Homem acha corte muito caro e mata cabeleireira *
Um russo é acusado de matar uma cabeleireira por achar o preço do corte de cabelo muito caro. Os promotores afirmam que Vadim Tikhonov, 33 anos, se recusou a pagar os R$ 7 pelo serviço.
Tikhonov teria acertado a cabeça da mulher com um martelo quando ela tentou impedir que ele deixasse o local sem pagar, em Omsk, na Sibéria. Após a martelada, ele ainda teria esfaqueado-a 12 vezes.
Ele afirmou à policia que matou a cabeleireira porque não tinha dinheiro para pagar pelo corte.
*AP
Cega cai nos trilhos e morre atropelada *
Theresa Fiorentino seguia a mesma rotina desde sempre: caminhava os sete ou oito passos que separam a banca de jornais do elevador, embarcava pelos cinco segundos necessários a descer um pavimento e passava cerca de um minuto fumando seu cigarro em uma das plataformas de concreto da estação ferroviária de Croton-Harmon, uma cidade próxima a Nova York.
Na terça-feira, a rotina não mudou, mas Fiorentino, que era cega e há mais de 40 anos operava a banca de jornais da estação, tomou um elevador diferente para descer à plataforma, porque o que ela costumava usar estava enguiçado, contou uma de suas filhas.
Não se sabe se ela tropeçou ao sair do elevador ou se sofreu desorientação momentânea, mas às 8h31min um trem da Amtrak que estava a caminho da estação Pennsylvania, em Nova York, atravessou a estação sem se deter, e atingiu Fiorentino, 75 anos, que havia caído nos trilhos, segundo as autoridades.
"Percebi o trem se aproximando e ouvi um estrondo, mas não sabia o que tinha acontecido", disse Nance Cohen, a filha mais nova de Fiorentino, que estava na estação na manhã de terça-feira para ajudar sua mãe na banca.
Cohen disse que correu pela escadaria que liga a estação à plataforma e depois correu até a banca, à procura de sua mãe. Ao ouvir os gritos dos passageiros na plataforma abaixo, ela começou a chorar.
"De alguma maneira, eu sabia que a tínhamos perdido", disse Cohen, 49, em entrevista na modesta casa em que sua mãe morava, a cerca de 1,5 quilômetro da estação.
Dan Brucker, porta-voz da Metro-North, a linha ferroviária de subúrbio que também opera na estação, diz que imagens das câmeras de vigilância mostraram Fiorentino caindo da plataforma no momento em que o trem passava em alta velocidade pela estação.
Ela não foi empurrada, disse Brucker, e as autoridades descartaram a possibilidade de suicídio. "Ao que parece, foi um trágico acidente", ele afirmou.
Fiorentino operava a banca de jornais da estação de Croton-Harmon há mais de 40 anos; ela e seu primeiro marido, Jerry Marafito, disputaram e venceram a concessão em 1961, sob leis estaduais e federais que permitiam a deficientes visuais operar esse tipo de negócio, contou Cohen.
A filha contou que seu pai, Marafito, sofria de retinite pigmentosa, uma doença que o fez gradualmente perder a visão. Já sua mãe havia perdido a visão depois de uma cirurgia para remover uma pedaço de uma escova de aço que havia se alojado em um de seus olhos depois que ela caiu enquanto limpava a casa, contou Cohen.
Para seus pais, ela disse, a banca representava uma oportunidade de continuar trabalhando e de se manterem perto de sua terra de origem, depois que os dois perderam a visão.
Fiorentino era um personagem querido na estação de Croton-Harmon e continuou a operar a banca de jornais mesmo depois da morte de Marafito, causada por um câncer há 20 anos, e da morte, mais recente, de seu segundo marido, Joe Fiorentino, a quem ela conheceu em um acampamento de férias para cegos, conta Cohen.
"Minha mãe sempre manteve a determinação de continuar trabalhando na banca, mesmo que isso a forçasse a fazê-lo sozinha", contou Cohen. Fiorentino costumava se levantar às 3h, todos os dias, e muitas vezes apanhava um táxi para ir à estação, começar a preparar o café e os pães com manteiga, e a organizar os jornais e as moedas para troco, antes que os fregueses começassem a chegar à estação para seus trens matinais.
Os viajantes que utilizavam a estação a conheciam como Terry, e Fiorentino estabeleceu relacionamentos com eles que permitiam a ela funcionar sem grandes dificuldades por trás do balcão. Ela era tão desenvolta em seu trabalho que muitos dos fregueses custavam a perceber que era cega, como muitos deles recordaram na terça-feira.
"Os fregueses regulares diziam a ela o que queriam e quanto dinheiro estavam entregando, para que ela pudesse providenciar o troco certo", contou Sarah Murphy, que ocasionalmente comprava jornais e café na banca de Fiorentino, nos cinco anos em que vem usando a estação como ponto de partida para seu percurso diário até Manhattan.
"No começo, eu nem tinha percebido que ela era cega", conta Murphy. "Ela sempre me pareceu uma mulher espantosamente auto-suficiente."
Brian Kennelly, motorista da J&S Taxi, a frota local, diz que costumava apanhar Fiorentino em sua casa às 3h30min, dois dias por semana, para levá-la ao trabalho.
"Ela era o tipo de mulher que sempre demonstrava generosidade, sempre tentava ajudar as pessoas, mesmo que fosse cega", conta Kennelly, 63. "Era uma dessas pessoas que causam boa impressão a todos que a conheceram."
Cohen, que vive no condado de Duchess, tomava o trem para Croton-Harmon duas vezes por semana para ajudar sua mãe na banca, e sua irmã, Linda Kramer, também ajudava sempre que podia. Mas mesmo nos dias em que nenhuma das duas podia estar presente para ajudar, Fiorentino abria a banca, antes que os trens começassem a rodar.
"Ela jamais faltou ao trabalho", conta Cohen. Poucas horas depois de sua morte, alguém deixou um buquê de uma dúzia de rosas diante da banca de jornais fechada.
* Portal Terra
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