quinta-feira, novembro 23, 2017

Obesidade e produtos industrializados

O americano é um dos povos mais gordos do mundo. Por aqui, há alguns anos, a obesidade passou a ser questão de saúde pública.... isso é sempre lembrado pela imprensa mundo afora. Mas por que? O que eles fazem de tão diferente?
Pra começo de conversa, as redes de fast food, ou aquelas lanchonetes que nem fazem parte de uma grande rede, mas existem. Lembro-me de passar toda a minha infância e quase a adolescência, sem que houvesse um exemplar de uma dessas lojas na cidade onde morava. Algumas delas, muita gente só conhecia de propagandas de televisão. Aqui, não é assim. Por menor que seja a cidade, há ali uma loja do Mc Donalds ou outra qualquer... todo tipo de comida rápida, não só sanduíches, como a maioria das que existem no Brasil. Frango frito, frango empanado, carne no espeto, tacos, batatas, sorvetes, doces e, claro, sanduíches. Comida vinda de vários países, tudo feito para ser consumido rapidamente. Como uma pessoa gorda que sou – é, vim engordar as estatísticas, estou sempre experimentando um tipo e posso dizer com a mais absoluta certeza: é tudo muito saboroso (pelo menos pro meu paladar, que não é 100% saudável), muito mais do que os irmãos brasileiros. Muito mais mesmo, que fique destacado.
Mas não é só isso, não são só os fast foods.
Quem come em casa, começa o dia errado. Em todas as casas, o consumo de sucos artificiais vendidos em garrafas de 3 litros, manteiga de amendoim, biscoitos de todo jeito, cor e sabor, café com diferentes tipos de leite em pó (que, pasmem, tem sabores diferentes). No prato, nada de arroz com feijão (claro). Salsichas, bacon, muffins, bolos recheados. Tudo, comprado em caixas enormes, nos supermercados. Quase não se faz bolos em casa.
Hora do almoço. Carne de hamburguer, mais bacon e alguns legumes, além de purê de batata, que, inclusive, é vendido em pó, no pacote ou na lata. Basta misturar à água.
Nos supermercados, que quase sempre são super mesmo, corredores imensos oferecem um sem-número de congelados. Coisas que a gente nunca imaginaria encontrar num freezer: doces, pães, churros, sorvetes, milho verde, batata frita, mandioca, cupcakes, marshmallows.
Outro corredor, duplicado às vezes, mostra um mundo de cores chega a ofuscar a visão. Não são legumes coloridos. São biscoitos, vendidos em botijas. Isso mesmo, como na foto. Biscoitos recheados e bolos que não daria pra contar. Sucos, refrigerantes, chocolates, balas... tudo é vendido em “family size”. Ou seja, dá pra uma família inteira comer.... mas será que come?
Legumes e frutas, não tem preços baixos. Muitos, não são nem tão saborosos como os nossos brasileiros.
E pra completar, falta tempo e sobra trabalha. Sobra correria. E com isso, o cardápio se completa, infelizmente. No inverno, então... piora. Porque é muito mais difícil sair de casa para praticar um exercício físico ao ar livre. Crianças e adultos, cada vez mais gordos. E o governo, cada vez mais preocupado.

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