Os nossos planos para o fim de semana eram simples. Hotel com o Marcelo, sair pra comer, aproveitar o domingo todo fazendo nada pelas ruas da Barra... e talvez algum programa além disso. Se é que seria possível, já que nós estávamos empenhadas em não fazer nada! Putz... eu sabia que a Barra era distante de tudo, mas eu tava um tanto sem noção. O lugar é longe do mundo! Não sei nem como a TV Globo e o Comitê Olímpico têm coragem de hospedar seus colaboradores num lugar como aquele. Acho que a coca light e o tetracampeonato do Brasil devem ter chegado lá há bem pouco tempo... Chegamos no Melià, o hotel onde íamos pernoitar, lá pelas 8 da noite. Pegamos o Marcelo e fomos começar a explorar as belezas incivilizadas do bairro. Paisagem bonita tem, ninguém pode falar o contrário. Postos de gasolina também (por acaso, váááários. Por certo, devido à distância do mundo). Destino no começo da noite de sábado: Outback. Que bom que a opção era boa, porque tivemos que esperar desocupar espaço lá dentro. Todo mundo sabe que a noite carioca é feita de estrelas e gente da mídia. Nós testemunhamos isso logo no começo da estada, com a Carla Marins saindo do restaurante. Mas isso nem vem ao caso, eu só quis fazer um adendo, porque estrelas mesmo, nós encontramos no domingo. Comemos bem, nos divertimos, divertimos a Adriana – a garçonete que nos atendeu – e pronto! Era hora de ir embora pro hotel. Tínhamos que dormir pra recarregar as baterias pro domingo. Teríamos o dia inteiro pra não fazer nada e isso sempre exige muita disposição. No caminho do hotel, a Tathy se lembrou de perguntar pro Marcelo quanto gastaríamos pra transformar a suíte dele em “tripla”. Isso pode ser feito em qualquer hotel do planeta por um preço irrisório (em SP, por exemplo, já passamos por situação parecida e o preço do quarto subiu apenas R$20) e achávamos que o Melià da Barra poderia ser comparado aos hotéis do resto do planeta. E a nossa surpresa fez a Tathy chorar. Literalmente. Passava de uma hora da manhã quando o Marcelo nos disse que pra transformar a suíte dele em quarto triplo nós teríamos que pagar quase R$200. Como assim, meu Deus??? Duzentos reais? Não... não é possível Mas era possível sim. Tanto que foi o que aconteceu. A pior parte era que nós duas não estávamos dispostas a desembolsar duzentinho só pra dormir e tomar café no dia seguinte. Definitivamente não. Ta bom, mas o que fazer então? A Barra é lá onde o vento faz a curva e tentar voltar pra dormir em qualquer outro lugar, àquela hora da madrugada, era fria. Foi nessa hora, exatamente, que a Tathy se pôs a chorar. Sério, ow! Ta bom, que foi uma conjunção de fatores, com perda de fonema. Nós já tínhamos nos perdido no trânsito pelo menos quatro vezes e numa delas quase entramos na Favela do João e ouvir que teríamos que desembolsar duas centenas de notas de um real, definitivamente, ao ver da Tathy, era motivo pra choro. Eu nem consegui consola-la, tamanha a graça que eu tava vendo na situação. Só sabia rir.... (como se em outras situações eu soubesse fazer outra coisa!) Ela chorou uns minutos, mas depois lembrou-se de que não ia adiantar nada, secou as lágrimas e pôs-se a pensar no que fazer. Isso, sim, demorou um tantão. Uns dez minutos, até alguém ter a brilhante idéia de que nós duas poderíamos pernoitar dentro do carro, no estacionamento do hotel. É, porque pelo menos a uma vaga de garagem o Marcelo tinha direito. Decisão tomada, risos incontroláveis, chegamos ao hotel. Nós até fomos pro quarto, fizemos uma horinha, mas o “medo” de a administração nos cobrar um quinto de mil reais nos fez descer loguinho pro nosso quarto: o interior do carro da Tathy. Nunca eu agradeci tanto a Deus por ela ter um carro confortável! Imagina se em vez do Astra, ela tivesse escolhido um Peugeot 206 de duas portas! Peeensa.... com certeza eu estaria presa lá dentro até hoje, sem conseguir me mover, tamanha dor no corpo que ia me atacar! Duas e meia da manhã: Tathy e eu nos recolhendo ao frio do carro. E quando eu digo que as coisas só acontecem comigo – e se a Tathy está as chances praticamente duplicam -, o povo não acredita. Mas é verdade... Das duas e meia até as 7 da manhã, hora que começamos a ensaiar a saída triunfal do quarto, digo, do carro, nós cochilamos por, no máximo, quarenta minutos. Por que? Como assim, por que? Porque bem na nossa frente, do lado de fora do veículo, tinham duas lâmpadas. Não, duas lâmpadas não... dois holofotes com lâmpadas de pelo menos 70 milhões de watts, capazes de iluminar todo o Marcanãzinho em dia de competição (tudo a ver... semana de Pan...). Ou seja, parecia que era dia e que o sol estava em pleno expediente. Ta bom, mas não foi só isso. Além das lâmpadas capazes de alumiar o Mineirão em dia de jogo do Cruzeiro contra o Atlético, a Tathy ainda queria relembrar todos os acontecimentos do dia e entender a mente masculina. Mas às 4 da manhã? Ah, não, Tathy... deixa pra amanhã. Pois o amanhã chegou rapidinho. Nós sofremos uma noite e agora tínhamos que sair do carro. A nossa única preocupação era despistar os porteiros, as recepcionistas, os manobristas, os seguranças e os hóspedes que a essa hora estavam todos no hall do hotel. O que eles iriam pensar? “Ah, não. Essas garotas não entraram no carro agora. Será que elas dormiram lá dentro?”, ou “Ei, esse carro está ali desde ontem. A que horas essas duas entraram?”... e por aí afora. E com essas preocupações e esses questionamentos, demoramos uns quarenta minutos pra sair do carro e eu tava vendo a hora que íamos ter que usar táticas policiais, pra que ninguém nos percebesse. Graças a Deus, algum tempo depois a galera decidiu que não ia ganhar nada ficando ali parada e cada um tomou um rumo... só assim conseguimos ter coragem pra sair do carro. As dores nos joelhos e nas costas eram detalhes. Se alguém perguntar, dormimos nas “dependências do Melià”. E não é mentira. Quando nos livramos de todo mundo, subimos pro quarto. Que glória! Cama, chuveiro quente...... E isso foi só o começo. Teve quase-incêndio e café com estrelas do esporte.
Bem o segundo momento não pode ser tão bem definido pela foto. Mas eu vou ajudá-lo a ter noção "geográfica" do ocorrido. Tá vendo, aos nossos pés, uma porta? Eu sei que ali é o banheiro, por isso pode ser que eu consiga ver isso na fotografia... mas isso nem vem ao caso. O fato é de que ali é o banheiro e pronto. E se você está se perguntando o que isso tem a ver com a geografia do fato, é só ler o post "Fogo! 193!". Foi bem ali que tudo aconteceu...eheheh
Um comentário:
Putz ainda bem q vcs tomaram banho né...Confesso que lendo eu fiquei na dúvida. Mas vc explicou ao final do texto o que me trouxe um grande alívio. Porque se teria que te chamar de porquinha e vc iria com certeza chiar...hahahahaa Só vcs mesmo para dormir em um carro gente! Q é isso! Bjinhos
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