Dia desses encontrei uma dessas artes que andam circulando
pelo Facebook, da “Diferentona”. E eu me identifiquei.
Claro que não tem nada a
ver com a ironia, em sim, mas com o fato de eu estar diferente nessa situação. Sim,
porque cada pessoa que me ouve falar que as minhas “calças plásticas” chegaram,
pergunta o porquê de eu estar fazendo isso, se quero perder tempo lavando
fraldas de pano, se eu não tenho mais o que fazer na vida ou se arrumei uma
empregada. São tantas perguntas descabidas, que nem cabem respostas. A não ser
às que eu quero responder.
Pra começo de conversa, não, as calças plásticas (que, na
prática, nem são “plásticas”, como aquelas que o mundo usava 30 anos atrás) não
são baratas. Ao contrário, cada jogo que eu comprei, com dois forros – no caso
das diurnas – e com três – para as noturnas, foi bem caro.
E estou falando com
conhecimento de causa. Eu trabalho, ganho meu próprio dinheiro e sei o preço
das coisas. E to destacando isso, porque já teve gente falando que eu não tenho
noção de custo de nada.
Fiz chá de bebê, ou seja, ganhei muitos pacotes de fraldas
descartáveis e sim, vou usar todas. Pelas minhas contas, porém, ainda faltam
mais de 1,5 mil unidades de fraldas descartáveis para suprir toda a fase de
fraldas da Aurora. Unindo este fato ao de que eu, com essa gestação, descobri o
tamanho dos gastos que um bebê proporciona, cheguei à conclusão de que, de
cara, me faltaria coragem para investir em fraldas. Faltaria coragem,
disposição e grana.
Não sou como diz essa arte aí da Diferentona. Pelo menos em partes. Não sou desocupada nem me vejo como musa sustentável. Como incentivadora da maternidade consciente? Acho que também não... nem sou a única a optar por essa novidade que já é tão velha... e ficou perdida nesses anos de tecnologia que a gente viveu.
É claro que a economia foi o principal atrativo, mesmo com plena consciência de que haverá gastos com outras coisas como água e energia (física e elétrica, porque sim, eu vou lavar tudo na máquina), sabão e tempo. Mas não só. Economia foi, sim, o meu principal atrativo, mas foi mais importante o fato de eu poder colaborar um pouquinho com a solução para todo esse problema infinito que o mundo está vivendo, ligado à falta de consciência das pessoas sobre a importância de cada um fazer a sua parte para que todos vivamos num mundo melhor, mais sustentável, menos poluído e menos autodestrutivo.
E com tudo isso em mente, foi mais fácil decidir.
Como eu já vinha pesquisando sobre o assunto há algum tempo, o choque de realidade dos gastos me fez tirar um tempo pra comparar, pensar, repensar, calcular, decidir e, finalmente, optar pela compra. Pela internet, como a maioria das compras que eu faço atualmente.
E alguns dias depois, eis que recebo, no conforto da minha
casa, aquele pacote, com alguns jogos completos de calças e forros. Estampas
lindas. Tudo, exatamente como eu queria.
Ainda é cedo pra saber como vou me sair, mas isso não tem a ver só com a rotina das fraldas de pano e calças plásticas. Tem a ver com tudo o que diz respeito à maternidade. Vou precisar de ajuda pra tudo. Algumas ajudas, inclusive, já estão prometidas e devem chegar logo nos primeiros dias da Aurora no mundo (e prometo falar sobre elas depois). Outras, podem nem vir e eu vou acabar tendo que me virar sozinha.
Mas eu não me importo. Quando decidi que queria um bebê, sabia que estava dando início à fase mais importante da minha vida, com todos os percalços que isso pode significar.
Então, com fraldas de pano ou sem, com ajuda ou sem, diferentona ou não, estou disposta. E só isso me importa. Se vai dar trabalho? Ah... alguém duvida?
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