sexta-feira, dezembro 26, 2014

A gente se acostuma

Algumas situações são chatas, outras nem tanto. A verdade, é que com qualquer uma delas, a gente se acostuma.
Eu me peguei pensando dia desses sobre o cotidiano e, com ele, algumas situações com as quais já acostumamos, embora não deveríamos.
Dá pra ficar um dia inteiro listando e fazer algumas postagens sobre o assunto. Ou vai dizer que tudo com o que você vive ou se acostumou a viver - por falta de escolha, talvez - é aquilo que você quis ou preferiu. Duvido.
Eu, por exemplo, tento não me acostumar com aquilo que não me agrada. Tento, mas nem sempre eu consigo. Infelizmente.
Não consigo me acostumar, por exemplo, com mau atendimento. De jeito nenhum. E se uma reclamaçãozinha não surte efeito, o jeito é mudar de prestador de serviço, vendedor ou o que quer que me ofereça o mal educado. Com ele, não sou obrigada. E já que ele insiste em permanecer me oferecendo - muito - menos do que eu ofereço ou mereço, não precisa de mim.
Só que não posso deixar de viver com colegas que se deixam levar por ideias burras, com pessoas chegadas que insistem em agir sem honestidade com os outros e aqueles conhecidos que fazem questão de manter a vaidade em alta e a preocupação com os outros, esquecida em algum canto inatingível.
A gente precisa se acostumar com as grosserias no trânsito, as crianças indesejavelmente pirracentas que insistem em se jogar no chão de todo estabelecimento comercial. A gente não tem como fugir dos chatos, dos avarentos e dos supermercados lotados.
Consigo evitar a convivência com os invejosos, aqueles seres asquerosos que querem exatamente aquilo que a gente é, porque quase sempre os invejados não têm nada, apenas são. É, é muito, eu sei.
Preciso aprender a evitar os sugadores. Aquelas pessoas que só aparecem quando precisam. Não dá pra acostumar.
E já me acostumei com esse povo fazendo festa com feriados prolongados e achando bonito, compartilhando autoajuda e conselhos hipócritas nas redes sociais, deixando a demagogia tomar conta do próprio discurso. Já me acostumei com os que cometem pequenas infrações em nome do eterno 'jeitinho brasileiro', como se isso fizesse parte do DNA das pessoas que nasceram aqui e, com isso se esquecem que o direito dos outros começa onde termina o deles.
Já me acostumei com os chatos do Facebook, Instagram e afins, que curtem o que publicam, não checam o que compartilham, que tentam nos empurrar seus ideais e princípios goela abaixo e expõem ideias sem pé nem cabeça. Não, não tem nada a ver com inteligência e diploma deles e preconceito meu. Tem a ver com toda a chatice que, a cada dia, irrompe pelas páginas alheias, enchendo o campo de visão de asneiras sem tamanho.
E vamos nos acostumando...
Só que como tudo, há os costumes que a gente gosta de ter que conviver. Os educados e que estão sempre de bom humor são dois tipos que eu adoro ter por perto. Aqueles que nos entendem com um olhar ou pelo menos tentam, são outros que dá gosto ter ao lado.
Os bons de ideias e criatividade, que nos dão choque de realidade naqueles momentos de nuvens (raros, no meu caso). Os amáveis, inteligentes e agradáveis, são os queridos à parte. Aqueles que festejam nossa festa, se alegram com nossas conquistas e ficam por perto pra quando a gente precisar são os indispensáveis. 
E se escrevem certo então... muito mais fácil de tê-los por perto!

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