E eu entendo... porque sempre fiquei assim, ao saber da gravidez de uma amiga ou conhecida.
O carinho comigo começou no dia em que descobri. Aliás, começou muito anos. Seis anos atrás.
E eu explico.
Seis anos atrás, eu e o Devan começamos a falar em comprar ou construir uma casa, porque íamos nos casar. A notícia ainda estava sendo recebida pela minha família, especialmente pelo meu pai, e a minha querida saudosa vovoginha queridinha ouve bem já estava vivendo seis anos à frente.
Eu comecei a ganhar coisas para a casa. Minha tia deu um jogo de taças, minha mãe o fogão, meu pai, a geladeira. E a vovoginha linda, diferente de tudo o que todo mundo imaginava, me deu um presentão. Sim, grandão. No pacote, feito com um papel simples, sem cola ou fita, apenas dobrado, um edredom. E uma almofada de borboleta.
Eu fiquei sem entender, porque, pelo menos à primeira vista, era muito pequeno pra ser um edredom de casal. Pensei logo: "O Devan é enorme, isso não vai cobrir nem as pernas dele!". Então, por que raios ela estava me dando aquilo?
E aí, veio a surpresa: "É pra quando o bebê crescer, porque enquanto for bebê, não pode usar edredom, você sabe, né?". Eu disse: "Vó, eu adorei, é lindo, mas um edredom azul? E se o bebê for uma menina?". Eu nem ligo pra essas coisas de cores, mas eu tinha que testar a vovoginha. E sabiamente ela disse: "Abre pra ver".
E quando eu abri, a surpresa. De um lado, o edredom era azul e do outro, rosa. Ela pensou em tudo. Disse que não tinha certeza de que poderia presentear meu filho ou filha quando eu engravidasse, afinal, ela sempre dizia que ia morrer antes de eu namorar, antes de eu casar, antes de eu ter filhos, antes de ela andar de avião... enfim, ela dizia que não iria presenciar o próximo "acontecimento" da família. E infelizmente, pelo menos sobre o bebê, ela acertou.
Ela se foi no dia 18 de novembro, 30 dias antes de eu completar três anos de casamento. E alguns meses antes de Deus decidir que era hora de nos presentear com um bebê.
Há alguns dias, naquela saga de pintar a casa e deixar o quartinho pronto para receber os móveis do neném, mexi no edredom. Ele estava guardado junto com peças do meu enxoval de casamento que nunca usei.
Desde que vi, me lembrei da história e estava programando escrever sobre isso. Até porque eu compartilhei algumas fotos de presentes de amigos, fazendo as contas: o cupcake da madrinha-xará-querida, Flávia, como o primeiro. O conjuntinho de body, calça comprida e touquinha e o livro, da amiga linda Emilly, como se fossem o segundo e o terceiro, e a roupinha da Renata, como quarto e assim adiante (melhor parar, porque eu não saberia enumerar todos os itens da caixa que o meu pai trouxe de Morro Azul).
Só que isso é uma grande injustiça. O primeiro presente que o bebê ganhou foi há seis anos. E cá está ele:
Os outros, todos, foram seguidos.
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