sábado, outubro 30, 2010

É amanhã!

Como seu eu pudesse ter me esquecido. Como se as pessoas tivessem me permitido esquecer. Como se a programação da televisão, o comércio, meu pai tivessem deixado passar despercebido o fato de hoje ser sábado, dia 30, e amanhã, o segundo turno da eleição presidencial.
Depois de muito tempo, este sábado está sendo o primeiro dedicado "ao lar". Sem aula, ficar em casa foi e está sendo bom demais. Com algumas chateações, mas, em suma, bom mesmo.
Na rua, na parte da manhã. O trânsito estava tão tão louco, que, ele sim, me trouxe um arrependimento amargo de não ter saido de casa a pé. Mas... como não é este o assunto do post, continuo então.
A situação nas ruas estava caótica. De verdade. Embora a prática da campanha eleitoral no dia de hoje, véspera de eleição, seja crime, as ruas do bairro estavam apinhadas de gentes, de todos os tipos, cantando e pedindo - ou implorando, em alguns casos - votos para este ou aquela candidata.
Muitos gritos, muito som alto, carros parados em longas filas causadas pela lentidão dos outros que estavam tocando músicas e mensagens. Uma loucura.
Em tudo isso, havia um fator que me chamou a atenção muito mais do que todo o resto: os argumentos que os cabos eleitorais estavam usando, para tentar convencer as pessoas a votarem em seus respectivos candidatos.
Ouvi algumas frases, de tão absurdas, viraram inacreditáveis. Praticamente piada. De muito mau gosto, que fique claro.
E no meio de tanta ignorância, eu cheguei a perguntar a uma senhora, que estava parada na beira da avenida "o que é o pré-sal"? A pergunta surgiu depois que ela gritou: "o pré sal do mundo é nosso!". Eu tinha ou não tinha que perguntar? E ela respondeu: "Minha filha, eu não sei o que é não, mas ta todo mundo dizendo que vão dar "pro zôtro", a gente tem que impedir".
Meu Deus do céu! Como assim?
E foi. A pura verdade.
Em meio a tanta bagunça, barulho, correria, sol quente e chateação, eu, além de pensar imediatamente em relatar isso aqui no brog, me perguntei o que está motivando o voto das pessoas este ano, nesta eleição tão... digamos, curiosa.
Pra começo de conversa, boa parte das pessoas está sendo movida pelo idealismo político, pela simpatia e pela bandeira de cada candidato. Justo. Justíssimo, aliás. Inclusive, eu prefiro ouvir argumentos desse tipo a ouvir absurdos como "continuidade ao trabalho do atual governo", "levar o progresso de São Paulo a todo o Brasil".
Não encontrei muitos eleitores preocupados com a vida pregressa do candidato. Não há opiniões sobre o que pode ter acontecido com este pleito desde o início oficial da campanha, quando começou também toda essa troca de acusações que foi ao ar todos os dias, até hoje. Não há pessoas que conheçam a trajetória política dos dois 'finalistas'. Não encontrei eleitores que soubessem me dizer quem é, de fato, a oposição nesta eleição. Não foi possível ouvir de uma pessoa sequer a diferença prática de cada candidato, de suas propostas. Gente, eu não encontrei nem gente que conseguisse falar sobre essas propostas!
É, de fato é assustador. E pior ainda é que já chegou o dia. É amanhã!
Chegou o dia de todo este povo lindo escolher uma pessoa para governar este paraíso por 4 anos.
Nem dá tempo de pedir mais uma vezinha pra gente pensar um pouquinho, tentar enxergar além da imagem tratata de cada um dos candidatos, imaginar o que cada um diria, sem a ajuda de marketeiros e assessores, em cada resposta. E ver se, por detrás disso tudo, estão mesmo as pessoas que vêm aparecendo por aí...
Chegou a hora, meu povo!

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