segunda-feira, dezembro 27, 2010

Ah, barata não!

Eu sou valente. Aliás, aprendi com a minha mãe. Ela é valente. Daquelas que não têm medo de nada. Nem de ninguém, claro. Quando éramos crianças, ficávamos estarrecidas com a capacidade dela de matar ratos, sapos, borboletas e o que mais viesse nos incomodar. E nunca acreditamos em nossos olhos, ao vê-la, na ausência de um sapato ou chinelo, bater a mão ou o pé numa barata que aparecia por ali. É. Inacreditável pra você que está lendo este texto, tanto quanto era para nós, que víamos, e para todas as pessoas às quais falávamos da coragem dela.
O tempo passou e eu aprendi um pouco da valentia dela. Mato esses insetos sem medo. Exceto o rato, que nunca tentei e acho que não dou conta.
Borboletas, mosquitinhos chatos, pernilogos... é calor e eles aparecem com mais frequência. Como não tenho medo, nunca sofro tanto com a presença deles. Se me irrita muito, especialmente os pernilongos, eu acabo me livrando do pobrezinho.
E as temperaturas altas me obrigam a dormir com a janela do quarto aberta. Janela aberta e cortina também.
Até aí, tudo bem.
No domingo, janela e cortinas abertas, fui acordada de madrugada por um desses bichinhos voando pelo quarto. Teria virado pro canto e voltado a dormir, não fosse o fato de que o tal bichinho ficou atravessando o quarto e batendo na parede, no guarda roupa, na televisão, na parede de novo...
Até que eu me levantei e acendi a luz. Para minha imensa surpresa, o tal bichinho era, na verdade, uma nojenta barata voadora. Isso mesmo. Não era uma borboletinha, um mosquitinho, um pernilongo.... era uma barata. Voadora, ainda por cima.
Ainda meio sonolenta, tentei, sem sucesso, derrubá-la (com um chinelo, não com a mão). Fiquei naquela luta por alguns minutos, até providenciar uma vassoura, que facilitasse o meu trabalho.
Aí, o "baraticídio" não durou mais que cinco segundos. Eu, com o auxílio da vassoura, a derrubei e consegui matá-la. Cheia de ódio. É, porque não é por não ter medo, que não tenho ódio. Como diria a Aline: "Volta pro inferno, desgraçada!".
Depois que a tirei de circulação (literalmente), voltei a deitar. Cansada e p. da vida.
Antes de voltar a dormir, lembrei-me do conselho do Devan, para não deixar a janela e as cortinas do quarto abertas. "Qualquer hora dessas você vai acordar com um morcego no quarto", ele disse várias vezes.
Ta, gente. Morcego tudo bem. Eu suporto. Barata, não.

Nenhum comentário: