quinta-feira, julho 12, 2007

A emenda pior que o soneto

O suplente é pior que o titular!
O senador Gim Argello, que assume no lugar de Joaquim Roriz, também é acusado de corrupção e responde a processos por superfaturamento, grilagem e crime contra o sistema financeiro. "Ele não dura nem um mês", previu Roriz num desabafo a amigos, depois de renunciar.
Um homem com 44 anos, sorriso fácil e bochechas avermelhadas deverá chegar ao Senado esta semana. Seu nome é Jorge Afonso Argello, mas é conhecido apenas como Gim Argello. É o primeiro suplente de Joaquim Roriz (PMDB-DF), o senador que renunciou na quarta-feira, 4 para não ter que dar explicações sobre um saque de R$2,2 mi, no caixa do Banco de Brasília, em dinheiro vivo, que teria sido partilhado com o empresário Nenê Constantino, dono da Gol Transportes Aéreos.
Nada assegura, no entanto, que a temporada de escândalos no Senado esteja terminando. "Ele (GimArgello) não dura nem um mês", previu o próprio Roriz num desabafo a amigos, horas depois de se ver obrigado a passar o cetro ao suplente.

Fonte: www.zaz.com.br

Vou fazer um breve retrocesso, para você, que não conhece beeeem a trajetória do Roriz:
Você se lembra da "Operação Uruguai"? Entre tantas operações, provavelmente poucos se lembrem! Mas eu tô aqui pra ajudá-lo...
A Operação Uruguai foi aquela simulação de empréstimo junto a banqueiros uruguaios para explicar parte do dinheiro usado na campanha do Collor à presidência.
Na época, Luiz Estevão (cara boa gente, que eu conheci em Brasília, na época que freqüentava os jogos do Brasiliense), que passará à História como o primeiro senador cassado, e Paulo Octavio, atual vice-governador do Distrito Federal, se apresentaram como avalistas da operação. Os dois eram amigos de Collor.
Só que nem isso tudo ajudou Collor a escapar do impeachment.
Com o Roriz e o Constantino, dono da GOL, a coisa foi bem semelhante: os manés montaram uma operação tão vagabunda quanto aquela para tentar salvar o mandato de um e a reputação do outro.
Pois eles se lascaram! O Roriz, que me chamava de Frávia, renunciou ao mandato para não ser cassado por quebra de decoro parlamentar. O dono da Gol se lascou ainda mais! Teve que sair de circulação e está sendo investigado pelo Ministério Público.
No dia 13 de março deste ano, Roriz mandou sacar no BRB um cheque do Nenê, do BB, no valor de R$ 2,2 milhões.
E tem mais!!!! A polícia tem conversas telefônicas entre Roriz e o Tarcísio (o ex-presidente do BRB, com quem eu tive mil reuniões, na época que buscava patrocínio pro meu programa de TV), combinando uma forma de repartir o dinheiro - afinal , era "para muita gente".
O ex governador que só fez viadutos em Brasília explicou: Disse que pediu emprestados R$ 300 mil a Nenê. Que Nenê lhe dera um cheque de R$ 2,2 milhões. E que ele descontara o cheque e devolvera a Nenê o troco de R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo.
No último dia 28, Roriz gaguejou da tribuna do Senado que era inocente. Ofereceu papéis em branco assinados por ele para quem quisesse investigar suas contas. Como ninguém quis e a cassação do mandato era mais do que previsível, renunciou uma semana depois.
Pois não é que um dia antes Nenê depositara pouco mais de R$ $1,9 mi em sua própria conta no Banco do Brasil? Ele até andou explicando, mas confesso que não me convenceu! Falou que deixou o "troco" guardado em casa por 112 dias.

Dá para acreditar?

Um comentário:

Anônimo disse...

Sorriso fácil e bochechas avermelhadas me fez lembrar o papai-noel. Aff! Aliás político bom, é tão lenda quanto. Bjinhos