domingo, junho 26, 2011

Amigos X dinheiro

Dinheiro emprestado é sempre problema. Pro banco, pro agiota, pra família ou pro amigo. Problemas diferentes, claro, mas problema. Se for pro Banco, ele vai cobrar e se não receber, vai aplicar sanções legais caso não receba. Se for pro agiota, ele vai cobrar e aplicar sanções ilegais caso não receba. Se for pra família, ela vai cobrar e aplicar sanção nenhuma caso não receba ou vai aplicar aquela da saia justa que deixa todo mundo sem graça quando ta todo mundo junto. E se for pro amigo... ah, se for pro amigo, lasca tudo.É uma relação delicada. Sim, quem nunca esteve envolvido em algo assim?
Ontem eu fui acordada pelo telefone celular tocando. Era um amigo de longa data querendo um dinheiro emprestado. Custei a entender o motivo da ligação, afinal de contas, passava pouco das 8 horas da manhã (o que devia ser proibido num sábado, ainda mais por uma motivação dessas) e eu não estava nadinha acordada. E eu sou dessas... odeio telefonemas nas madrugadas.
Demorei tanto a entender, que o cara teve que explicar umas vinte vezes o que ele queria. E, cá entre nós, juro que não consigo me lembrar pra que ele precisava tanto da grana ao ponto de me telefonar às 8 da manhã de sábado.
Ta. O fato é que eu não tenho dinheiro pra emprestar. Nem pra ele, nem pro meu pai (que, aliás, não precisa, graças a Deu), nem pro Dê nem pra ninguém. Se eu tivesse dinheiro pra emprestar, emprestava a juros e concluia a obra da minha casinha, que nas duas últimas semanas ta andando a passos de tartarugas, tão pouco o dinheiro que anda sobrando nos meus cofres.
Como a situação requeria, antes de responder, um certo tato, precisei me preocupar. Sim, eu não tenho tato pra essas coisas. E meus três leitores sabem disso. Não dou conta de ser assim, gente! Até preciso de ajuda quanto a isso.
Mas voltando ao fato...
Demorei uns dois minutos pra acordar, conversei um pouco e, finalmente, consegui, com jeitinho, dizer que não tinha como emprestar nenhum dinheiro. Usei a verdade como aliada, já que estamos mesmo gastando muito com o acabamento da nossa casinha.
Depois que desliguei o telefone, me lembrei que esta não foi a primeira vez que este amigo me pediu dinheiro emprestado. Coincidentemente eu nunca pude ajudá-lo. Uma vez porque estava gastando com uma coisa, outra vez porque estava pagando outra... sei lá.
Pode parecer brincadeira, mas não é. Confesso que até me senti um tanto mal por nunca ter podido ajudá-lo, mas infelizmente não havia nada que eu pudesse fazer.
Depois disso fiquei pensando na relação que temos com amigos. São relações ótimas, amizade forte e linda, parceria inseparável. Tudo isso até que entra a porcaria do dinheiro no meio. Alguém aí já viveu isso? Eu já, algumas vezes. E, na maioria das vezes, me arrependi. E muito.
Não aquele arrependimento por ter ajudado ao amigo, mas aquele arrependimento de "e se ele não me pagar, como vai ser?".
Pois algumas vezes eu consegui responder a esta pergunta. "E se ele não me pagar, como vai ser?". É, eu aprendi a responder a esta pergunta da pior forma possível: não recebendo e tendo que fazer alguma coisa além de cobrar para tentar manter a amizade.
Em alguns casos funcionou. Em outros não. E nem precisa pensar que eu já atuei como agiota na vida, que emprestei dinheiro a mais de mil amigos. De jeito nenhum. Bastaram alguns poucos, pra eu sacar como a coisa funciona.
Amamos amigos, mas precisamos tentar separar as coisas. E olha que eu sou daquelas que usa o cartão corporativo da Resende numa daquelas viagens a Petrópolis...
Separar as coisas de verdade. Somos amigos, nos amamos, mas precisamos ter aquela tal de consciência na hora de pedir dinheiro emprestado. Especialmente aquele amigo que sabe que não vai pagar.
Somos amigos e queremos nos manter assim. Então, recorra ao banco, mas não a mim. Por favor.
Claro que minha opinião não combina com o as dos meus três leitores. É assim que a vida é. Temos opiniões diferentes, sobre diferentes assuntos.
Tão diferentes que, juro, queria saber o que pensam os meus queridos e fiéis três leitores sobre este caso...
Ah, e o meu pai acabou emprestando o dinheiro praquele meu amigo do telefonema. Hoje, quando perguntei se ele tinha resolvido o problema dele, meu pai me disse: "Emprestei, sim. E se ele não pagar, também não vai ter cara pra pedir de novo".
Será?

4 comentários:

Júlia Lacerda disse...

Detesto isso, mas já tive uma experiência. Melhor que tenha acabado bem. Beijo, adoro o blog.

Anônimo disse...

APOIADA! QEUM SABE ASSIM EU PARO DE PEDIR DINHEIRO EMPRESTADO PRA VOCÊ?

Resende disse...

Miga, meu cartäo corporativo está e sempre estará a sua disposição! Rs! E pra finalizar: vc está certíssima! Amigos amigos, dinheiro a parte!

Júlia disse...

onde eu assino? é por isso que nunca te peço dinheiro emprestado. ahahahaahaha!