Não to
falando da atendente de telemarketing nem da operadora de caixa com cara de
poucos amigos. To falando de mim. E os meus três leitores sabem perfeitamente
que não preciso de explicar muito, porque bastam cinco segundos na minha
presença, pela primeira vez, pra saber que sim, eu sou grossa. E nos minutos seguintes,
constatar que não, eu não sou tão grossa assim. Na verdade, herdei de alguém,
que nunca conheci, uma agressividade falsa. Sim, falsa, porque na maioria das
vezes, eu não sou, de fato, agressiva. É apenas o jeito de falar. E, pior (ou
melhor, vai saber) é que é o jeito autêntico, porque é o mesmo usado pra falar
com os meus pais, o chefe, a amiga, o desconhecido e o marido.
Às vezes
alguém me diz que eu sou sincera demais, mas não sou. Não tem nada a ver com
ser sincera demais. Tem a ver com ser prática, não ficar de “mi-mi-mi”, se é
que me faço entender.
Sou prática.
E, em muitos casos, prática com erro, porque falo o que me vem à cabeça, sem
pensar. Aí, tenho problemas. E não to falando daqueles olhares do tipo “nossa,
como ela é grossa!” ou “como ela teve coragem de dizer isso?”. Não, também não
sei como tive coragem. Mas tive e pronto. Fazer o que? Ta dito, oras.
E nem sou
daquelas como uma amiga querida fotógrafa, que de falar o que queria cometia gafes
incríveis. Cansou de chamar a mãe do colega de trabalho de feia, a tia do outro
companheiro de chata, o irmão do estagiário de “sem-noção”..... coisas assim.
Nunca fiz isso. Nunca mesmo.
Não me acho
estúpida. Depois de um certo tempo de convivência, alguns até me acham
simpática. E outros, divertida. Vai saber.... tem de tudo nesse mundo!
Não forço
amizade. Não troco nem aceno de cabeça com quem não conheço ou nunca conversei.
Sinceramente não sei o nome de 95% dos meus vizinhos. Também não sou metida.
Não me meto na vida de ninguém, mas não admito que se metam na minha. Se
cumprimento alguém por duas ou três vezes e percebo indiferença ou má vontade
em responder, não cumprimento nunca mais. Nas redes sociais, não curto o que
não curto pra agradar os outros. Aliás, faço poucas coisas pra agradar pessoas
(que não sejam meus pais ou o Devan). Se alguém não responde ao meu bom dia
hoje, a partir de amanhã não vai precisar mais responder. E só será respondida
alguma vez na vida, quando eu estiver de extremo bom gosto. Não faço média, não peço autógrafo, não babo nem puxo saco. Sou eu e pronto.
Ao mesmo
tempo, poucas coisas me tiram do sério, além da Laura, meu alter ego que toma
conta do meu ser algumas vezes por mês, num período chamado pela maioria das
mulheres de TPM. Tenho bom humor em 99% do tempo, faço piada de tudo e pra
levar a sério, tem que ser sério mesmo. Sou otimista e realista. Sei da minha
capacidade, da minha vida, das minhas possibilidades, do que posso ou não fazer
(mesmo fazendo o que não posso quase sempre). Não sou encanada ou complexada
com nada. Faço piada com o meu peso, com o meu cabelo, com a cor da pele do
Devan, brinco, rio de tudo, gargalho da vida.
Amo ou
odeio. Amo, na maioria quase absoluta das vezes.
Eu me fiz
entender? Não! Ah, vai se lascar então. Essa sou eu e pronto.
2 comentários:
Desde que te conheci logo percebi que vc não é tão grossa assim, rsrsrs
Confesso que sempre senti mais medo da Cris do que de vc - Pronto, falei - mesmo quando vc ficava brava.
Ah, você é deveras gorssa... mas eu amo! Beijos, Marcela.
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