quarta-feira, março 19, 2008

Com vocês... o Jorge!

Eu estava em Brasília havia apenas duas semanas e fui fazer uma matéria de um curso que estava acontecendo no campo de treinamento do Bope. Ta, que eu não me lembro exatamente de que era o curso, mas vale a informação, já que eu citei o local... ah, e me lembro também que no curso, os alunos trabalhavam em dupla, um dava cobertura ao outro até que um deles tirava contra um alvo (caraca! Quero só ver se alguém vai conseguir saber que curso era aquele, com essas informações tão precisas....).
Continuando... o Jorge não era aluno, mas como todo bom policial, arrumou um tempinho e veio ao campo, na parte de trás do prédio do Patamo (hum... será que é isso mesmo?), ver qualera a do curso. Veio acompanhado do maluco do C. Júnior (personalidade que eu SE recuso a descrever) e a primeira pessoa que encontrou foi eu. Paisana, com um bloquinho na mão, dando instruções inaudíveis pro Jorge Brum (o cinegrafista que tava comigo naquele sábado e não tava escutando nada porque tava no meio da zorra lá longe) e tentando entender o que tava acontecendo de verdade.
Curioso, ele sentou-se ao meu lado, acompanhado do C. Júnior e logo logo começamos a conversar. Foi uma conversa muito promissora..... (quem viu a matéria na segunda-feira seguinte se perguntou como foi que eu consegui apurar tantos dados técnicos importantes do curso e eu nunca tinha confessado que a minha fonte fora o Jorge, até ontem), mas terminou logo. E eu passei uns bons meses sem vê-los (ao Jorge e ao C. Júnior).
A segunda ocasião, que serviu pra gente selar de vez a amizade que perdura até hoje foi uma ocorrência da equipe de Patamo do Jorge. Ele era o patrulheiro da guarnição do ‘zero um’, na ocasião o aspirante a oficial Panisset (cara que vai ganhar um post também aqui no “Cada um dos meus”). Era uma ocorrência de prisão de quatro caras por furto, roubo, adulteração de sinais identificadores de veículos e tráfico de drogas. Era “a ocorrência”. Foi na Ceilândia e a partir daquele dia, ninguém mais via aquela equipe de Patamo trabalhando uma noite inteira sem que a minha equipe de TV passasse por ela.
Tivemos situações divertidíssimas. Uma delas foi quando o Jorge passou mal em plena noite de trabalho na cidade de Planaltina. Quando eu cheguei em P16, a Delegacia que tava registrando a ocorrência que eles tinham feito, recebi a notícia de que a equipe toda tinha ido pro hospital com o Jorge. Foram exatos dois minutos pra eu chegar lá. Até aí, tudo bem. O negócio só perigou quando eu avistei, à porta de um quarto, bem no corredor, dois policiais da equipe do J., fardados, de braços cruzados, mantendo guarda. Não entendi bem... pelo menos até chegar perto e ter a visão daqueles banquinhos que ficam exatamente à frente das portas dos quartos. Solenemente colocadas nos bancos, havia umas oito garotas. Sim, sem exagero. Umas oito. Todas elas olhavam insistentemente pros meninos à porta e, assim que cheguei, uma delas dirigiu-se ao Sampaio (um dos caras da porta) e perguntou: “Quando é que ele vai poder falar comigo?”. Antes que o Sampaio pudesse responder, eu me meti: “Falar o que com você? Você é vítima ou autora de algum crime?”. A garota me olhou com aquele olhar de auem-essa-garota-pensa-que-é?, e respondeu: “Não, não sou vítima. Sou uma fã e quero o número do telefone dele”. Ah....... quem conhece o ciúme crônico que eu tenho dos meus amigos pode imaginar qual foi a minha reação. Mais ou menos foi isso o que eu disse pra garota (disse pra ela, pra que todas as outras ouvissem, até porque eu sabia que a intenção das outras sete também era flertar com os policiais de preto, MEUS amigos): “Olha aqui, garota! O Jorge é um cara casado. Acho bom, acho muito bom você caçar logo o rumo de casa ou de qualquer outro lugar e deixar de ser oferecida. Não dá conta de ver um homem fardado que já quer o telefone dele? Cria vergonha nessa sua cara”.... e mais outros pequenos desaforos. A menina não disse “eu tenho uma boca”. Levantou-se e dirigiu-se à saída, seguida por duas ou três das outras sete. Eu ainda a ouvi dizer: “Hum... quem essa reporterzinha de araque pensa que é? A esposa dele? Ou a esposa deles todos?”. E eu não dei conta – de novo – de segurar a minha língua quieta dentro da boca e respondi alto: “Nem esposa nem namorada, sou uma amiga ciumenta que eles têm. E se você quiser ver o quanto eu fico brava quando alguma desocupada se mete a besta com os meus amigos policiais, eu vou lá fora e te mostro”.
Gente..... até hoje eu juro que nunca mais falei isso com nenhuma outra desocupada que se meteu a besta com nenhum outro dos meus amigos policiais. E nunca me esqueci dessa minha fala porque sempre que falo com o Jorge a gente relembra desse fato. Acreditam que ele tava daquele jeito.... afinal de contas, nunca se sabe. De nada.
Muitas outras histórias se seguiram a essa. Muitas mesmo. Tiroteios, festas, molocotôs, coca-cola de madrugada na porta do quartel, pizzas (ele é um tremendo pizzaiolo), panquecas, mousses de maracujá, milhares de torpedos SMSs implorando conselhos amorosos, conversas, aniversários, família dele reunida comigo, Laiane e Yan (os dois filhos lindos dele e da Lu)..... enfim. Se eu ficasse aqui, todo o conteúdo deste brog seria pouco pra guardar tanta informação e tanto carinho que tenho por este cara.
Agradeço a Deus por existir! Jorge, Lu e Cia. Ltda... amo vocês e sinto uma saudade indescritível!!!!!


2 comentários:

Unknown disse...

Fravia, consegue aí, um jeito de publicar no youtube aquele video sobre fotografias de morte do sodré.

Unknown disse...

Ei Frávia adorei, muito bom!
Só nós sabemos quanta coisa passamos juntos, quanta pizza comemos,hein!
Mas gostaria de parabenizar você.
Te desejar tudo de bom que este mundo possa te oferecer, pois você merece.
Cara nossa amizade é pura e verdadeira e você sabe disso.
Te amo nega.
Bjus do J.