Avec elegance
Jeito de ser, por Martha Medeiros
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que com amigo não tem que ter estas frescuras.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.
* Publicado originalmente em Sorrisos Plásticos - Thais Torres
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Como manter-se jovem
1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso. Afinal, é para isso que lhes paga!.
2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (Lembre-se disto se for um desses depressivos!).
3. Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja.
Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.'Uma mente preguiçosa é trabalho do diabo.' E o nome do diabo é Alzheimer!
4. Aprecie as pequenas coisas
5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto.
Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!
6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós mesmos.VIVA enquanto estiver vivo.
7. Rodeie-se das coisas que ama:Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refugio.
8. Tome cuidado com a sua saúde: Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não a consegue melhorar, procure ajuda.
9. Não faça viagens de culpa.
Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde estiver a culpa
10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.
* Publicado originalmente em Sorrisos Plásticos - Thais Torres
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"São as convenções de uma sociedade hipócrita"
Quando era criança, minha mãe me ensinou que, por educação, devemos oferecer o que estamos comendo a quem está por perto.
Esta é uma daquelas antigas lições de bom comportamento, que faziam nossos pais se incharem de orgulho de nós, filhos muito bem educados: Quando for a casa dos outros, não aceite nada. Se aceitar, não repita
Quando acabar os parabéns, não avance na mesa de doces. Não coma bolo duas vezes. Ofereça o biscoito, meu amor. Tá no finalzinho, quer um pedaço?
Uma amiga do trabalho chama a isso de “convenções de uma sociedade hipócrita”. Ela mesma passou por uma situação extremamente desagradável na infância, em conseqüência do excesso de educação de sua mãe. “Ofereça o picolé, minha filha!” E ela, obediente, e muito educada, estendeu o picolé recém aberto à amiga da mãe que, nada educada, além de aceitar ainda o lambeu por todos os lados. Minha amiga, claro, não aceitou o picolé de volta. Deixou-o e comprou outro.
Venhamos e convenhamos. Nem tudo o que se come se oferece. Como fazer isso com fruta, chocolate, sorvete, salgadinho, picolé, o último ou único biscoito do pacote, qualquer bebida que se bebe em copo ou diretamente na garrafa ou latinha? Sinceramente, não dá. Em alguns casos chega a ser uma maldade. Lembro que quando estava grávida, uma colega me mostrou um pacotinho de papel, me oferecendo cocada. Eu adooooro cocada! Peguei o saquinho, ávida, e quando olhei dentro só havia uma, pequenininha, lá no fundo. Porquê ela ofereceu? Confesso que nesses casos não ofereço. Prefiro ser chamada de mal educada.
Aliás, educação comportamental é algo bastante discutível. Mamãe e papai nos passam esses ensinamentos que quando adultos descobrimos não servirem para muita coisa. Por outro lado, há algumas orientações básicas, que deveriam ser dadas em casa, desde muito cedo e, pelo que vejo por aí, não é bem assim que acontece. Ou então a maioria das pessoas desobedece pai e mãe. O que dizer, por exemplo, de um cartaz num banheiro feminino onde se lê: “Favor não jogar papel no chão.”?
Aprendi em casa, muitos anos atrás (nem tantos) que não se joga papel no chão, em nenhum lugar. Sinceramente (de novo) não consigo conceber tal solicitação. É muito lógico que não se jogue papel em outro local senão o cesto de lixo. Portanto, é no mínimo vergonhoso que se necessite de um cartaz pedindo para mulheres adultas, que freqüentaram escola, que vivem em área urbana não dispensarem seus papéis higiênicos usados no piso do banheiro.
Parece chocante dito assim, mas é a mais pura realidade. Quem já não viu um cartazinho desses em banheiro de restaurante, de bar e até mesmo de faculdade? Pior é quando há uma lista de solicitações, tipo: não jogue absorvente dentro do vaso sanitário, dê descarga após o uso, feche a torneira, apague a luz ao sair, mantenha esse local limpo. Sinto vergonha alheia quando vejo, só de pensar que alguém que não respeite regrinhas básicas de educação. Fico paralisada em imaginar uma mulher dispensando um absorvente dentro do vaso; pior ainda é imaginar a servente que vai recolhê-lo depois. Uma desconsideração com o semelhante.
Daí vamos direto para a mídia, que todo dia despeja na cara da gente o aquecimento global, as necessidades urgentes de fazer alguma coisa pelo planeta, que cada um deve fazer a sua parte, dicas para você mudar seus hábitos no dia-a-dia. Diariamente os Bonners, Fátimas, Sandras, Nascimentos, Mônicas, PHs e outros tantos denunciam o alto percentual de desmatamento na Amazônia, os índices alarmantes de poluição em países como Estados Unidos e Índia, a água que está acabando. Como é que esse tipo de informação entra na cabeça de alguém que, naturalmente, joga seu papel higiênico usado no chão? Que fuma dentro do banheiro?
Dia desses, na escola do meu filho, um garoto de cerca de dez anos saiu da cantina com uma bala na mão. Foi caminhando em direção à quadra de esportes, ao mesmo tempo em que a desembrulhava. Tirou-a, meteu-a na boca e atirou o papel para cima, deixando-o cair devagar. Ficou olhando a cena até o papel repousar no chão, virou as costas e seguiu em frente. Fiquei curiosa em saber se a mãe daquele menino o obriga a oferecer o que está comendo.
* Publicado originalmente em Sentido ~ Giovana Damaceno
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