quinta-feira, março 20, 2008

Eu e umas descobertas...

Sempre me interessei muitão pelo significado dos nomes das pessoas. Gosto tanto que sempre estou em busca de alguma publicação sobre o assunto.
Ontem eu tava bisbilhotando blogs alheios (não há pecado nenhum nisso, afinal, blogs foram criados para serem bisbilhotados, não é? Pois então...) e cheguei ao blog do Giovani Miguez, um amigo que dia desses usou o mesmo blog que eu tava bisbilhotando para dizer para os três (ah, não... três são os meus) leitores dele que eu sou folgada, que tomei todo o café quentinho dele durante uma entrevista com o Clóvis Lima e talz. Bem, isso nem vem ao caso. Deixe-me voltar ao assunto principal do post.
No blog do Giovani, onde cheguei algumas linhas atrás, encontrei um post na página principal com o título "Significado do meu nome". Achei curioso e fui olhar. E era curioso mesmo, assim como inteligente e divertido. Por isso eu resolvi "pragiar" e colocar aqui pros meus três leitores.

Significado do meu nome

Segundo o site O Guru, Giovani é forma italiana de João que do hebraico
quer dizer "Deus é gracioso". Até aqui, confesso que já sabia, mas ao ler
mais, fiquei chocado quando li o significado. Segundo o site, Giovani, significa: homem "sério e honesto no trabalho, que busca a perfeição em tudo o que faz e se
aborrece quando as coisas não saem como queria.
Pensa muito antes de agir (tsc), mas quando decide é capaz de mergulhar de
cabeça no que está fazendo e esquecer da vida. Assuntos ligados a saúde são os
seus preferidos, e poderia muito bem trabalhar nessa área (tsc). Cuidado com a
impaciência, que pode levá-la a um fácil estado de estresse.
Consulte aqui o
significado do seu nome. Mas não leve muito a sério essa história.


Mesmo não acreditando muito nesse lance de 'guru', eu até que passei por lá e dei uma re-verificada no significado do meu nome. Tava certinho.....
Daí, hoje, durante a minha saga diária pelos sites de notícias em geral, deparei-me com outro texto interessante sobre o mesmo assunto. Então, por que motivo eu não o poria junto ao do Giovani? Por nada, obviamente!
Eis aqui o texto:

Nomes estranhos não causam trauma, diz pesquisa


J. Marion Tierney

Durante seu show na prisão de San Quentin, em 1969, Johnny Cash propôs uma mudança de paradigma no campo da psicologia do desenvolvimento. Ele
utilizou a canção chamada A Boy Named Sue (Um garoto chamado Susi, em livre
tradução) para propor duas hipóteses: 1. uma criança com um nome horrível pode
crescer e se tornar um adulto normal; e 2. os pais que infligiram o nome à criança não merecem execução.
Eu imediatamente aceitei o paradigma do menino chamado Sue, ainda que
percebesse que o fato de eu ter um nome do meio como "Marion", em geral dado a
meninas, talvez tenha influenciado essa adesão. Cash e seu letrista, Shel
Silverstein (outro prenome ambíguo) só tinham provas circunstanciais a oferecer,
diante de décadas de pesquisas segundo as quais crianças com nomes esquisitos
estavam destinadas a lugares como San Quentin.
Os estudos demonstravam que crianças com nomes estranhos tinham notas piores e eram menos populares do que seus colegas na escola primária. No ensino superior, apresentavam mais chance de reprovação ou de sofrerem de "psiconeuroses". Os potenciais patrões rejeitavam seus currículos. Sua representação entre as crianças emocionalmente perturbadas e os pacientes de instituições psiquiátricas era desproporcional.
Alguns desses problemas podem ter sido genéticos - afinal, que pai escolheria um nome como "Golden Rule" (Regra de ouro)? -, mas as indicações eram ainda assim muito desfavoráveis. Hoje, porém, os argumentos em defesa da teoria de Cash parecem muito mais fortes, e eu o afirmo mesmo depois de descobrir sobre nomes de bebê ainda piores, tais como "Ema Royd" e "Post Office", em Bad Baby Names, livro de Michael Sherrod e Matthew Rayback.
Vasculhando registros de recenseamento de 1790 a 1930, os autores descobriram nomes como Garage Empty (garagem vazia), Hysteria Johnson, King Arthur (rei artur), Infinity Hubbard, Please Cope, Major Slaughter (grande massacre), Helen Troy, diversos casos de crianças chamadas Satan e diversos casos de trocadilhos infames.
Os autores também entrevistaram adultos contemporâneos que sobreviveram a nomes como Candy Stohr, Cash Guy, Mary Christmas, River Jordan e Rasp Berry. Todos eles pareciam normais - nem mesmo um homem chamado Happy Day indicava sinais de trauma.
"Eles são muito orgulhosos de seus nomes, quase orgulhosos demais", diz Sherrod.
"Perguntamos se isso era reação ao fato de que foram alvo de zombaria quando
crianças, mas eles disseram que isso não acontecia muito. Ouvir as mesmas piadas
cansa, mas gostavam de ter nomes incomuns, porque isso os destacava".
Sem muita zombaria? Isso me surpreendeu, porque tenho lembranças claras de apupos que envolviam meu nome do meio: "Marion, madame bibliotecária". (Meus inimigos não se incomodavam que a heroína da canção citada se chamasse Marian.) Mas conferi experiências conduzidas por revisionistas como Kenneth Steele e Wayne
Hensley, na era pós-Sue, e os resultados pareciam indicar que nomes, afinal, não
importam tanto assim.
Quando as pessoas eram convidadas a avaliar os atrativos físicos e a personalidade de alguém por meio de uma foto, o fato de que a imagem fosse identificada por um nome "indesejável" não parecia influenciar suas escolhas. Depois de ver um rosto, nomes indesejáveis como Oswald, Myron, Harriet e Hazel eram tratados da mesma forma que nomes desejáveis como David, Gregory, Jennifer ou Christine.
Outros pesquisadores constataram que crianças com nomes incomuns mostravam maior probabilidade de ter pais mais pobres e com nível de educação mais baixo, e essas deficiências explicavam seus problemas escolares. Martin Ford e outros psicólogos reportaram, depois de ponderar seus resultados com base em raça e etnia, que as crianças com nomes incomuns se saíam tão bem na escola quanto as demais.
Os economistas Roland Fryer e Stephen Levitt chegaram a uma conclusão semelhante depois de ponderar variáveis socioeconômicas em um estudo de crianças negras com nomes incomuns.
"Os nomes só tem influência significativa quando são a única coisa que se sabe
sobre a pessoa", disse Ford, psicólogo do desenvolvimento na Universidade George
Mason.
"Acrescente uma foto e o impacto do nome se reduz. Acrescente informações sobre personalidade, motivação e capacidade e o impacto do nome perde quase toda a força", concluiu.
Mas mesmo que um mau nome não condene uma criança, porque um pai batizaria o filho de Ogre? Sherrod encontrou diversos exemplos de uso desse nome, bem como crianças chamadas Ghoul (demônio sanguinário), Gorgon, Medusa, Hades (nome grego do inferno), Lucifer, e todos os pecados mortais exceto a gula (o exemplo predileto dele era Wrath - ira -Gordon).
Para explicar essas preferências, Sherrod diz que "hoje tudo gira em torno da individualidade. No passado, havia mais senso de humor, talvez porque os pais influíssem mais na escolha dos nomes".
Hoje, a influência deles diminuiu, mas Sherrod afirma que "não sei quantas vezes conversei com pais que queriam que seus filhos pudessem declarar, sem mentir que 'Danger (perigo) é meu nome do meio'. O problema é que as mães recusam terminantemente".
Cleveland Kent Evans, psicólogo e presidente da Sociedade Norte-Americana de
Nomes, diz que os nomes difíceis podem tornar as pessoas menos frágeis.
"Pesquisadores estudaram homens que portam nomes ambíguos sexualmente, como
Leslie, e constataram que não há nada de errado com eles em termos psicológicos
ou sociais. A diferença é que essas pessoas aprendem a se controlar melhor.
Ignoram insultos com mais facilidade".
Depois de ouvir isso, comecei a reconsiderar meu nome. Ainda que eu não gostasse das provocações da infância, elas talvez tenham servido a algum propósito. Por isso, para celebrar o paradigma do menino chamado Sue, hoje assinei um artigo com o meu nome do meio pela primeira vez.
E também pela última. Como Sue percebe quando chega a hora de batizar seu filho, melhor não exagerar em defesa de uma teoria.


Preciso explicar: eu não quis dizer, de jeito nenhum, que o nome do Giovani era estranho. Absolutamente. Confesso que fiquei feliz ao ler este texto e saber da natureza da pesquisa. Por que? Bem, porque quero que meu filho (ou filha) se chame Cusfosfós.

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