quarta-feira, julho 28, 2010

Desespero...

Você, por acaso já sentiu na pele o desespero? Já viu alguém desesperado? Verdadeiramente desesperado?
Eu tenho resposta positiva para todas essas minhas perguntas.
Sim, eu estou desesperada. E sim, como estou estou pessoalmente desesperada, já vi alguém desesperado. Neste caso, eu. E, pra confirmar, sim, verdadeiramente desesperado. E sei que estou verdadeiramente desesperada, porque trata-se de mim, então, como não hei de saber?
Por certo os meus três leitores estão se perguntando o que pode ter me deixado tão tão desesperada.
E eu, claro, respondo, afinal de contas, é pra isto este post: pra explicar a razão do meu desespero.
Amanhã eu tiro dois dentes. Claro, no consultório de um dentista, mas isso não muda nada.
Eu queria saber por que é que tem que ser assim. Os dentes não cabiam na minha boca, isso é um fato. É matemático. Ou físico, sei lá. Só sei que é preciso. Não cabia. Os dois insistiram, insistiram, insistiram e, diante de tanta insistência e sem espaço, nasceram onde? No céu da boca. É, no céu da boca. Nem precisa fazer essa cara de "agora a Flávia endoidou de vez". É verdade. Os dentes nasceram no céu da boca.
Isso, admito, uns 18 anos atrás. E como nenhum dentista foi macho o suficiente pra me encarar e dizer que eu teria que extrai-los, eu nunca o fiz. Resultado de tudo isso? To desesperada. É, por isso. Se eu tivesse 'arrancado' os dentes na adolescência, eu já teria estado desesperada e não estaria mais - pelo menos não por isso -, eles - os dentes - não estariam mais aqui e pronto! Eu seria uma pessoa feliz. E não desesperada, repito.
Todo mundo pode achar que a decisão de retirada dos dentes foi um momento de coragem, mas preciso explicar que não foi. Nunca. Eu jamais teria um momento sequer de coragem tão grande, que me fizesse ir ao dentista, abrir a boca pra ele - xingando-o antes e depois, claro - e decidir tirar os dentes. De jeito nenhum!
O que aconteceu é que me doparam. Ou drogaram, se é que isso faz alguma diferença agora.
O fato é que eu não estava em mim. Absolutamente. Aliás, pela data, não foi droga. Foi a Laura. Certeza. Eu tava de Laura e ela tomou a minha mente, me levou ao consultório do dentista, disse calmamente que tinha decidido finalmente tirar os dentes e marcou a data.
Agora eu preciso cumprir a palavra do meu alter ego, que me atormenta uma vez por mês, todos os meses. Maldita Laura! Malditos dentes! Maldita TPM!
Pior que a Laura foi voltar a mim (eu tava fora de mim, lembra? Minha mente tava tomada por ela) e ouvir minha mãe dizer: "Tinha que ser um dentista homem mesmo pra tirar seus dentes. Eles são mais fortes. O dentista nem vai ter muito trabalho na hora de arrancar".
Essa frase me trouxe à mente uma visão sórdida de um homem grande, malhado, negro (confesso), com a máscara na boca, em cima de uma cadeira, fazendo força com um dos pés apoiados sobre o meu peito, enquanto uma mão segurava a minha cabeça na parte de trás e a outra segurava um daqueles aparelhos usados pelo dentista. A cara do dentista da visão eu não consegui ver muito bem, porque ele tava de máscara, mas eu tenho certeza de que ele estava molhado de suor, seus olhos estavam esbugalhados e as veias do pescoço dele estavam a ponto de explodir.
Sim, eu não consegui controlar essa visão. Foi a frase da minha mãe que teve este efeito.
Agora me lasquei. Por essa gracinha da Laura, depois de arrancar os dentes, ainda vou precisar ficar com arames presos aos dentes que permanecerem dentro da minha boca, por uns 2 anos. Tem noção?
Tenho ou não tenho razão para estar desesperada? Verdadeiramente desesperada?

Um comentário:

Sempre querendo saber disse...

KKKKKKKKKKKKKK
Consigo imaginar o desespero,mais não tenho uma noção pra comparar.Acredita que não tenho nenhum dente siso?
A dentista disse que minha boca não tinha espaço,por isso eles não nasceram.\0/ Mais o post é seu né?rsrs
Que tal uma anestesia geral?kkkkkkkkkk
Boa sorte!