quinta-feira, outubro 18, 2018

18 de outubro

Sempre achei o dia 18 de outubro uma data muito bonita. Acho que porque a sonoridade de "18 de outubro" é bonita, combina... quase rima. Mas não só por isso. Quase todos os dezoitos de outubro da minha vida foram de comemoração ao aniversário da Mônica, minha irmã mais velha. Isso fazia do dia muito mais bonito, mesmo depois que ela se casou, mudou de cidade e parou de comemorar o próprio aniversário. Lembro-me de ligar pra ela logo cedo e, em vez de "alô", ouvir "irmããããã!".... era assim que ela atendia ao telefone quando eu ligava. E lembro também de que quando eu ligava de um número que ela não conhecia, ela dizia "pronto". Eu perguntava "pronto o que? Tem bolo pronto aí?". Ela ria.


Isso acontecia no aniversário dela, mas não só. Ela era assim, em qualquer dia, a qualquer hora, não importando como ela estivesse. Isso era bom, fazia bem. Não esqueço da saudade que eu sentia dela, quando morava em Brasília. Várias vezes eu telefonava e pedia pra ela cantar uma música que eu gostava muito. Uma não, duas. Eram duas músicas infantis, mas que eu gostava muito de ouvir quando ela cantava. E ela sempre cantava quando eu pedia. Até hoje, nunca consegui cantar as duas musiquinhas pra Aurora... não consigo. A garganta trava, os olhos enchem de lágrimas.... eu acabo deixando pra outro dia.
E isso passou a acontecer há cinco anos, 38 anos e dois meses depois do nascimento dela. No dia em que Deus a tirou do nosso convívio na terra. Desde então, o dia 18 de outubro ficou mais frio, mais escuro, menos bonito.... mais triste mesmo. A cada ano, coisas novas acontecem em nossas vidas, pessoas novas chegam, alegrias, novas tristezas, perdas, ganhos, trabalhos, sorrisos, lágrimas.... mas aquele sentimento de "não temos mais a Mônica", não nos deixa. Está aqui, sempre. Todos os dias, mas muito mais presente em alguns dias específicos. No aniversário dela, no Natal que ela sempre gostava de comemorar, quando ouço alguns hinos que ela cantava como ninguém e em alguns outros momentos.
Essa semana foi de lembranças. O desenvolvimento da Aurora, cada frase nova que ela forma, as sapequices, as músicas que ela canta.... me fazem sempre imaginar como a Mônica reagiria. Ela amava crianças e sonhava em ter filhos. Aurora e Rachel seriam a felicidade da vida dela. E agora, a Catherine.
Mas Deus sabe de todas as coisas. Ele tem nos sustentado, tem nos mantido de pé, firmes. E tem nos consolado a cada dia também. Aos nossos pais, nossas famílias. E tem nos ensinado também. 
Obrigada, Senhor. Em meio às adversidades, precisamos de serenidade e fé para perceber a vontade de Deus para as nossas vidas.

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