domingo, dezembro 02, 2012

O jeito Flávia de ser...


Todo mundo tem seu jeito. Gentil, fino, delicado, soberbo, nervoso, irado, contente, forçado e por aí vai....
Dia desses um cara que trabalha comigo disse que, numa entrevista que fiz a uma autoridade, eu parecia estar "dando uma dura" no entrevistado.
E depois que ouvi isso, fui avaliar a minha forma de agir em cada situação.
Meus três leitores me conhecem e sabem qual o meu jeito. Esse jeito de Flávia de ser. Aliás, de ser, de agir, de conversar, de ser sincera, de ser.... de ser..... de ser.....
E pensei tanto que descobri alguns....
Como o jeito Flávia de ser agressiva. Não, não aquela agressiva que briga ou aponta o dedo na cara do outro no trânsito, mas a agressiva que vira agressiva porque fala alto, rápido e com a voz rouca. E a "agressividade" que, na verdade, nem existe, vira sua marca registrada. O chefe acha isso, a vizinha acha isso, a atendente do telemarketing acha isso... pelo menos os mais próximos já descobriram, assim como os que chegaram recentemente, que "é só esse seu jeito, que assusta no começo". Copiando meu pai: "A Flávia? É como uma baleia: grande e mansa" (e não, não vejo isso como um elogio, a quem interessar possa).
Como o jeito Flávia de ser sincera. Ai, que deste eu tento me livrar todos os dias, mas ainda não consegui. Não que queira ser falsa, mas tem horas que esse jeito Flávia de ser sincera extrapola e não me obedece mais. Invariavelmente, saio desses arroubos pedindo desculpas, dizendo que sou assim mesmo, implorando pra não ser levada a ferro e fogo..... coisas do tipo.
Como o jeito Flávia de ser desastrada. Não, não há ninguém no mundo inteirinho que se pareça, nem de longe, com esse. É o jeito que faz da pessoa, como dizem alguns, um cataclismo. Ela derruba tudo, quebra tudo, esbarra em tudo, não tem noção de espaço e por aí vai... ninguém segura. 
E o jeito Flávia de ser professora de português? Não, não na sala de aula, mas na sala de casa, na sala do cinema, na sala de espera, na sala do vizinho e em todos os outros ambientes do mundo. Basta um "pobrema", um "há dois anos atrás" ou um "vamos se arrumar" pro jeito Flávia de ser professora de português aflora de um jeito tão violento, mas tão violento, que chega a ser incontrolável. Não adianta... ninguém escapa!
Tem também o jeito Flávia de ignorar os outros. E desse daí só experimentam as pessoas que merecem. Aquelas que, como uma que passou pela minha vida recentemente, insistem em julgar e, tomarem pensamentos falsos e injustos e fatos isolados e os transformarem em verdade absoluta, aqueles tipos de verdade absoluta que machuca, que rasga, que provoca dor. Poucas pessoas no mundo conhecem esse jeito Flávia de ser. As que conhecem, por certo, não gostam.
Outro é o jeito Flávia de ser abusada. Ih... quanta gente experimentou! E quanta gente disse: "Ô garota abusada!". E com este abuso, já conseguiu irritar muita gente grande. E gente pequena também. Bandidos e amigos policiais que o digam...
O jeito da Flávia de ter a Laura guardada dentro de si é lascado também. Uma vez por mês, o alter ego toma conta do ser da criatura e pronto! Ela é transformada, a força, em outra pessoa... e a Laura só vai embora depois. Quem ta por perto, sempre sofre.
Tem o jeito Flávia de ser escandalosa. E basta uma noite de conversa num bar ou em qualquer lugar, pra todo mundo conhecer esse jeito. Ri muito alto e fala muito alto. Uma piada vira um acontecimento.
E o jeito da Flávia de ser metida? É metida a boa jornalista (porque sabe que é), metida a boa amiga (porque sabe que é), metida a boa esposa (porque sabe que é), metida a boa companhia (porque sabe que é), metida a bonita (porque sabe que é), metida a inteligente (porque sabe que é), metida a ter bom gosto (porque sabe que tem), metida a ser boa comunicadora (porque sabe que é), metida a ser boa filha e boa irmã (porque sabe que é) e mais um tantão de metidas por aí...
Quantas Flávias dentro de uma só!

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