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sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Fraldas de pano, sim

Dia desses encontrei uma dessas artes que andam circulando pelo Facebook, da “Diferentona”. E eu me identifiquei. 


Claro que não tem nada a ver com a ironia, em sim, mas com o fato de eu estar diferente nessa situação. Sim, porque cada pessoa que me ouve falar que as minhas “calças plásticas” chegaram, pergunta o porquê de eu estar fazendo isso, se quero perder tempo lavando fraldas de pano, se eu não tenho mais o que fazer na vida ou se arrumei uma empregada. São tantas perguntas descabidas, que nem cabem respostas. A não ser às que eu quero responder.
Pra começo de conversa, não, as calças plásticas (que, na prática, nem são “plásticas”, como aquelas que o mundo usava 30 anos atrás) não são baratas. Ao contrário, cada jogo que eu comprei, com dois forros – no caso das diurnas – e com três – para as noturnas, foi bem caro. 
E estou falando com conhecimento de causa. Eu trabalho, ganho meu próprio dinheiro e sei o preço das coisas. E to destacando isso, porque já teve gente falando que eu não tenho noção de custo de nada.
Fiz chá de bebê, ou seja, ganhei muitos pacotes de fraldas descartáveis e sim, vou usar todas. Pelas minhas contas, porém, ainda faltam mais de 1,5 mil unidades de fraldas descartáveis para suprir toda a fase de fraldas da Aurora. Unindo este fato ao de que eu, com essa gestação, descobri o tamanho dos gastos que um bebê proporciona, cheguei à conclusão de que, de cara, me faltaria coragem para investir em fraldas. Faltaria coragem, disposição e grana.
Não sou como diz essa arte aí da Diferentona. Pelo menos em partes. Não sou desocupada nem me vejo como musa sustentável. Como incentivadora da maternidade consciente? Acho que também não... nem sou a única a optar por essa novidade que  já é tão velha... e ficou perdida nesses anos de tecnologia que a gente viveu.
É claro que a economia foi o principal atrativo, mesmo com plena consciência de que haverá gastos com outras coisas como água e energia (física e elétrica, porque sim, eu vou lavar tudo na máquina), sabão e tempo. Mas não só. Economia foi, sim, o meu principal atrativo, mas foi mais importante o fato de eu poder colaborar um pouquinho com a solução para todo esse problema infinito que o mundo está vivendo, ligado à falta de consciência das pessoas sobre a importância de cada um fazer a sua parte para que todos vivamos num mundo melhor, mais sustentável, menos poluído e menos autodestrutivo.
E com tudo isso em mente, foi mais fácil decidir.
Como eu já vinha pesquisando sobre o assunto há algum tempo, o choque de realidade dos gastos me fez tirar um tempo pra comparar, pensar, repensar, calcular, decidir e, finalmente, optar pela compra. Pela internet, como a maioria das compras que eu faço atualmente.
E alguns dias depois, eis que recebo, no conforto da minha casa, aquele pacote, com alguns jogos completos de calças e forros. Estampas lindas. Tudo, exatamente como eu queria.


Ainda é cedo pra saber como vou me sair, mas isso não tem a ver só com a rotina das fraldas de pano e calças plásticas. Tem a ver com tudo o que diz respeito à maternidade. Vou precisar de ajuda pra tudo. Algumas ajudas, inclusive, já estão prometidas e devem chegar logo nos primeiros dias da Aurora no mundo (e prometo falar sobre elas depois). Outras, podem nem vir e eu vou acabar tendo que me virar sozinha.
Mas eu não me importo. Quando decidi que queria um bebê, sabia que estava dando início à fase mais importante da minha vida, com todos os percalços que isso pode significar.
Então, com fraldas de pano ou sem, com ajuda ou sem, diferentona ou não, estou disposta. E só isso me importa. Se vai dar trabalho? Ah... alguém duvida?

segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Visitas? Ainda não....

Ah, sim, o assunto é delicado e, antes de eu decidir por dedicar uma postagem a ele, pensei muito. Muito mesmo. Tive dúvidas sobre a necessidade real de falar sobre o assunto, medo de não me fazer entender, receio de inimizades... Enfim, minha preocupação era de criar problemas que não existiriam, simplesmente se eu deixasse o assunto pra lá.
Só que eu não sou dessas. E agora, que falta bem pouquinho (mesmo) pra Aurora estar aqui a gente, decidi que era hora, sim, de tocar no assunto.
Desde antes da minha gravidez, sempre tive muito medo de tudo o que envolve a gestação. Engordar muito, controlar a pressão, o açúcar no sangue, o consumo de calorias vazias, os vasinhos que surgiriam nas pernas e na barriga, estrias, pressão alta, parto, dores, anestesia, pontos, recuperação, primeiro banho pós cirurgia, alta, escadas, cuidados com o bebê, perda de peso, amamentação... E se eu ficar aqui citando, não termino este texto. O fato é que eu sempre tive medo. E quando engravidei, somei aos meus medos anteriores, o de " como lidar com visitas na maternidade e nos primeiros dias de vida do bebê".
E com este medo novo, fiz o que sempre faço em situações que me trazem dúvidas: conversar com amigos que já passaram por algo parecido - no caso, o parto - e procurar opiniões de especialistas. Conversei então com meu obstetra, minhas amigas, mães há muito tempo, outras mais recentes, sites e blogs que falam da rotina de ser mãe, da gravidez....
E foi praticamente opinião unânime. Tanto das amigas, quanto das conhecidas. Assim como daquelas pessoas que eu nunca vi, do médico e de especialistas que escrevem por aí.
A dica principal e unânime que eu recebi foi: " peça aos seus amigos, com os quais tem mais afinidade, que deixem pra ir ver o bebê na sua casa. A maternidade não é o local mais indicado". E, pensando sobre isso, me lembrei das vezes em que dei uma 'passadinha' na maternidade, pra dar um oi a amigas que tinham acabado de parir. E, nesses pensamentos, de fato, me lembrei do quanto minhas amigas visitadas estavam prostradas. Nenhuma delas me falou um oi sequer. Acho que em todas as minhas visitas à maternidade, era o primeiro parto e, em todas, as novas mães estavam apreensivas com anestesia e amamentação. Concluí, então, que o hospital não é o melhor lugar pra receber visitas. Às amigas que visitei, minhas sinceras desculpas. Por favor, só levem em conta a visita seguinte, feita, com certeza, após alguns dias do nascimento do bebê.
Sim, porque se fui, digamos, inconveniente com a visita à amiga mãe na maternidade, nunca fui após a alta. Minhas visitas ao bebê sempre foram minimamente planejadas e jamais fiz antes de 15 dias de nascido. E diante do que ouvi das pessoas com as quais conversei, é tempo suficiente pras coisas estarem nos eixos: bebê mamando sem estresse, mãe um pouco mais acostumada à nova situação....
E esta postagem é exatamente pra isso: pedir aos meus queridos amigos que me deixem passar -sozinha - pelas turbulências dos primeiros dias em casa, tentando amamentar, procurando sentido pra cada choro ou resmungo, aprendendo a dividir meu tempo entre mamadas, banhos meus e da Aurora, pratos de comida....
E, como não sou cheia de mimimi, já adianto que as lembrancinhas pra que, vier são perfeitas e, mais importante que isso, vou A-M-A-R cada visita, cada sorriso, cada preocupação.
Então, como agora a Aurora ta chegando, espero vocês dentro de alguns Ah, e existem regras escritas por "especialistas".



segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Malas prontas!

Esse negócio de ficar em casa, sem poder descer as escadas e ganhar a rua, me fez arrumar logo a mala da maternidade. Sei que não poderia demorar muito mesmo, afinal de contas, vai que a Aurora decida nascer na próxima virada da lua (é assim mesmo que os entendidos no assunto dizem?)...
Pois bem. Claro que no começo, foi difícil. E nem podia ser diferente. Ter um bebê nessa barrigona não me deu – espero que ainda – talento nem a mais vaga noção do que significa, de fato um bebê: tamanho do que veste, regularidade de trocas, necessidade de itens de higiene, enfim, o que a Aurora vai precisar enquanto ainda estivermos no hospital.
Foi aí que as amigas mamães entraram com aquela ajudinha. Foram tantos conselhos, que nem conseguiria enumerá-los e dizer quais botei em prática. Se bem que agora, com a mala arrumada, acho que tudo o que eu ouvi me foi útil, afinal de contas, parece que está tudo lá dentro.
O primeiro passo foi decidir que faria uma mala só, com as coisas da Aurora e as minhas. A contragosto do Devan. E eu explico: ele cismou que preciso levar ao hospital a bolsa da Aurora, que ganhamos da Moti e da tia Dulce. A bolsa é linda, tem o nome gravado e lindas corujinhas. E ele me fez, inclusive, prometer que vou levar a bolsa, mesmo não cabendo tudo do bebê lá dentro. Para esse papai babão, a Aurora tem que sair da maternidade com a bolsa dela, que tem o nome dela, mesmo que esteja só com uma coisinha dentro.
Ta, promessa feita, confesso. Aliás, preciso me lembrar de colocar a bolsa dentro da mala! 
E era hora de decidir o que iria entrar naquela mala. Fiz listinha e aquilo tudo me assustou. Era muito mais do que eu jamais poderia supor.
Mas não tinha escolha...
Separa daqui, ajeita dali. Depois, juntar as peças que formavam uma “muda” que, pra quem não sabe, é um conjunto completo de vestuário e calçado (no meu caso, digo, no da Aurora, um pagãozinho com calça comprida, um macacão, um cueiro e um sapatinho de lã). Em algumas dessas mudas, há até touquinha e, noutros, meias e luvas.
Cada conjuntinho de roupa foi devidamente acondicionado em saquinhos plásticos. As mães mais cheias de mimimi – o que, definitivamente não é o meu caso e meus três leitores sabem bem disso, não preciso fazer cerimônia – usam saquinhos de pano personalizados, com cheirinho, cores e motivos especiais. Eu, como to lutando pra não juntar coisas das quais precise me desfazer futuramente, usei saquinhos plásticos, que me custaram 3 reais.
E agora a mala da maternidade está devidamente pronta. Para a Aurora, há seis “mudas” de roupa com lindos macacões, sabonete glicerinado, fraldas, mantas e lenços umedecidos. E pra mim... bem, pra mim tem camisola e produtos de higiene pessoal. Só.
E agora é só esperar. Hoje fazemos 38 semanas e 1 dia, o que significa que estamos à mercê dessa pequena. Em princípio e, segundo nossos planos, o parto será na terça-feira da semana que vem, dia 23. A  não ser, claro, que esse negócio de mudança de lua realmente tenha força e, no fim de semana, Aurora venha à luz.

terça-feira, fevereiro 02, 2016

Carta à Aurora

Chegou fevereiro. O seu mês. O mês do renascimento, do ressurgimento, o mês da Aurora.
Daqui a uns 20 dias, você vai estar aqui. É, não dá pra acreditar ainda, mas é assim que vai ser. E quando falo em “não dá pra acreditar”, não me refiro ao fato de os nove (ou dez) meses de gravidez terem passado voando, mas ao fato de a gravidez ter ocorrido. Só que isso não vem ao caso.
Os meses se passaram e agora estamos vivendo os últimos dias de barrigona, calor no último nível, cansaço, dores nas costas, câimbras, fome e sono. Estes dois últimos sempre existiram, mas foram potencializados puderam se tornar públicos. Nada disso é culpa sua. É culpa da natureza que, para compensar o peso que a barriga passou a carregar, sobrecarrega outras partes do corpo.
A parte boa é que ta quase acabando. Em muito pouco tempo você estará aqui, conosco, nos tirando o sono, nos dando preocupações, nos fazendo chorar com a sua dor, mas nos fazendo a família mais feliz do mundo.
Está tudo pronto, aguardando você. Roupinhas lavadas e passadas, carrinho, bebê conforto, mobiliário, cadeira de descanso e até de alimentação. Seu quarto ficou uma lindeza e o cheirinho de bebê pela casa é coisa de outro planeta! Parece até que você já está ali.
Só falta a gente ficar mais calmo com a sua chegada. É, porque a proximidade da data nos deixa ainda mais assustados. E de novo, não se preocupe. Você não tem culpa nisso também. A culpa é, de novo, da natureza. Não há mãe e pai no mundo inteirinho que não se assustem com a chegada de um (ou mais um) bebê na família. E o fato de sermos papais de primeira viagem ainda aumenta consideravelmente todo este medo. A parte boa é que, como todos dizem, vamos tirar de letra.
Tomara mesmo.
Em pouco tempo, você estará aqui. Repito isso, meio que pra acreditar, pra sacudir a cabeça até a ficha cair... parece que está funcionando.
E quando você estiver aqui, tudo vai estar mudado. As noites, os dias, o frio e o calor, as viagens, os planos, as finanças, a rotina, a vida. E tenho certeza de que pra muito melhor, afinal de contas, você vai estar, finalmente, entre nós. E se houver alguma dificuldade, vamos passar por ela, porque você estará conosco. Se chover ou fizer sol, tudo bem, você estará aqui. Se outra crise econômica surgir, se os amigos derem uma sumida, se outro algo de ruim acontecer, teremos você.
A sensação que tenho é de que tudo será melhor com a sua chegada. Eu escuto de pais e mães por aí que, de fato, tudo muda, mas todos falam em preocupações, gastos, dificuldades, noites sem dormir e mais uma quantidade enorme de mazelas. E eu sigo sentindo diferente. Acredito sim, que dificuldades virão, afinal, a vida é difícil e estou cansada de saber disso, mas tenho certeza de que tudo ficará mais leve, mais fácil de lidar. É assim que a vida funciona, quando há amor. E se se trata de amor incondicional então, aí não há o que ter dúvidas. E, pelo que estou sentindo, acho bem que se trata desse tal amor incondicional...
Você foi planejada. Pensamos em cada possibilidade, desde que começamos a falar em filho, antes do casamento, cerca de sete anos atrás. Cada cantinho da casa foi pensado para que houvesse um espacinho pras suas coisas. No quarto, na sala e até no banheiro. Lembro-me de uma amiga dizendo: “Não coloca um armário neste canto do Box, porque quando o bebê nascer, é aqui que você vai deixar a banheira”. E o espaço ficou lá pra isso. E, como previu a amiga, é lá que vamos deixar a banheira.
Um ano antes da gravidez, trocamos de carro, por um que tem um porta malas maior, porque, com um bebê, há que se ter espaço pro carrinho, pra bolsa, pro bebê conforto e tudo o mais.
E quando finalmente chegou a notícia de que você estava vindo, começamos a adaptar a casa. Tanta coisa pra fazer, paredes pra pintar, móveis, enxoval e tantas outras coisas! Agora, ta tudo pronto, só esperando sua chegada.
E é tanta, mas tanta expectativa, que não cabe dentro da gente. Seu pai chora quando você chuta o rosto dele, porque acredita, sinceramente, que seus movimentos são em resposta aos chamados dele: “Chuta aqui, do lado de cá, minha filha” ou “eu não to desse lado aí, to desse aqui, chuta aqui”. Pra ele, você entende perfeitamente o que ele diz e, para agradá-lo, vem chutar do lado em que ele está. E se de madrugada eu acordo com seus movimentos e digo: “Aurora, minha filha, mamãe tem que acordar daqui a pouco pra trabalhar, vamos dormir”, papai sai em sua defesa e me manda parar de brigar. Põe as mãos na barriga e diz: “Filha, pode mexer à vontade. Mamãe vai ficar quietinha agora”. E nada mais me resta a fazer. Só ficar quieta mesmo e deixar que você se mexa à vontade.
A barrigona me deixa, cada dia, mais indisposta, mas tenho mantido a rotina. Vou ao trabalho de carro, vou ao banco, ao médico e até ao mercado quando não há muito o que comprar. A diferença é que, de umas semanas pra cá, tenho perdido tempo olhando as coisinhas do quarto. Roupas, sapatinhos, móveis e tudo o mais. E me dedico a pensar em quem serão seus amiguinhos. E a lista me deixa feliz! Tem o Gabriel, o mais velho da turma, a Ana Lis, o Pedro, o Marcelinho, a Helena. Estes já chegaram. E tem os que ainda estão na fila: o Theo, o Logan e o baby-primo, que, como ainda não sabemos o sexo, não temos o nome.
Ta vendo? Hoje, há muitas dúvidas e expectativa de sobra. Mas daqui a pouco passa. Logo você vai estar por aqui, nos fazendo felizes, nos ensinando a ser pais, tomando nosso tempo e transformando tudo isso em realidade. E esta carta não é pra falar sobre as preocupações futuras. Segurança, educação, viagens, família, amores, vícios... nada disso está nos preocupando ainda, afinal de contas, pra tudo isso, temos Deus conosco.

Pelas contas, parece que teremos você aqui em 20 dias. Fica calma que ta chegando, viu?

quarta-feira, janeiro 27, 2016

Tudo pronto

Na verdade, tudo quase pronto. A única coisa que falta é alguém me fazer entender como assim, os nove meses de gestação são, na verdade, dez. Pois é. Descobri isso logo no começo e até hoje não me conformei com essa mentira que nos incutem a vida inteira. No próximo domingo, a gente completa 36 semanas, ou seja, nove meses, de quatro semanas cada um. Só que tudo isso é balela. As gravidezes duram, na verdade, 10 meses de quatro semanas cada um, ou 40 semanas.
Mês lunar na cadeia! O negócio é que são dez meses mesmo, sem exagero.
E eu to vivendo isso na pele, especialmente na da barriga, que ta tão brilhosa que parece que vai explodir!
De todo jeito, embora no domingo a gente complete os nove meses - teoricamente necessários para o parto -, ainda vou ter que esperar mais um cadiquinho pra tirar a Aurora da minha barriga. Já disse que não me conformo com isso hoje? Pois é.
A parte boa é que esperar um bebê por dez meses dá mais tempo pra gente ajeitar tudo, colocar tudo no lugar, deixar tudo nos conformes pra receber o serzinho mais importante das nossas vidas.
A última coisa que fizemos foi providenciar as cadeiras de alimentação e de descanso. Sim, eu sei que ainda é cedo pra essas coisas, mas comprei da minha querida madrinha Juliana, mãe do Marcelinho, que está se mudando de cidade (essa "despedida" vai ganhar uma postagem especial) e me fez um bom preço. A de alimentação, especialmente, só será usada quando a Aurora tiver uns seis ou sete meses. Acredito que a de descanso seja usada antes.... mas como não entendo absolutamente nada disso, melhor esperar as coisas acontecerem pra atualizar meus três leitores.
Antes das cadeiras, foi a vez de passar um fim de semana inteiro vendo minha mãe lavar e passar aquelas roupas minúsculas. Eu faria tudo com o maior prazer, mas ela fez tanta questão, que abri mão do trabalho.
Fraldas, cueiros, macacões, vestidos, mantas, toucas, meias, lençóis... não imaginei que esse neném tivesse juntado tanta coisa antes de nascer. E foram três dias de trabalho. Primeiro, lava tudo com sabão especial, põe pra secar dentro de casa pra não ter risco de poeira ou de algum bichinho chegar perto e substitui o varal várias vezes. Depois, passar tudo. E depois, pendura, pendura, pendura e nunca mais acaba. Haja cabide!
Até fiz planos de separar por cor, tamanho, mangas curtas e mangas longas, bodies e pagãozinho... só que acabei desistindo. Mesmo sentada, fiquei muito cansada de ver tudo o que tinha pra fazer e pronto. Pendurei uma peça em cada cabide e ta bom. Aliás, ta é muito bom. Arrumadinho e separado. ah, e lindo também. Dá vontade de ficar olhando o dia inteiro.
E o cheiro? De verdade... o quarto desse neném tem um cheiro tão característico que parece que a Aurora já chegou. Lembro que assim que montamos os móveis, meu pai já dizia que o casa tinha cheiro de bebê. Eu, confesso, comecei a sentir mesmo depois das roupinhas lavadas e guardadas.
E cada vez que entro naquele quarto, a barriga gela. A proximidade da chegada da Aurora vai me deixando cada vez mais ansiosa, o que, inclusive, não 'convenceu' o GO a marcar a data do parto ainda. Ta bom, eu entendo... não precisam meus três leitores virem me dizer que "lugar de bebê se desenvolver é na barriga" ou "deixa ela nascer no tempo dela" e blá-blá-blá. Já ouvi isso de gente suficiente e, cá entre nós, respeito e concordo, mas vai dizer isso pra minha barriga que gela quando lembro que estamos entrando nos nove meses, pras minhas pernas que tremem quando um pezinho da Aurora engancha do lado esquerdo da barriga e provoca dor, pra minha panturrilha que sofre com câimbras de madrugada, pras minhas costas que doem o tempo todo, pro meu tronco que não dá conta de me levantar da cama sem ajuda às 5h da manhã... enfim, não há como nos convencer de que está sendo fácil.
A parte boa é que ta chegando. Não  importa a minha ansiedade ou esse papinho furado de nove meses. Logo logo a Aurora está aqui, chorando, sorrindo, nos dando trabalho e nos matando de amor!

segunda-feira, janeiro 11, 2016

A saga do enxoval

Todo site voltado para gravidez e maternidade tem listas de itens que devem compor num enxoval, outros que seriam úteis e as eternas dicas, do tipo: “não compre muito, o bebê perde tudo muito rápido”. Sim, eu vi listas e esta dica específica em vinte páginas, mas, na prática, descobri a maior dificuldade da gravidez: fazer o enxoval.
É, na vida real tudo é muito mais difícil.
A minha dificuldade não teve nada a ver com a quantidade de itens a comprar, nem o tipo de roupa. Teve a ver com tudo. Isso mesmo. Tudo.
Quando decidi que era hora de começar a providenciar roupas e acessórios que a Aurora vai usar nos primeiros meses, primeiro, fiz um levantamento de tudo o que ela já tinha ganhado, para evitar comprar itens repetidos. Isso já eliminou da minha lista sabonete em barra e líquido, shampoo, perfume, lenços umedecidos, sapatinhos de lã, ursos de pelúcia, laços e enfeites de cabeça, mamadeira e chuquinha, kits alimentação, chupeta, cobertor, protetor de berço, carrinho e cadeirinha para carro, brinquedos para a banheira, a banheira e o suporte. E, pelo menos em princípio, fraldas descartáveis. Tudo isso ela ganhou dos nossos amigos no chá de fraldas.
E, depois de alguns cortes na lista, faltavam alguns, digamos, primordiais. Conjuntos de pagãozinho, fraldas de pano, fraldas de boca, cueiro, mosquiteiro, roupa de cama, macacões, mantas, bodies, calças com e sem pezinho, pares de meia, chapéus e aqueles produtos de higiene: cotonet, álcool, algodão, babador, fita adesiva, lixeira, termômetro e outros.
Só que aí veio a hora de comprar tudo. No começo, cogitamos sair da cidade para comprar tudo com menores preços, mas, na dúvida sobre a real economia que isso nos traria, decidimos ficar por aqui. E o nosso “por aqui” foi Morro Azul – o antigo centro do mundo, lá na loja do pai.
E foi a compra mais difícil da minha vida. Primeiro, porque, de fato, dá vontade de comprar tudo. Roupas, sapatos, conjuntos, macacões, velocípedes, brinquedos, bonecas, quadros, jogos eletrônicos. Depois, porque escolher cores, modelos e tipos é muito difícil.
Gastamos umas três horas decidindo quantos deste e quantos daquele, este ou aquele modelo, esta ou aquela cor - porque não, não sou do tipo que vai vestir a filha com rosa e lilás. E que sofrimento!
No fim, com gastos acima do previsto e três bolsas enormes, voltamos pra casa. E, até o dia de lavar e passar tudo – que vai ganhar outra postagem em breve -, perdi horas olhando tudo, revendo cada peça, babando nos modelos e dando altas risadas diante da beleza das roupinhas e da criatividade das mensagens dos bodies.


O fato é que agora ta tudo no lugar, tudo pronto. Limpo, passado, cheiroso. Dá um orgulho danado! E um medo maior ainda! ;D

quinta-feira, janeiro 07, 2016

E as roupas?

Não, a pergunta do título não é retórica, nem exagero. É verdade. E as roupas? Sim, as minhas. Não, não servem mais. Aliás, há cerca de 10 semanas que eu sequer abro a porta do armário principal do quarto. De verdade. Mantive as roupas do uso sem gravidez no guarda-roupa e praticamente transformei o closet no armário de grávida.
Com certeza, meus três leitores sabem que eu nunca exibi silhueta enxuta por aí. Ao contrário, cheguei a travar algumas lutas com a balança, mas acabei desistindo. Então, essa questão de “e as roupas?” pode até parecer balela. Só que não é. Embora eu seja uma pessoa que não cultiva outras curvas além das estradas de viagem, sei muito bem que as coisas agora mudaram muito. Todo mundo pode dizer, neste exato momento que, se eu estou com oito meses de gravidez, isso é perfeitamente aceitável. É, de fato. E eu não estou triste ou querendo mudar isso. Só constatar mesmo.
E demorei a acreditar que as coisas iam mudar neste quesito. Nos quatro primeiros meses da gravidez, consegui usar as minhas calças jeans, as blusas que estava acostumada meus vestidos antigos. A partir do quinto mês, porém, as coisas mudaram. Eu já tinha aproveitado uma ida a São Paulo, para comprar umas peças maiores, mas ainda não tinha usado. Aliás, nem foram muitas peças. Foi apenas um vestido de festa, outro mais simples, duas batas, duas calças de malha e duas ou três blusas. Além disso, ganhei um vestido da prima Jane, tomei emprestados outros três da minha mãe (sim, emprestados, porque pretendo devolver tão logo puder) e o Devan me presenteou com outros dois.
Pode parecer muito, mas partindo do princípio que a pessoa trabalha todos os dias e sai quase todos os dias à noite, não são tantas roupas assim. E de fato não são. Eu que o diga....
Sair para o trabalho todos os dias está sendo um martírio! As estampas já cansam os olhos, os modelos me irritam, a manga de um deles pinica, o preto esquenta muito..... ta ficando difícil.
Isso sem falar nos sapatos. Lá pelas 20 semanas, eu comprei dois pares de sapato, de numeração maior que a minha. E se bobear, eu preciso usar um deles todos os dias. Os sapatos antigos, na maioria das vezes, não servem ou apertam tanto, que chegam a machucar.

O fato é que estar grávida muda tudo. A cabeça confunde, peitos crescem, barriga incha, nariz dobra de tamanho, todo mundo tem carinho por nós (ou pela barriga, o que não é a mesma coisa), o cabelo encrespa (ainda mais no meu caso. Depois de quase nove meses, haja gel!), o marido endoida em altos papos com a barriga e mais um monte de coisa. Sem falar, é claro, no tamanho das outras coisas, especialmente dos vestidos e sapatos. Parece que diminuem, conforme as semanas se passam.

quarta-feira, dezembro 23, 2015

Esse dezembro....

Até algum tempo, eu acreditava que o final do ano, em geral, era meio trágico somente na minha vida. Sério. Via os últimos meses do ano como aqueles que sempre trazem algum desalento. E olha que eu nem era muito experiente nessas histórias tristes de novembro e dezembro. No meu caso, boa parte das "tristezas" dos últimos meses do ano tinham a ver com as festividades da época, em si. Nunca fui muito fã de Natal, nem particularmente apreciadora das festas de virada de ano. Ao contrário, sempre achei exagero, comemorações desnecessárias, futilidades e blá-blá-blá.
E acreditava nisso até ontem, quando li algum desabafo no Facebook. Uma amiga falando das agruras dos dezembros na vida dela. E foi aí que não me senti mais tão sozinha neste universo das notícias ruins.
Na minha vida, a primeira grande perda aconteceu em dezembro. A segunda, em novembro do ano seguinte. Mas muito antes disso, eu já tinha minhas restrições ao período que antecedem o ano novo. Infelizmente. Parece que Deus espera a gente se envolver com toda essa correria das festas de fim de ano, pra nos dar um sacode, mostrar quem é que está no controle da situação.
E em 2015 não foi diferente. As perdas começaram cedo e já marcaram novembro e dezembro.
Este ano, porém, estamos vivendo um momento especial. A chegada da Aurora está mobilizando a família. Estamos todos muito felizes, apesar de ainda estarmos vivendo o luto pela perda da Mônica. A gravidez veio na hora certa, é claro, e isso nos deixou, a todos, muito felizes. 
O nosso dezembro foi marcado pelo chá da Aurora. Reunimos amigos queridos e parentes, gente que não víamos há algum tempo... todos vieram comemorar conosco. Perdas? Sim, estamos tendo. Mas também há ganhos.
A última grande notícia é que a irmã Aline, que ta casada, lá nos Estados Unidos, também está esperando um bebê. No caso dela, foi meio no susto, mas a notícia também nos deixou radiantes. Agora, além da Aurora, teremos outro baby na família. E com toda a certeza, Deus está completando as bençãos sobre nossas vidas.
Que bem que, apesar dos pesares, o nosso dezembro está cheio de coisas boas, com Deus à frente. 
As perdas são inevitáveis, e viver a dor de cada uma delas é fundamental. Mas entregar tudo nas mãos de Deus, com a certeza de que Ele fará o melhor, é mais que necessário. É sobrevivência.
E pra 2016, além de dois bebês, vem muito mais por aí. Certeza!



segunda-feira, dezembro 14, 2015

Chá da Aurora

Sim, to atrasada pra falar disso, afinal de contas, já faz dez dias que recebi 90 (noventa!) amigos para o Chá da Aurora. Nunca imaginei que seria tão gostoso. Aliás, no começo eu estava decidida a nem fazer nada. Pensava que, para gastar 200 reais com coisas pro chá, usaria a grana para comprar fraldas. E pensei assim até que algumas amigas me disseram que, na prática, o mais legal do chá seria reunir amigos, confraternizar e festejar, antes do nascimento do bebê.
E foi exatamente assim. Deliciosamente assim. Amigos que eu não via há algum tempo passaram por lá. E outros, que eu vejo sempre, também. Não poderia ter sido melhor. Foi ótimo rever a todos, fotografar, rir, brincar, comer e beber. Se eu tivesse noção de que seria tão bom, jamais cogitaria não fazer o chá.
E foi tão bom... só quem passou por lá sabe do que eu to falando. Cada detalhe, pensado com carinho e posto em prática pelas queridas Marcela e Gisele, deu um charme especial. Mesa, enfeites, fundo - que contou com a ajudinha providencial e inacreditável do Devan -, doces, lembrancinhas, tudo ficou perfeito. Até plaquinhas! A Moti passou horas criando, imprimindo e montando plaquinhas com mensagens muito legais, que deram ainda mais charme e diversão às fotos. O que seria de mim sem essas ajudinhas?
E teve a data....
Escolhi o dia 5 de dezembro, pelas proximidades com as festas de fim de ano e das férias de janeiro. Queria meus amigos perto de mim e se deixasse passar do dia 10, começariam as confraternizações de grupos (como, de fato, começaram), que me impediriam de reuni-los, e, em janeiro, férias escolares e viagem também seriam um empecilho.
E foi uma boa escolha. Primeiro sábado de dezembro, com o último mês do ano apenas começando. E depois de marcado, convites feitos e tudo praticamente organizado, a lembrança: o dia 05/12, dois anos, atrás, foi o dia da nossa maior perda. Cheguei a pensar em desmarcar tudo e sucumbir ao meu “será que vale a pena?”, que, desde o começo, estava martelando na minha cabeça. Só que algumas conversas com amigos próximos me convenceram do contrário. Por isso, a festa – sim, foi uma festa – foi mantida. E, confesso, foi o melhor que eu podia ter feito. Em vez de tristezas pelas lembranças tão recentes da Mônica, dos momentos difíceis que passamos dois anos atrás, reunimos amigos, nos confraternizamos, nos divertimos e agradecemos a Deus porque nem só de mazelas e tristezas é feita a vida.
O Sábado, dia 05/12/2015 foi potencialmente especial. Não foi mais porque alguns amigos bem próximos não puderam estar conosco. Mais uma vez só temos que agradecer a Deus pelo momento que Ele está nos proporcionando. O momento da restituição, o momento da Aurora.
E algumas fotos, pra ilustrar o tamanho da nossa alegria! Lembrando que tudo o que pode ser visto e o que não pode também foi possível graças aos cuidados da querida amiga lulu Marcela e da cunhada Gisele. Obrigada, meninas!








sexta-feira, dezembro 04, 2015

Rápidas

Sumiço

Sempre que eu deixo de passar por aqui pra dar notícias, volto com um “Rápidas”, pra atualizar sobre tudo o que aconteceu no tempo do sumiço. E desta vez, talvez por causa da gravidez, muita coisa aconteceu nesse mês que andei fora daqui. Tem coisa boa demais acontecendo!

Trabalho

É claro que pra eu sumir tanto assim, precisava de mais do que os acontecimentos ligados ao bebê. O último mês foi de muito trabalho. Muito mesmo. Textos científicos pra revisar, inclusive dois livros, um livro pra ler pra uma matéria, revista pra fechar, pautas futuras pra definir, afinal de contas logo logo a Aurora está aí, jornal de bairro sendo lançado e mais alguns. A parte boa é que novembro acabou e eu dei conta de tudo. Ou quase.

Fim de ano

E se o assunto é o fim de novembro, a chegada de dezembro é inevitável. E com o último mês, festas de confraternização e brincadeiras de amigo oculto. Com crise econômica, o valor diminuiu, mas os presentes não foram abolidos. Família, grupos de trabalho e amigas. Vamo que vamo!

Lulus

O primeiro amigo oculto é das amigas mais lindas do mundo. Fizemos pela internet e com tempos de grana curta, o jeito foi optar pela criatividade. Vamos trocar chocolate e uma cartinha, que deverá ser lida no dia da troca dos presentes.

BabyBoom

Definitivamente estamos vivendo um Baby Boom. Pensa aí e responda: quantas mulheres você conhece que estão grávidas agora?E quantas acabaram de ter bebê? Pensou? Viu só como é um verdadeiro baby boom? Na minha vida não está diferente. Depois do nascimento dos babies da Gisa, Vivi, Vanessa, Joyce, Kenia, Vivia e Aline, continuamos sendo muitas! Eu, Cris, Lohana, Jaqueline, Ana Luisa, Eliane... nem dá pra contar. Sem falar nas tentantes. A verdade é que, em um ano, teremos uma nova geração por aqui.

Gravidez

Ah, sim. Tem bebê aqui. Essa semana completamos 7 meses ou, pelas contas corretas, 28 semanas. A barriga cresceu tanto, que nem dá pra acreditar. Os dias, apesar do cansaço e do sono enorme, estão sendo tranquilos. Com as várias frentes frias que estão chegando, está sendo mais fácil passar por esses dias que, tradicionalmente, seriam de muito calor.

Enxoval

A parte mais gostosa de tudo é preparar as coisas para a chegada da Aurora. O quartinho está quase pronto. Essa semana, a querida Marcilene vai passar lá pra colocar o adesivo no quartinho. Foi um presente lindo que ela e o marido nos deram. Olha só que maravilha!




Chá de fraldas

Devido às correrias do mês de dezembro e às férias de janeiro, optamos por fazer o Chá de Fraldas da Aurora no primeiro sábado do mês. Isso significa que chegou! Sim, será neste sábado, lá na nossa casinha. Preparei tudo com a ajuda das queridíssimas Marcela, que cuidou de todo o artesanato pra decoração, e a cunhada Gisele, que tem um talento especial pra isso e vai dar uma força na montagem de tudo e, claro, participou ativamente das ideias. Ai que expectativa! Prometo fotos e resumo!

O dia escolhido

Foi, em parte, sem consciência, que escolhi o dia 5 de dezembro para o Chá da Aurora. A preocupação era encontrar um dia para reunir os amigos mais próximos. Pra isso, eu teria que me antecipar ao início do período de comemorações de fim de ano, e das férias de janeiro. Aí, só me sobrou o primeiro sábado de dezembro. E no decorrer dos preparativos, me dei conta de que o 5 de dezembro, dois anos atrás, foi o dia mais amargo da minha existência. Era o dia que Deus tirava a nossa Mônica. Essa semana, amigos queridos e família nos uniremos, para confraternizar e festejar o melhor acontecimento da minha vida. Dois anis atrás, tristeza profunda. Hoje, alegria incomparável.

quarta-feira, outubro 14, 2015

Eu queria mais...

É, eu sei que pode parecer egoísmo a frase. E talvez seja mesmo, afinal de contas, "querer mais", quando se está vivendo um dos momentos mais especiais da vida, deve ser mesmo uma pontada de egoísmo. Muito mais pra quem está de fora, sem viver todas essas novidades que estão acontecendo na minha vida.
Se é ou não, definitivamente esta não é a função desta postagem.
O fato é que eu queria uma coisinha a mais. Quando se trata de gravidez, todo mundo quer saúde, mais saúde, família unida, condições pra colocar tudo no lugar, paz pro novo integrante do clã, fotos e vídeos, conselhos e mais uma pá de coisas.
E eu quero, sim isso tudo. Mas queria algo mais. Uma coisinha.
Queria que outra pessoa ficasse feliz neste tempo. Sim, a família e os amigos estão comigo, vivendo cada momento e compartilhando as sensações e as novidades, mas há um vazio. Um espaço, que ninguém pode ocupar.
Porque tudo seria diferente se a Mônica estivesse por aqui. Ela era tão apaixonada por tudo que envolve gravidez e maternidade, que conduziria tudo de outra forma. Eu teria mera participação, por exemplo, na escolha da decoração do quarto. Tenho certeza de que seria por vontade própria que eu deixaria tudo por conta dela por confiar nos gostos e nos talentos que ela tinha e, principalmente, por querer vê-la feliz. E vê-la feliz, pelo fato de que o maior sonho da vida dela, o maior de todos, não foi realizado: o de ser mãe. E ela disse isso nos meses em que passou hospitalizada. Até fazia planos, mesmo sabendo da gravidade da doença e tendo consciência de que, possivelmente ser mãe não estava entre os planos de Deus para a vida dela.
A única pessoa com a qual eu convivi, que nutria este sonho profundo. Ela era assim. Nunca tive por perto uma pessoa que almejasse tanto a maternidade. Sim, ouvi de muita garota que "o maior sonho" era ser mãe, ou que "queria se casar para ser mãe" e mais um monte de coisas. Só que ter dentro de si o sonho, real, era coisa dela. Eu sempre disse que, se Deus colocou no mundo, pessoas com talento para a maternidade, a Mônica foi uma. Ela nasceu pra isso. E mostrava sempre que tinha uma criança por perto. Foi assim com o Netinho e o Júnior, filhos da querida e também saudosa Mirian, com o Leo e a Leslie, filhos da Irinéia, com o Lucas e o Leonardo, da Janaína, com a Thaisa, filha da Dê, com a Raquel da outra Janaína, com a outra Raquel, cunhadinha-emprestada dela, com as duas sobrinhas, Rebeca e Daniela, com as menininhas da grande amiga dela, Maria Paula. E com mais um montão de crianças que nasceram perto de nós ao longo dos anos. Crianças que hoje já são pais e mães, donas de casa e profissionais responsáveis.
Ela era assim. Tinha um amor profundo, uma vontade de estar perto, que pouca gente consegue imaginar. E com toda a certeza, se estivesse aqui, seria assim também com a Aurora. Eu já estaria, neste momento de 20 semanas, com a decoração do quarto definida e possivelmente pronta, as peças do enxoval bordadas, sapatinhos, casaquinhos e toucas tricotados, mantas devidamente personalizadas. Porque ela era assim. Carinhosa com todo mundo, mas com crianças era demais. Ela se entregava. Fazia planos. Vivia, participava, concretizava, criava. Fazia enfeites para os quartos, bordava nomes nas camisetas, pregava botões, recuperava peças dadas pelas mães como perdidas, costurava, customizava. De uma hora pra outra, uma camisetinha branca lisa, virava um lindo vestido, com corações rosas de renda e uma saia rodada que a Mônica criava. Um body azul claro virava tela pra uma super pintura. Aquele espelho retangular, sem borda, virava um espelho de filme, com laços incríveis. E os cabelos das meninas? Lisos, encaracolados ou pixaim. Ela nunca se importou, tinha talento pra todos. Todos mesmo. Em poucos minutos, estavam tão bem penteados que dava vontade de saber fazer igual.
Os alunos da pré-escola que o digam. Todas as ornamentações da sala de aula eram criadas por ela. Personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo, em tamanho real, eram fascinantes e surpreendiam a todos. Histórias bíblicas, contos de fadas. Ela criava qualquer coisa, qualquer cara, com qualquer papel, desde que fossem coloridos. E que dessem trabalho. Parece até que essa era sua principal exigência.
Lembro-me de um dia, em que estava em Brasília e bateu uma saudade danada dela. Mas não era saudade de conversar com ela, porque fazíamos isso quase todos os dias. Era saudade de ouvi-la cantando uma das músicas que ela ensinava às crianças. "Joguei meu anel no mar" e "Garibaldi foi cedinho à missa, galopando um cavalo sem espora...". Aí, era noite de plantão e eu liguei. Conversamos e ela inacreditavelmente cantou as músicas ao telefone. E eu me lembro, como se fosse hoje, que quando desliguei, falei pras pessoas que estavam perto de mim que quando tivesse um bebê, minha irmã iria ensiná-lo a cantar como ela, porque se dependesse de mim... eles só saberiam falar (muito).
Só que Deus não permitiu que fosse assim. Ele quis que tudo fosse diferente. E nós, como filhos, entendedores de que a vontade dEle é boa, perfeita e agradável, que tudo coopera para o bem daqueles que O amam, que não cai uma folha de uma árvore sem que Ele permita, que para tudo debaixo do céu há um propósito e que os planos dEle são insondáveis, vivemos. Sofremos, choramos, rimos com as lembranças, nos emocionamos com as fotos. 
Neste momento que estou vivendo, com a gravidez despontando, descobrindo uma novidade a cada dia, sentindo o bebê mexer, tendo medo do que pode acontecer daqui a vinte anos, na semana que vem ou daqui a dois minutos, escolhendo roupas, ganhando presentes, imaginando o rosto da Aurora, pensando em como vai ser cada banho, ou pentear os cabelos.... e realizando uma vontade minha, muito recente, confesso, que foi o único e maior sonho dela, infelizmente não realizado, Neste momento, a saudade aumenta, eu penso nela em cada novidade. Em cada frio na barriga, em cada mexidinha, em cada notícia boa.
E vai ser assim. Sempre.

segunda-feira, setembro 28, 2015

Os presentes

Já disse que o carinho das pessoas, assim que descobrem que fulana tem um neném na barriga, é enorme. Comigo está sendo assim mesmo. Gente com quem eu nunca falei, mas que vejo regularmente, me para na rua e pergunta se é verdade, ou se estou mesmo grávida. E quando digo que sim, o rosto da pessoa se ilumina.
E eu entendo... porque sempre fiquei assim, ao saber da gravidez de uma amiga ou conhecida.
O carinho comigo começou no dia em que descobri. Aliás, começou muito anos. Seis anos atrás.
E eu explico.
Seis anos atrás, eu e o Devan começamos a falar em comprar ou construir uma casa, porque íamos nos casar. A notícia ainda estava sendo recebida pela minha família, especialmente pelo meu pai, e a minha querida saudosa vovoginha queridinha ouve bem já estava vivendo seis anos à frente.
Eu comecei a ganhar coisas para a casa. Minha tia deu um jogo de taças, minha mãe o fogão, meu pai, a geladeira. E a vovoginha linda, diferente de tudo o que todo mundo  imaginava, me deu um presentão. Sim, grandão. No pacote, feito com um papel simples, sem cola ou fita, apenas dobrado, um edredom. E uma almofada de borboleta.
Eu fiquei sem entender, porque, pelo menos à primeira vista, era muito pequeno pra ser um edredom de casal. Pensei logo: "O Devan é enorme, isso não vai cobrir nem as pernas dele!". Então, por que raios ela estava me dando aquilo? 
E aí, veio a surpresa: "É pra quando o bebê crescer, porque enquanto for bebê, não pode usar edredom, você sabe, né?". Eu disse: "Vó, eu adorei, é lindo, mas um edredom azul? E se o bebê for uma menina?". Eu nem ligo pra essas coisas de cores, mas eu tinha que testar a vovoginha. E sabiamente ela disse: "Abre pra ver".
E quando eu abri, a surpresa. De um lado, o edredom era azul e do outro, rosa. Ela pensou em tudo. Disse que não tinha certeza de que poderia presentear meu filho ou filha quando eu engravidasse, afinal, ela sempre dizia que ia morrer antes de eu namorar, antes de eu casar, antes de eu ter filhos, antes de ela andar de avião... enfim, ela dizia que não iria presenciar o próximo "acontecimento" da família. E infelizmente, pelo menos sobre o bebê, ela acertou.
Ela se foi no dia 18 de novembro, 30 dias antes de eu completar três anos de casamento. E alguns meses antes de Deus decidir que era hora de nos presentear com um bebê.
Há alguns dias, naquela saga de pintar a casa e deixar o quartinho pronto para receber os móveis do neném, mexi no edredom. Ele estava guardado junto com peças do meu enxoval de casamento que nunca usei. 
Desde que vi, me lembrei da história e estava programando escrever sobre isso. Até porque eu compartilhei algumas fotos de presentes de amigos, fazendo as contas: o cupcake da madrinha-xará-querida, Flávia, como o primeiro. O conjuntinho de body, calça comprida e touquinha e o livro, da amiga linda Emilly, como se fossem o segundo e o terceiro, e a roupinha da Renata, como quarto e assim adiante (melhor parar, porque eu não saberia enumerar todos os itens da caixa que o meu pai trouxe de Morro Azul).
Só que isso é uma grande injustiça. O primeiro presente que o bebê ganhou foi há seis anos. E cá está ele:




Os outros, todos, foram seguidos.

quarta-feira, setembro 23, 2015

Uma menina!

Desde que descobrimos que vem um bebê por aí, foi iniciada a temporada das apostas. Amigos, familiares, conhecidos e até quem nem convive conosco compartilhou opiniões. A maioria quase absoluta acreditava que nosso bebê era um menino. A Emilly chegou a dizer que eu "tenho cara de mãe de menino".
E as opiniões não pararam mais. Eu e o Devan falávamos sobre o que as pessoas diziam, mas nenhuma vez dissemos o que pensávamos.
Na ultrassom feita com 13 semanas, a médica disse que, na opinião dela, teríamos uma mocinha. Como já tínhamos sido alertados pelo obstetra de que, nessa época, as chances de acerto ficavam "apenas" nos 51%, nós não nos empolgamos.
Só nós, porém. A Marcela, que junto com a Gisa, a Thais, a Resende, a Moti e, claro, o Andrezão, acreditava que uma menina estava a caminho, até produziu a arte do "Status", que compartilhei ontem no Instagram e no Facebook e coloque aqui ao lado. Acho que este grupo foi o único que acreditava mesmo que o bebê era uma menina.
Logo depois que a médica disse achar que era uma menina, o obstetra viu a ultra e fechou o veredito: pra ele, o bebê era mesmo uma menina. Disse até que, se o Devan quisesse um menino, teria que tentar 45 dias depois do parto, porque este era uma menina, com toda a certeza.
Mesmo assim, o Devan e eu mantivemos a dúvida. Ainda mais depois do alerta da Thais, que aos três meses, ouviu do médico que o bebê era uma menina e, um mês depois, que era, na verdade, um menino. Pra evitar a decepção, nós preferimos continuar nos referindo ao bebê como "bebê", sem comprar nada que caracterizasse menino ou menina.
Só que nós dois fomos os únicos. Meu próprio pai, no dia seguinte à opinião dos dois médicos, me trouxe uma caixa de presentes: cobertor de pelinho rosa, prato de refeição rosa, touquinhas de lã de menina e até um macacãozinho de menina. E a Lohana e o Júnior, que vieram nos visitar e trouxeram um body feminino lindíssimo.
Ta, continuamos esperando. E cultivando a expectativa.
Até ontem, que fizemos a ultra. A mesma médica que tinha suposto que era uma menina, confirmou. O bebê, aliás, ajudou muito. Não sei se por todo o chocolate que eu comi antes da consulta ou se pelos apelos que o Devan fez à barriga, na recepção da clínica. Alisando a barriga, ele dizia: "Amor do papai, precisamos saber se você é uma menina, pra mamãe comprar vestidos lindos, ou se é um menino, pro papai providenciar bonés e pro vovô arranjar aquela moto". Sim, ele disse isso umas trinta vezes. E o bebê atendeu. Na hora do exame, estava com as pernas abertas e ficou assim durante os quinze minutos em que ficamos lá. A médica medindo, contando, mostrando estômago, rins, coluna e cabeça e a menina com as pernas abertas, sem o menor pudor. Com as pernas abertas e as mãos no rosto. Vergonha de que, minha filha? Imagina... mantendo as vergonhas descobertas e escondendo o rosto...
Não sei a quem vem essa Aurora (a escolha do nome é assunto pra outra postagem). Aliás, nome inaugurando marcador.