sábado, julho 12, 2014

Eu e os motoboys

Não é segredo pra ninguém a minha falta de habilidade ao volante. Isso se dá pela minha notável falta de noção de espaço e pelo fato de eu não ter muita prática, embora seja habilitada há 10 anos. Esse negócio de dirigir todos os dias começou a fazer parte da minha vida há pouco mais de um ano, quando não tive escolha.
Assim como essa falta de habilidade não é segredo, o medo que eu tenho de pedestres, ciclistas e motociclistas também não. Sempre acho que eles estão em lugar errado. 
Os pedestres, em vez de andarem pelas calçadas, feitas para eles, fazem questão de andar na beirada da rua, ao lado dos carros estacionados nas vias. Ou seja, exatamente ao lado dos veículos em movimento. Os ciclistas, acham que são carros. Estão sempre atrás de ônibus e caminhões, atravessam sem verificar e, muita vezes, ocupam o espaço dos carros nas vias. É, eu já vi. 
E tem ainda os motociclistas, a quem o Dê chama "motoboys", não importa se são ou não. Esses são os que mais atrapalham a minha vida. Se bem que eu acho que eles atrapalham a vida de todo mundo. Mas mais sério que isso, me dão medo.  Daqueles medos graves, praticamente pânico. Eles não respeitam faixa contínua, nunca, e isso é uma regra. Daquelas sem exceção. Compram o veículo pensando em economizar tempo nesses trânsitos infernais que existem por aí. E, com este pensamento, são convictos de que foram criados para infringir as regras de trânsito e de que não têm o dever de permanecer atrás dos automóveis, como qualquer outro.
Alguns deles não respeitam sinais fechados, faixas de pedestres e, não raro, andam com o pé a postos, como se, a qualquer momento, fosse preciso acertar um retrovisor qualquer. Isso eu também já vi. Pra ficar só nesses exemplos. Há outros, sem dúvida nenhuma.
E essa semana eu fui vítima de um desses desesperados. O trânsito, ao contrário de todos os dias, estava calmo, por volta de 1 da tarde, quando eu voltava com a Joana do treino de boxe.
Como faço sempre, parei para um grupo de pedestres atravessar na faixa destinada a eles. Não havia nem um carro atrás de mim. Nem unzinho sequer. Eu parei. Os pedestres ainda estavam na metade da via, quando aquele barulhão nos deu um susto absurdo. Custei a entender o que tinha acontecido. Cheguei a pensar que tinha atropelado alguém. Nessas horas, mesmo parada, o cérebro custa a processar. Ainda mais porque eu tinha certeza que não tinha ninguém atrás do meu carro.
Certo. Uma olhada pelo retrovisor, uma fração de segundo depois e eu entendi. O motociclista ainda estava meio atordoado. Aí, aquela dor de cabeça, resultante de casos como este. Ele permaneceu no local, vai arcar com os prejuízos, que se resumem à pintura do parachoques e à troca das duas lanternas esquerdas. Disse que estava entretido, que não viu que havia pedestres atravessando (ele deve ter achado que eu parei o carro porque tava cansada de dirigir).
É uma chateação absurda. As consequências da distração dele vão custar uns bons 700 reais.
E não é que ele trabalha mesmo como motoboy? Nada contra. Nem a favor.

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