quinta-feira, dezembro 09, 2010

Rio: ritmo acelerado de prisões preocupa autoridades*
Carceragens da Polícia Civil estão superlotadas; até o dia 2, ao menos 145 pessoas foram presas

O ritmo acelerado das prisões após as ocupações dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, preocupa as autoridades do Rio.
O motivo é a superlotação das carceragens da Polícia Civil. Até o dia 2, pelo menos 145 pessoas tinham sido presas, entre traficantes foragidos dos conjuntos de favelas e pessoas que participaram dos ataques contra carros e ônibus.
Entre os presos, 16 adolescentes e sete mulheres. Das 24 pessoas detidas em flagrante incendiando veículos, dez eram menores de idade. Entre os adolescentes presos, a maioria morava nas favelas do Alemão e da Penha.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) alerta que as carceragens da Polinter (Divisão de Capturas da Polícia do Rio) estão superlotadas e que o Estado não construiu nenhuma Casa de Custódia desde 2005.
"A Polícia Civil abriga em suas carceragens 4 mil presos, alguns deles em locais sem água potável e luz natural. O Governo do Estado não constrói casa de custódia, mas, paradoxalmente, o discurso é de ocupar território e capturar criminosos", disse o deputado.
Ele já integrou o Conselho Comunitário da Pastoral Carcerária e inspirou o personagem que negocia com os presos no filme Tropa de Elite 2.
Segundo Freixo, a carceragem de Neves, em São Gonçalo (Região Metropolitana), está com 500 presos, mas sua lotação é para 150 detentos. Ele afirma que um dos motivos para a superlotação é a falta de vagas no sistema carcerário para os presos já condenados, que começam a cumprir pena nas celas da Polícia Civil.
"Constitucionalmente, a polícia nem tem o papel de abrigar detentos", ressaltou o deputado.
A Assembleia Legislativa do Rio aprovou na terça-feira um projeto que autoriza benefícios fiscais aos municípios que construam casas de custódia. Procurado, o coordenador do sistema de controle de presos da Polinter, o delegado Clei Catão, não quis se manifestar.

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