um monte de blá-blá-blá. Histórias que todo mundo ouviu a vida inteira, casos de corrupção claros e que já foram, inclusive, julgados, listas de obras que nunca sairam do papel e mais um monte de coisa que nós, brasileiros, estamos carecas de ver, ouvir, ler, viver....
Essa semana, Pedro Doria escreveu sobre isso no Jornal O Globo. O advento das redes sociais e blogs que, nos Estados Unidos, mostram relevância no debate político desde 2004 e, como aqui, são profundamente partidários. Confira aqui.
Pra mim, é este o exato problema. As pessoas serem partidárias. E eu explico: tanta campanha, tanta defesa, tanto amor por este ou aquele candidato, em quase todos os casos, não tem a ver com o que um ou outro fez ou não na vida política, mas com a visão política de cada usuário do Facebook ou escritor deste ou daquele blog. E quando falo em "visão política", não incluo a menor visão real do candidato e de sua vida política pregressa.
Não é hora de anular o voto. Não é hora de justificar. Infelizmente, não é hora de trocar o voto por uma ida à praia (sim, andei dizendo que faria isso, mas era brincadeira). É hora de tentar escolher um dos dois candidatos que temos e votar. Se mudança ou não (se é que há mesmo mudança), se pra continuar com o que está aí ou não, não importa. É hora de mostrar que o povo, independente do lado da maioria, está, deveras preocupado com o que o país está vivendo.
Deixemos as opiniões dos usuários de redes sociais pros que têm paciência e estômago e decidamos pelo que vemos no meio político durante toda a vida, nas mudanças que já aconteceram e nas que foram muito propagadas, mas nunca chegaram a ocorrer. Nos casos de corrupção, sim. Nos erros de português e de administração também. Na falta de compostura, de vergonha na cara e de tato pra tratar assuntos que mexem com as pessoas, que comovem. Decidamos pelo que os veículos sérios divulgaram até um ano atrás (porque nos últimos 12 meses, tudo o que foi veiculado teve o claro objetivo de promover alguém). Pesquise. Priorize planos de governo, história política, trajetória limpa (não que isso exista com muita clareza e precisão entre os nossos candidatos).
E vamos ver o que está reservado ao país para os próximos quatro anos.


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