terça-feira, dezembro 21, 2010

Muita Calma Nessa Hora

Não sou daquelas que adoram uma comédia. Pelo contrário... arrisco, pra conhecer. Obviamente, pode acontecer de eu ser conquistada pela história, mas isso não acontece com frequência.
E com o filme de ontem...
Simpático. Pra mim, esta é a palavra que define Muita Calma Nessa Hora, filme brasileiro, que já levou mais de um milhão aos cinemas.
Sem piadas e situações novas, o filme seguiu fórmulas utilizadas em (bons) programas humorísticos de televisão, para criar um roteiro simples, sem reviravoltas e cheio daquelas piadinhas velhas... como o célebre comentário à moça que acaba de acender um cigarro: "Dizem que o fumo mata devagar". "E quem disse que eu to com pressa?", ela responde.
Este fato, porém, não chega a ser um grave defeito. Muita Calma é leve durante todo o tempo, o que faz dele um filme bobo, mas razoável.
Tita desiste de um noivo traidor e viaja (de "lua de mel") com as amigas Mari e Aninha para Búzios. No começo da viagem, conhecem Estrela, a hip que está procurando pelo pai.
Cada uma das moças tem um objetivo. A traída, quer namorar todos os homens do mundo e recuperar o tempo perdido. Mari, vivida por Giani Albertone (ruim toda vida), quer distância de todos os homens do mundo. Aninha só precisa decidir o que quer... parece alguém que eu conheço. Pra mim, aliás, Fernanda Souza é a melhor de todas!

E com tantas diferenças, o filme consegue tirar gargalhadas do povo. Pelo menos dos incontáveis adolescentes que lotam a sala do cinema.
Pra mim, alguns erros poderiam ter sido evitados (ou não). Por exemplo, várias sucessão de cenas, de paisagens... deixa Muita Calma, em boa parte, na mesmice.
Algumas participações especiais abrilhantam as cenas. O chicleteiro de Lucio Mauro Filho e o playboy paulistano de Marcelo Adnet são, de longe, o melhor. Sem falar em Luiz Miranda com sua drag queen, Heloisa Perissè com sua videntezinha falsa, Maria Clara Gueiros e sua empregada cheia de pudores, o falso argentino de Nelson Freitas e o breve tatuador de Sérgio Malandro. São personagens divertidos, perdidos numa história que tem pouco o que dizer.
Muita Calma Nessa Hora conseguiu me arrancar algumas risadas. Muito menos do que conseguiu arrancar do resto do cinema. Aliás, a sala lotada de adolescentes me fez repensar a ida ao cinema entre os meses de dezembro e janeiro...
Muita Calma compensa sim. Não tanto quanto alguns, mas compensa. Por ser leve, mesmo não tendo algo que a sustente.
As paisagens são lindas. Não por coincidência, claro, afinal de contas, é Búzios!

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