quinta-feira, fevereiro 02, 2012

É tanta bobagem...

De uns tempos pra cá, é tanta bobagem que dá vontade de mudar de canal. Mudar de site. Mudar de jornal. Mudar de vizinhos. Mudar de trajetos. Mudar de redes sociais. Mudar de casa. E torcer pra que seja logo possível mudar de mundo.
É inacreditável a importância que todo mundo dá a coisas tão pequenas. Não que eu dê importância enorme a fatos que o mundo comenta, que as manchetes citam ou que as organizações mais importantes do planeta discutem. Não, não faço parte deste universo. O caso é que o banal tornou-se o fundamental.
Pra estar por dentro dos acontecimentos e saber falar do que vem sendo discutido por todo mundo, eu tenho que estar ligada aos comentários que o povo vem fazendo sobre um assunto que eternamente desconheço. Foi exatamente assim com o meme "Luiza ta no Canadá". Eu vi todo mundo falando e, confesso, não tive a menor curiosidade de procurar saber o que era. Até que alguém, perto de mim, disse o que tinha havido.
Não me importo com coisas pequenas. A não ser que essas coisas, sejam quais forem, estejam intimamente ligadas à minha vida, à  minha rotina, ao meu trabalho, aos meus interesses.
Hoje, surpreendeu-me ler, em alguma rede social das que temos aí, que a "Luiza que estava no Canadá foi emancipada". Sério! Como isso fosse realmente importante. Se bem que, se ta na boca do povo, é importante. O povo é que transforma o fato em importante. Somos nós quem fazemos a notícia ser importante.
É o povo que faz programas de TV serem líderes de audiência ou não. Somos o país que assiste aos reality shows ricos que nos são "impostos", feliz da vida, como não houvesse nada mais interessante. E com "interessante", não quis dizer, em absoluto, "inteligente". Jamais diria isso. Somos nós que vivemos felizes demais assim. Eu, inclusive. Porque gosto de futilidades. Leio revistas femininas, por exemplo. Mais que leio, sou assinante de duas delas. Gosto de lê-las quando não quero pensar. Gosto e pronto.
O que aconteceu, porém, é que a coisa fugiu ao controle. Não há mais como segurar. Não há mais forma de salvar. Não tem mais jeito. Ta aí. É fato.
É bobagem. Daquelas com as quais sofremos a convivência. Daquelas pelas quais dá vontade, sim, de mudar de mundo.

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