sábado, agosto 10, 2013

A grossa mandou lembranças

Não to falando da atendente de telemarketing nem da operadora de caixa com cara de poucos amigos. To falando de mim. E os meus três leitores sabem perfeitamente que não preciso de explicar muito, porque bastam cinco segundos na minha presença, pela primeira vez, pra saber que sim, eu sou grossa. E nos minutos seguintes, constatar que não, eu não sou tão grossa assim. Na verdade, herdei de alguém, que nunca conheci, uma agressividade falsa. Sim, falsa, porque na maioria das vezes, eu não sou, de fato, agressiva. É apenas o jeito de falar. E, pior (ou melhor, vai saber) é que é o jeito autêntico, porque é o mesmo usado pra falar com os meus pais, o chefe, a amiga, o desconhecido e o marido.
Às vezes alguém me diz que eu sou sincera demais, mas não sou. Não tem nada a ver com ser sincera demais. Tem a ver com ser prática, não ficar de “mi-mi-mi”, se é que me faço entender.
Sou prática. E, em muitos casos, prática com erro, porque falo o que me vem à cabeça, sem pensar. Aí, tenho problemas. E não to falando daqueles olhares do tipo “nossa, como ela é grossa!” ou “como ela teve coragem de dizer isso?”. Não, também não sei como tive coragem. Mas tive e pronto. Fazer o que? Ta dito, oras.
E nem sou daquelas como uma amiga querida fotógrafa, que de falar o que queria cometia gafes incríveis. Cansou de chamar a mãe do colega de trabalho de feia, a tia do outro companheiro de chata, o irmão do estagiário de “sem-noção”..... coisas assim. Nunca fiz isso. Nunca mesmo.
Não me acho estúpida. Depois de um certo tempo de convivência, alguns até me acham simpática. E outros, divertida. Vai saber.... tem de tudo nesse mundo!
Não forço amizade. Não troco nem aceno de cabeça com quem não conheço ou nunca conversei. Sinceramente não sei o nome de 95% dos meus vizinhos. Também não sou metida. Não me meto na vida de ninguém, mas não admito que se metam na minha. Se cumprimento alguém por duas ou três vezes e percebo indiferença ou má vontade em responder, não cumprimento nunca mais. Nas redes sociais, não curto o que não curto pra agradar os outros. Aliás, faço poucas coisas pra agradar pessoas (que não sejam meus pais ou o Devan). Se alguém não responde ao meu bom dia hoje, a partir de amanhã não vai precisar mais responder. E só será respondida alguma vez na vida, quando eu estiver de extremo bom gosto. Não faço média, não peço autógrafo, não babo nem puxo saco. Sou eu e pronto.
Ao mesmo tempo, poucas coisas me tiram do sério, além da Laura, meu alter ego que toma conta do meu ser algumas vezes por mês, num período chamado pela maioria das mulheres de TPM. Tenho bom humor em 99% do tempo, faço piada de tudo e pra levar a sério, tem que ser sério mesmo. Sou otimista e realista. Sei da minha capacidade, da minha vida, das minhas possibilidades, do que posso ou não fazer (mesmo fazendo o que não posso quase sempre). Não sou encanada ou complexada com nada. Faço piada com o meu peso, com o meu cabelo, com a cor da pele do Devan, brinco, rio de tudo, gargalho da vida.
Amo ou odeio. Amo, na maioria quase absoluta das vezes.

Eu me fiz entender? Não! Ah, vai se lascar então. Essa sou eu e pronto.

2 comentários:

Valquíria Paula disse...

Desde que te conheci logo percebi que vc não é tão grossa assim, rsrsrs

Confesso que sempre senti mais medo da Cris do que de vc - Pronto, falei - mesmo quando vc ficava brava.

Marcela disse...

Ah, você é deveras gorssa... mas eu amo! Beijos, Marcela.