Mas hoje, tudo mudou!!!!!
Tô eu na pós, plena aula da Diva, sentada ao lado da Thaissa, à frente a Gina e da Márcia e atrás do Felipe e do André. Tá, até aí, nada demais.
Lá pelas tantas, o Felipe vem contar uma de suas histórias (inclusive foi por essas histórias que hoje eu entrei numa comunidade dele no orkut, criada por ele pra ele mesmo). O tema dessa (é, porque até sobre o surgimento do Mal de Parkinson nós já tínhamos falado) era a diferença entre "poblema" e "pobrema". Dá pra acreditar? Pois ele contou que tava num ônibus indo de algum lugar pra outro, e tava lá de butuca ouvindo os papos alheios, sem maldade, quando ouviu uma mulher perguntar à outra a diferença entre as duas grafias (corretas, diga-se de passagem).
- Cê sabe, fulana, qual a diferença?
- Ué. E tem? Eu pensei que fosse dois jeito de fala a mema coisa.
- Que nada! - certamente o olhar desta era de reprovação pra outra. E se ela tivesse percebido a atenção do Felipe à conversa teria soltado um "essa gente ignorante... cê vê, menino?", mas como não viu a atenção do nosso nerd, digo, do nosso amigo... - Tem diferença sim. Vou explicar. "Poblema é o de matemática, que a gente resolve na escola, tipo "Joãozinho tem dez figurinhas, rasgou uma, quantas tem agora?".
Enquanto ela falava, olhava para a sua interlocutora, tentando perceber sinais de que ela estava entendendo direitinho. E como percebesse, continuou sua explanação, agora sobre o significado de "pobrema".
- E "pobrema" é aquele que a gente tem em casa, com as criança, com o marido....
Enquanto ela falava, olhava para a sua interlocutora, tentando perceber sinais de que ela estava entendendo direitinho. E como percebesse, continuou sua explanação, agora sobre o significado de "pobrema".
- E "pobrema" é aquele que a gente tem em casa, com as criança, com o marido....
E acho que nessa hora o Felipe, engasgado, teve que descer do ônibus. Não, não pra desengasgar. Porque tinha chegado a hora de descer, oras. E antes que fique muito longe, tenho que explicar que a falta de érres, ésses e afins no diálogo das duas senhoras é bem pertinente. Pelo menos a meu ver.
Prosseguindo
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Depois que eu ouvi essa história tão fascinante, pensei que era a hora de vir explicar porque eu uso tanto o "óvio".
Vamos lá.
Tive uma secretária muito boa em Brasília. Boa mesmo. O nome dela... ah, não preciso dizer. Ela era boa demais. Sério. Dava conta do serviço com perfeição e competência inacreditáveis. É, inacreditáveis pra quem a ouvisse falar, porque era meio fraquinha de vocabulário...
Vou contar duas das coisas que ela sempre dizia, nunca houve quem a fizesse mudar!
Eu dizia: "Fulana, preciso que você levante pra mim os preços de folhas de papel ofício, tonner pra copiadora, cartucho pra impressora, cabo pro microfone e canetas bic azuis. Entendeu? Cheque esses preços pelo telefone mesmo e depois que estiver com os orçamentos, me passa pra eu te dar o dinheiro e você ir lá com o motorista, certo?". Invariavelmente ela dizia: "Certo, Flávia. Mais alguma coisa?". Eu dizia que não e nunca duvidava de que tudo estava certo mesmo. Ela sempre dava conta de atender aos meus pedidos! Desta vez não seria diferente.
Pois eu estava lá, envolvida com o trabalho após o programa ter ido ao ar, lá pelas cinco da tarde e entrava a B..., ou melhor, a fulana na minha sala com anotações nas mãos e sentava-se à minha frente e punha-se a falar um monte de valores.
Como eu sempre estava atarefada coma produção do programa do dia seguinte, demorava a entender o que ela tava dizendo e quando percebia, eu a interrompia. "Tá bom, querida. Você sabe que eu nem ouvi o que você disse. Por favor, diga-me somente quanto está custando o pacote de 500 folhas de papel ofício".
E nesta hora, vinha a primeira pérola deste post, dita pela minha eficiente secretária. Ela verificava os papeizinhos, olhava um e outro, digitava uns números na calculadora e dizia:
- Ah, Flávia... encareceu um pouquinho. Na nossa última compra estava mais barato. Agora está na faixa etária de ....
PÁRA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER! (Era eu sofrendo)
- Mas Bianca, eu já não te disse que faixa "etária" é de idade? Preços não podem ser faixa etária, querida.
- É, mas eu não disse isso. Você já me ensinou e eu aprendi.
- Disse sim, Bianca! Você disse (escapuliu o nome dela pelos meus dedos... no calor da discussão eu não dei conta de impedir!). Eu ouvi perfeitamente. Você disse na faixa "etária" de nem-sei-quantos reais, porque eu parei de ouvir depois de "etária".
Aí, exatamente neste momento, vinha a segunda pérola dita deste post dita pela minha secretária:
- Eu não disse! É "óvio" que eu não disse!
- Biancá! E eu já te disse também que não é "óvio", é "óbvio". Daqui a pouco você vai me dizer: que eu te disse que o meu nome é FRávia. Eu te disse? Disse que o meu nome é FRávia!"
E ela caía na risada, saía da minha sala para providenciar o material que tava custando na faixa etária de uns reais e eu ficava lá, rindo... óvio. Não era motivo pra chorar...
Pelo menos não até que chegasse o outro dia de compras e de novos orçamentos.
2 comentários:
Nossa Frávia ficou ótimo.Não deixe de compartilhar conosco estas pérolas. Bjus. Lú
Fraquinha de vocabulário vc pegou leve né...rsss Faixa estária foi ótimooooo. hahaha Mas pensa bem, se não fosse a Bianca seu dia não teria tantas risadas. Bjinhos
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