terça-feira, outubro 05, 2010

A Eleição dos Azarões

Sei que o assunto “eleição” já ta velho, cansativo e tudo o que dizem sobre ele é igual: os resultados, as pesquisas de intenção de voto, as surpresas... enfim. Sei que ta chato falar sobre isso, mas eu precisava compartilhar com os meus três leitores este meu sentimento...
Eu não votei em ninguém. Não faço isso desde que voltei de Brasília. Vim embora e deixei meu título registrado lá na capital federal. Se estivesse lá, não votaria na Weslian Roriz e como estou aqui, tive que justificar minha ausência.
Melhor justificar mesmo... com tantos candidatos a todos os cargos, eu ficaria na dúvida de a qual deles dar meu voto.
Foram tantos candidatos que, como nos cavalos, esta foi a eleição dos azarões. Dos nomes que costumávamos ouvir sempre nesta época, muitos deles saíram das listas dos eleitos. Muitos mesmo.
Na região que moro, por exemplo, de 10 deputados – entre os federais e estaduais, agora há 3: um federal e dois estaduais. Eu, particularmente, não me importo muito. Nunca me importei e agora não será diferente.
E eu não me importo, não por ser uma pessoa ‘des’politizada ou despreocupada com o que acontece na política, ou o que quer que pensem. Sou uma pessoa que se preocupa com o que fazem deputados, senadores, vereadores, prefeitos e governadores. Sou uma pessoa que sabe dizer qual a função que cada cargo exige de quem o ocupa. Sou uma pessoa que lê sobre política, sabe em quem votou nas últimas eleições, conhece a origem dos partidos políticos e consegue diferencia-los, assim como ao discurso de cada um deles.
Mas quem liga pra isso? Vivemos num país em que não saber a função de um político é comum e não se lembrar em quem votou na última eleição, regra.
Vivemos num país em que, a cada ano, um número maior de pessoas comuns quer uma vaga em cargo político. E um número maior de pessoas comuns: seu vizinho, o pai do seu amigo, aquele cara que sempre liga pra rádio e pede uma música, o pastor da igreja...
E tem também aqueles dos quais ninguém nunca ouviu falar: um que se julga injustiçado pela vida, outro que ocupava um cargo público qualquer e agora quer ‘fazer alguma coisa pelo povo’, um que foi presidente de grêmio estudantil, de algum sindicato....
E há, cada dia mais, os artistas. São cantores, atores, praticantes de esporte, técnicos de algum time ou equipe, dançarinos... e mais uma galera.
O resultado de tanta gente querendo uma vaga foi divulgado ontem: o número de votos que teve cada candidato. É inacreditável! E não estou me referindo aos candidatos que não obtiveram nenhum voto, porque estes são aqueles que só estão ali para fazer números aos partidos. Estou falando de pessoas que se dedicaram a pedir votos, investiram em material de campanha e, em alguns casos, acreditaram que ganhariam.
É claro que todos podem querer. Por que não poderiam? Mas... querer por quê? É essa a minha dúvida.

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