Se alguém me perguntar porque eu demorei tanto a ir ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, eu não vou saber responder, só vou dizer que me arrependo profundamente de não ter tido essa iniciativa durante o ano inteiro que morei na capital paulista. É inconcebível que alguém que habite São Paulo não arranje um tempo para conhecer as instalações do que eu diria ser a reunião perfeita de história, criatividade, cultura e informação importante por metro quadrado.
Tive a oportunidade de conhecer o Museu há alguns dias e fiquei tão encantada com tudo o que vi e li por lá que entrei numa campanha pessoal de propagação do espaço. Meus amigos andam sucumbindo ao que digo e uns deles até foram visitar o local.
É inacreditável como quando existe vontade e iniciativa, as coisas acontecem no Brasil. O Museu da Língua Portuguesa aconteceu assim. Bastou alguém constatar que a parte superior da Estação da Luz era ociosa e precisava ser ocupada e outro alguém ter a brilhante idéia de colocar ali um espaço destinado a contar ao povo a origem da língua que a gente fala, a estrutura daquilo que a gente escuta, a beleza da chamada linguagem culta e a magia do vernáculo.
No Museu da Língua Portuguesa é possível conhecer detalhes incrivelmente apaixonantes da nossa linguagem, mas não é só isso. Lá é fácil entender as mudanças sofridas por ela e até compreender melhor cada definição dela.
São três andares que fazem o visitante entrar num mundo completamente alheio à realidade. Eu, fã de carteirinha das obras e do estilo Gilberto Freire de escrever, encontrei um andar inteiro de manuscritos, documentos, obras, citações, trocadilhos, móveis e tudo o mais que cercou a existência de um dos maiores mestres da Literatura Brasileira. Confesso que já estava até me considerando satisfeita quando me lembrei que ainda havia dois andares pra visitar.

E o melhor ainda estava por vir.
O segundo andar do prédio reúne fotos, videos, cabines de áudio, música, slides, transposição de imagens e mais uma série de meios que nos levam à essência da língua. A estrutura é mostrada de forma simplória e, por isso, de mais fácil entendimento.
Pra terminar, o terceiro andar é ainda mais inacreditável e apaixonante. Visitantes sentam-se num cinema e um filme extremamente bem criado e montado é passado. Dali, o público é levado a uma sala que transmite a sensação de colocá-lo dentro de um dicionário.
Sim, um espaço físico que transmite essa impressão. Com uma diferença fundamental, porém: um dicionário com áudio.
Palavras, trechos de poesias e obras da nossa língua narrados por vozes conhecidas e ilustrados nas paredes e no teto redondo do recinto.
Chega a ser emocionante. De verdade. Emocionada. Foi assim que eu fiquei.
Por ser uma amante incondicional dos estudos da Língua Portuguesa, por buscar a cada dia mais conhecimento e mais interação com ela. Por ter uma gramática e um dicionário como livros de cabeceira, mas mais importante que isso, porque o Museu da Língua Portuguesa me deu a impressão clara - pra não dizer certeza - de que a nossa língua bem ou mal falada, o vernáculo que ouvimos todos os dias, os erros com os quais convivemos e até cometemos, fazem parte daquilo que o nosso povo tem de mais rico, aquilo que mostra claramente quem somos. É um passeio que custa pouco. O que o faz valer muito mais a pena.
O segundo andar do prédio reúne fotos, videos, cabines de áudio, música, slides, transposição de imagens e mais uma série de meios que nos levam à essência da língua. A estrutura é mostrada de forma simplória e, por isso, de mais fácil entendimento.
Pra terminar, o terceiro andar é ainda mais inacreditável e apaixonante. Visitantes sentam-se num cinema e um filme extremamente bem criado e montado é passado. Dali, o público é levado a uma sala que transmite a sensação de colocá-lo dentro de um dicionário.
Sim, um espaço físico que transmite essa impressão. Com uma diferença fundamental, porém: um dicionário com áudio.
Palavras, trechos de poesias e obras da nossa língua narrados por vozes conhecidas e ilustrados nas paredes e no teto redondo do recinto.
Chega a ser emocionante. De verdade. Emocionada. Foi assim que eu fiquei.
Por ser uma amante incondicional dos estudos da Língua Portuguesa, por buscar a cada dia mais conhecimento e mais interação com ela. Por ter uma gramática e um dicionário como livros de cabeceira, mas mais importante que isso, porque o Museu da Língua Portuguesa me deu a impressão clara - pra não dizer certeza - de que a nossa língua bem ou mal falada, o vernáculo que ouvimos todos os dias, os erros com os quais convivemos e até cometemos, fazem parte daquilo que o nosso povo tem de mais rico, aquilo que mostra claramente quem somos. É um passeio que custa pouco. O que o faz valer muito mais a pena.

* Texto publicado originalmente (sem fotos) no portal medioparaiba.com.br
* Flávia Anastacio é jornalista
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